sexta-feira, 27 de abril de 2007

Encontro de Poetas Eslovenos e Portugueses












Encontro de Poetas Eslovenos e Portugueses com os poetas Brane Mozetič, Taja Kramberger, Jaime Rocha e Maria do Rosário Pedreira.
Intervenção do músico esloveno Lado Jakša.
Apresentação de Casimiro de Brito e Mateja Rozman.
Dia 2 de Maio, pelas 18.30h na Casa Fernando Pessoa.

Doze Naus















"Doze Naus" de Manuel Alegre (o novo livro da Colecção Poesia da editora D. Quixote) será apresentado por Yvette Centeno na próxima quarta-feira 2 de Maio, pelas 19 horas no Palácio das Galveias (Biblioteca Municipal Central), Campo Pequeno, em Lisboa.

Encontro Poético no Palácio Galveias




Realiza-se amanhã, sábado, entre as 18h00 e as 20h00, mais um Encontro Poético no Palácio Galveias (Campo Pequeno – Lisboa) organizado pela Associação Portuguesa de Poetas, desta vez em comemoração do 25 de Abril.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen


Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva; Música: José Afonso; Sonoplastia: Fernando Ladeira

Liberdade






















Fotografia de Sérgio Guimarães



No dia 25 de Abril de 1974 Portugal terminava definitivamente meio século de opressão, medo e atraso.

Houve duas senhas. A primeira, às 22.55h do dia 24 de Abril de 1974, para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas, foi dada por João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa:
«Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74, E Depois do Adeus ...».

E Depois do Adeus*

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.



A 2ª senha foi dada pela canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso (composta em homenagem à "Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense", onde José Afonso tinha actuado, no dia 17 de Maio de 1964), gravada por Leite de Vasconcelos e posta no ar por Manuel Tomás, no programa Limite da Rádio Renascença, às 0.20h do dia 25, sendo antecedida pela leitura da sua primeira quadra. Foi o sinal para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava terreno.

Grândola, Vila Morena**

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade



Depois, fez-se a leitura de poemas da autoria de Carlos Albino, jornalista do República e colaborador naquele programa, que, a pedido de Álvaro Guerra e do comandante Almada Contreiras, tinha ficado incumbido de enviar senhas para sincronizar o golpe do MFA.

Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 04:20h

Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
As Forças Armadas Portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo.
Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessária.

Comunicado do MFA do dia 25 de Abril de 1974 às 14:30h

Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas.
Pretendendo continuar a informar o País sobre o desenrolar dos acontecimentos históricos que se estão processando, o Movimento das Forças Armadas comunica que as operações iniciadas na madrugada de hoje se desenrolam de acordo com as previsões, encontrando-se dominados vários objectivos importantes de entre os quais de citam os seguintes:
- Comando da Legião Portuguesa
- Emissora nacional
- Rádio Clube Português
- Radiotelevisão Portuguesa
- Rádio Marconi
- Banco de Portugal
- Quartel-General da Região Militar de Lisboa
- Quartel-General da Região Militar do Porto
- Instalações do Quartel-Mestre-General
- Ministério do Exército, donde o respectivo Ministro se pôs em fuga
- Aeroporto da Portela
- Aeródromo Base n.º 1
- Manutenção Militar
- Forte de Peniche

S. Ex.ª o Almirante Américo Tomás, S. Ex.ª o Prof. Marcelo Caetano e os membros do Governo encontram-se cercados por forças do Movimento no quartel da Guarda Nacional Republicana, no Carmo, e no Regimento de Lanceiros 2 tendo já sido apresentado um ultimato para a sua rendição.
O Movimento domina a situação em todo o País e recomenda, uma vez mais, a toda a população que se mantenha calma. Renova-se, também, a indicação já difundida para encerramento imediato dos estabelecimentos comerciais, por forma a não ser forçoso decretar o recolher obrigatório.
Viva Portugal!

* Música: José Calvário; Letra: José Niza
** Música e Letra: José Afonso

domingo, 22 de abril de 2007

Lisboa Cidade do Livro 2007










Lisboa assinala o Dia Mundial do Livro, a 23 de Abril, como ponto de partida para uma série de iniciativas em redor da leitura, do livro e dos autores, com lançamentos de livros, encontros com escritores, conferências, colóquios, exposições, ciclos de cinema, iniciativas de rua e vendas de livros a baixo custo.
Lisboa Cidade do Livro antecede a 77ª Feira do Livro de Lisboa (de 24 de Maio a 10 de Junho, no Parque Eduardo VII).

Programação para a próxima semana:

Exposição Possibilidades
Trabalhos de António Gonçalves.
12 de Abril a 20 de Maio
Galeria Galveias

Microclima: bd e ambiente
A partir do visionamento de curtas-metragens de animação sobre as questões do ambiente será construído um atelier de banda desenhada.
17 de Abril a 5 de Maio
10.30h e 14.30h
Bedeteca de Lisboa

Leituras Soltas
Performances a partir de textos seleccionados de obras literárias.
23 de Abril, 16.30h
Biblioteca Municipal (BM) Central
BM Orlando Ribeiro

Exposição de Câmara Leme, Pavia e Manuel Lapa
Exposição dos trabalhos destes três capistas famosos.
23 a 27 de Abril, 10.00h às 18.00h
Clube Português de Artes e Ideias

Improvisos de Poesia
Percurso pela Poesia Portuguesa com João Loy e Paulo Espírito Santo.
23 de Abril, 21.30h
BM Orlando Ribeiro

Macroclima: bd e ambiente
Comemoração do Dia Mundial do Livro e do 11.º aniversário da Bedeteca.
Atelier de bd em fim-de-semana.
21 e 23 de Abril, 16.00h
Bedeteca de Lisboa

O Futuro dos Jornais
Mesa-redonda sobre o futuro dos jornais, das revistas e das hemerotecas na era dos jornais digitais e das revistas electrónicas.
Participantes: Joaquim Vieira (Observatório da Imprensa) e Rita Espanha (Obercom/Observatório da Comunicação)
23 de Abril, 18.00h
Hemeroteca Municipal de Lisboa

Feira de Jornais e Revistas Antigas
Em colaboração com os alfarrabistas do Bairro Alto.
23 de Abril
Hemeroteca Municipal de Lisboa

Exposição Lisboa Luanda Maputo
Reúne trabalhos de artistas plásticos portugueses, angolanos, moçambicanos.
Até 24 de Abril
Cordoaria Nacional – Galeria do Torreão Nascente

Os livros do Carmo e da Trindade
Venda de livros manuseados e de livros em saldo.
23 a 29 de Abril
Segunda, Terça, Quinta e Sexta-feira – das 15.00h às 23.00h
Quarta-feira e Sábado – das 10.00h às 23.00h
Domingo – das 10.00h às 15.00h
Largo Trindade Coelho

Comemoração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor
Oferta de um livro, ou de uma colecção de marcadores de livros aos utilizadores do Serviço de Leitura deste equipamento. Apresentação do novo site do GEO.
23 de Abril
Gabinete de Estudos Olisiponenses

Rua do Livro
Feira do Livro na Rua Augusta.
23 de Abril, 10.00h às 20.00h
Rua Augusta

Megasaldos do Dia Mundial do Livro
23 de Abril, 10.00h às 24.00h
Casa Fernando Pessoa

Teatro de Marionetas Rapunzel
23 de Abril
Bedeteca de Lisboa
BM de Belém

Workshop "O Projecto de digitalização no Arquivo Municipal de Lisboa"
Workshop sobre o projecto de Digitalização no Arquivo Municipal de Lisboa, um sistema que garante a total segurança e integridade dos documentos, evitando a manipulação dos originais e facilitando o acesso à informação electronicamente.
23 de Abril, 18.00h
Arquivo Municipal de Lisboa
Arquivos Histórico e Intermédio

Workshop de Autobiografia
Dirigido por Alexandre Nave
24 de Abril, 19.00h
Casa Fernando Pessoa

Exposição virtual de documentos da Divisão de Gestão de Arquivos
Exposição virtual de documentos dos pólos do Arquivo Municipal de Lisboa relacionados com o tema Lisboa, Cidade do Livro.
24 de Abril a 30 de Maio
Portal do Arquivo Municipal de Lisboa

O Livro em Saldo
Venda de catálogos e monografias editados pela Divisão de Gestão de Arquivos a preço de conveniência.
24 de Abril a 30 de Maio
Arquivos Histórico e Intermédio: das 09.00h às 17.00h
Arquivo Fotográfico: das 10.00h às 18.30h
Arquivo da Arco do Cego

Montras bibliográficas
Mostra de livros com referências a documentos pertencentes ao acervo do Arquivo Municipal de Lisboa.
24 de Abril a 30 de Maio
Arquivo Municipal de Lisboa

O fascismo nunca existiu?
Debate animado por Júlio César Reis a partir do livro de Eduardo Lourenço
26 de Abril, 21.30h
Livraria Fábula-Urbis

Lançamento do romance "Niassa" de Francisco Camacho
Apresentado por José Eduardo Agualusa
26 de Abril, 18.30h
Casa Fernando Pessoa

Livros em Desassossego: Para que servem os prémios literários?
Debate com Baptista-Bastos, Dulce Maria Cardoso, Mafalda Lopes da Costa, Eduardo Pitta e Carlos da Veiga Ferreira. Moderação de Carlos Vaz Marques.
26 de Abril, 21.30h
Casa Fernando Pessoa

Lançamento de CD de Poesia de Cabo Verde
Apresentação do CD de Afonso Dias sobre Poesia de Cabo Verde e sete poemas de Sebastião da Gama.
27 de Abril, 18.30h
Casa Fernando Pessoa

Leitura do Sermão da Sexagésima do Padre António Vieira
Com a participação de José Manuel Mendes
27 de Abril, 21.00h
Igreja de S. Roque

Visita ao Teatro da Trindade
28 de Abril, 11.00h
Teatro da Trindade

Teatro de Robertos Português
Espectáculo de rua.
28 de Abril, 16.00h
Largo Trindade Coelho

Grupo de batuque Finka Pé
Espectáculo de rua.
28 de Abril, 18.00h
Largo Trindade Coelho

Exposição Entre a Palavra e a Imagem
Reúne trabalhos de artistas plásticos portugueses, espanhóis e brasileiros
Até a 29 de Abril
Museu da Cidade (Pavilhão Preto e Pavilhão Branco)

Sugestão da Andante para esta semana

Semiologia

Digo: o amor. Há palavras que parecem sólidas,
ao contrário de outras que se desfazem nos dedos.
Solidão. Ou ainda: medo. As palavras, podemos
escolhê-las, metê-las dentro do poema como
se fosse uma caixa. Mas não escondê-las. Elas
ficam no ar, invisíveis, como se não precisassem
dos sons com que as dizemos.

Nuno Júdice

Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva; Música: Sétima Legião; Sonoplastia: Fernando Ladeira


Próximos espectáculos da Andante:
23 Abril de 2007
Às escuras, o amor
Biblioteca Municipal de Caldas da Rainha, 15.00h

24 Abril de 2007
Às avessas
Biblioteca Municipal de Alpiarça, 09.30h e 14.30h

25 Abril de 2007
Às escuras, o amor
Biblioteca Municipal de Mértola
Cine-Teatro Marques Duque, 21.30h

26 Abril de 2007
Às escuras, o amor
Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira, 15.30h

27 Abril de 2007
Às escuras, o amor
Biblioteca Municipal de Tábua, 22.00h

sábado, 21 de abril de 2007

Praça com Livros




A "Praça com Livros" está a decorrer em Mem Martins, das 12.30h às 20.30h, no Átrio Chaby (perto da estação do comboio).
Esta mostra de poetas e escritores tem apresentações de livros e sessões de autógafos todos os dias, até ao seu encerramento que será no dia 23.
Uma iniciativa do Centro Comercial Atrium Chaby, com o apoio da Casa das Cenas - Educação Pela Arte.

BiblioFesta'07



















A BiblioFesta'07 dedicada à Poesia, encerra hoje, sábado, com Manuel Alegre e a actuação do Grupo de Intervenção Poética PIM!, da Associação Cultural Conflito Estético, na Biblioteca Municipal de Oeiras.
A partir das 21:30h, na sessão «Café com Letras» o jornalista Carlos Vaz Marques entrevistará o poeta Manuel Alegre e de seguida, o Grupo de Intervenção Poética PIM! promete provocar «furor desconcertante» com a «performance Volte-Face», uma exibição que integra declamação, música ao vivo, projecção de vídeos e dança contemporânea.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Na estante de culto








Pequena Antologia da Poesia Palestiniana Contemporânea

Selecção e tradução de Albano Martins
Com um desenho de Alberto Péssimo
Edições ASA
(Colecção: Pequeno Formato)
1ª edição de Fevereiro de 2004


“É raro que uma poesia tome assim forma entre o céu e a terra. O que quer dizer quanto a tarefa dos poetas palestinianos é complexa, quase inédita. Eles não podem escrever senão com o que lhes foi usurpado. A sua poesia é a de ferida aberta, de uma memória que está sempre em risco de se romper, de uma fascinação pela morte, caminho necessário da ressurreição”.
É assim que Abdellatif Laâbi vê a poesia palestiniana contemporânea. E alguns dos seus momentos mais dilacerantes, mais líricos, mais trágicos, mais dignos da grande tradição da poesia árabe encontram-se nestas páginas escolhidas e traduzidas por um notável poeta português – Albano Martins.


Os amantes

Ninguém acredita nos amantes
Enquanto estão vivos, os cafés fecham à hora
e os táxis são raros depois da meia-noite
A própria noite não acredita neles
e retira-se cedo dos jardins públicos
para invadir os quartos de dormir
onde as paredes gemem sob o peso das coisas
E, quando morrem, os seus caixões são estreitos
como os dos outros

Khayri Mansur

Pessoa em voz alta

Tenho dó das estrelas

Tenho dó das estrelas
Luzindo há tanto tempo,
Há tanto tempo...
Tenho dó delas.

Não haverá um cansaço
Das coisas,
De todas as coisas,
Como das pernas ou de um braço?

Um cansaço de existir,
De ser,
Só de ser,
O ser triste brilhar ou sorrir...

Não haverá, enfim,
Para as coisas que são,
Não a morte, mas sim
Uma outra espécie de fim,
Ou uma grande razão
Qualquer coisa assim
Como um perdão?

Boiam leves, desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das águas.

Boiam como folhas mortas,
À tona de águas paradas.
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.

Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve mágoa, breve tédio,
Não sei se pára, se flui;
Não sei se existe ou se dói.

4/8/1930
Fernando Pessoa
Cancioneiro

Na voz de Luís Gaspar:

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Recital em Queluz



Este sábado, 21 de Abril, no Espaço Lavadouro (em frente ao Palácio Nacional de Queluz), pelas 16 horas, o Grupo de Jograis U... Tópico vai homenagear Fernando Lopes Graça, enquanto escritor, por ocasião do 100.º aniversário do seu nascimento. Com coordenação e apresentação de Maria de Lurdes Esteves, e colaboração de Maria Dinah na leitura de dois poemas, o Grupo de Jograis lerá pequenos excertos de trechos escritos por Fernando Lopes Graça e dirá cinco poetas da geração da "Presença" (João José Cochofel, José Régio, Carlos de Oliveira, Miguel Torga e José Gomes Ferreira).

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Traz outro amigo também!...

















A Câmara Municipal de Cascais convida para a Homenagem a José Afonso, que terá lugar no próximo dia 20 de Abril, às 21h00, na Biblioteca Municipal de Cascais (Rua das Travessas, Bairro Massapés, Tires - São Domingos de Rana).
Programa:
- Abertura da Exposição José Afonso, Poeta, Andarilho, Cantor
- Conferência José Afonso nas Escolas, por Joaquim Pessoa, Helena Afonso e Miguel Gouveia
- Recital de guitarra por Sebastião Antunes
- Actuação do Grupo Coral Discantus

Capricho 43 de Carlos Vaz


















A terceira obra da trilogia da experiência de Carlos Vaz será apresenta na próxima quarta-feira, dia 18, pelas 21h30m, na Feira do Livro de Braga

Com Capricho 43, Carlos Vaz recebeu recentemente o prémio da literatura António Paulouro, e é, segundo o mesmo, a última obra da Trilogia da Experiência (juntamente com Seres de Rã e A Casa de Al’isse). Como o nome indica, a trilogia denomina-se desta forma, por nas obras referidas o autor procurar gerar novas experiências de leitura através de encontros com personalidades reais ou imaginárias. Na obra Capricho 43, Carlos Vaz procurou, desta vez, originar experiências com o encontro da série Caprichos, de Goya, principalmente com aquela que é intitulada de Capricho 43 e que deu origem ao título da obra. Por razões que têm a ver com este desenho, o autor confessou-nos que, de início, o livro estaria para se chamar O Sonho da Razão Produz Monstros. Na verdade esta é a verdadeira fórmula de leitura para todo o enredo da obra. Logo nas primeiras páginas do livro, o texto dá-se ao diálogo com o seu leitor, sugerindo que este prenda, à ponta do dedo, o fio de todo o enredo da obra, para que assim não se perca ao longo da viagem e dos estranhos encontros com Goya. Para além deste pintor, encontramos experiências causadas pelo texto quer originadas pelo prisma que Isaac Newton traz para a história, quer com o aparecimento final da figura mitológica de duas caras, Janus. Estranhamente, o fio é desenrolado à medida que avançamos na obra e embarcamos num pesado tanque de cimento com a figura materna, e ao mesmo tempo de conforto, em toda a obra, a Mãe.
Segundo a autora do posfácio, Maria Teresa Dias Furtado:
O romance Capricho 43, de Carlos Vaz, é um texto surpreendente, muito original, inovador e rico em conteúdo (…) Estamos perante um texto em movimento, por vezes alucinante. O tanque onde a mãe lava roupa torna-se barco, nele embarcam mãe e filho, Goya e Newton. O narrador tem consciência explícita de que há um movimento textual, algo que acontece para além do real quotidiano, para depois a este regressar na parte final, em que se explicitam ilações acerca do que aconteceu até então (…) Mas, independentemente destes suportes literários, Carlos Vaz ata os seus próprios nós no fio que escolhe, dialoga com as “cabeças” convocadas para a sua viagem textual, longe e perto do mundo, unindo razão e sonho, “arquitectando ilhas” com pontes de sentido entre si. A busca é textual, mas o mundo fica enriquecido.
Para além do posfácio de Maria Teresa Dias Furtado, a obra Capricho 43 conta ainda com um trabalho de capa do pintor Júlio Cunha.
Carlos Vaz nasceu em 1970, no concelho de Caminha e é licenciado em Filosofia e Humanidades. Tem ainda o mestrado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Publicou livros de poesia, romance e ensaio, para além de participar em diversas antologias de conto e poesia. Autor de obras como: “Laivo”, “Seres de Rã”, “A Casa de Al’isse”, e o premiado ensaio “Diários de um Real-Não-Existente”. Em 2005, foi lhe atribuído o Prémio Nacional de Literatura Vergílio Ferreira (Gouveia) e mais recentemente, o Prémio Literário António Paulouro.

Para saber mais:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Vaz
www.editoralabirinto.com
www.carlosvaz.net
www.carlosvaz.blogspot.com

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Sugestão da Andante para esta semana

Grammatica Rudimentar

Aquelle Manuel do Rego
É rapaz de tanto tino
Que em lirio põe sempre y grego,
E em lyra põe i latino!

E como a gente diz ceia
Escreve sempre ceiar;
Assim como de passeia
Tira o verbo passeiar!

Nunca diz senão peior
Não só por ser mais bonito,
Mas porque achou num auctor
Que deriva de sanskrito.

Escreve razão com s,
E escreve Brasil com z:
Assim elle nos quizesse
Dizer a razão porquê!

Também como diz — eu soube
Julga que eu poude é correcto:
Temo que a morte nos roube
Rapazinho tão discreto!

É um gramático o Rego!
É um purista o finorio...
Se Camões fallava grego,
E o Vieira latinorio!


João de Deus

Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva; Música: Pascal Comelade; Sonoplastia: Fernando Ladeira


A Andante vai estar estar nos Açores, em Angra do Heroísmo, nos próximos dias 13, 16, 17, 18 e 19 de Abril de 2007 com o espectáculo de Poesia:
"Às escuras, o amor"
Na Biblioteca Pública de Angra do Heroísmo
Centro Cultural de Angra do Heroísmo, sempre às 10h00 e 14h30
Mais informações sobre este espectáculo, aqui.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Lançamento de livro de Poesia e Fotografia






Lançamento do Livro "Simbiose"
14 Abril, sábado, pelas 18h30
Na Biblioteca Municipal de S. João da Madeira

Autores:
Adriana Silva, Ângela Almeida, Daniel Camacho, Débora Regadas, Fátima Morão, Filipe Santos, Filomena Tavares, Linda Neto, Marco Tavares, Nuno Domingues, Patrice Almeida, Pedro Bastos, Ricardo Tavares, Rosa Familiar, Salomé Pinto, Susana Moura, Vítor Zarro

Poetas e fotógrafos de S. João da Madeira e arredores juntaram-se a outros autores de Norte a Sul de Portugal e concretizaram o sonho de editar uma colectânea de poesia e fotografia. "Provocação poética ou insubmissão fotográfica", como se lê no prefácio da obra, [Simbiose] reúne poemas e fotografias unidos pelo aroma subjectivo de quem contempla as páginas, intercaladas com versos e imagens captadas pela objectiva.

Do realismo ao abstracto, passando pelo surrealismo, texto e imagem mergulham numa profusão de estilos e tendências, que navegam ao sabor do escritor e do fotógrafo. Em contradição ou harmonia, cabe ao leitor encontrar o clímax desta relação de opostos que se atraem.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

The Garden of Proserpine



Here, where the world is quiet;
.....Here, where all trouble seems
Dead winds’ and spent waves’ riot
..... In doubtful dreams of dreams;
I watch the green field growing
For reaping folk and sowing,
For harvest-time and mowing,
..... A sleepy world of streams.

I am tired of tears and laughter,
..... And men that laugh and weep;
Of what may come hereafter
..... For men that sow to reap:
I am weary of days and hours,
Blown buds of barren flowers,
Desires and dreams and powers
..... And everything but sleep.

Here life has death for neighbour,
..... And far from eye or ear
Wan waves and wet winds labour,
..... Weak ships and spirits steer;
They drive adrift, and whither
They wot not who make thither;
But no such winds blow hither,
..... And no such things grow here.

No growth of moor or coppice,
..... No heather-flower or vine,
But bloomless buds of poppies,
..... Green grapes of Proserpine,
Pale beds of blowing rushes
Where no leaf blooms or blushes
Save this whereout she crushes
..... For dead men deadly wine.

Pale, without name or number,
..... In fruitless fields of corn,
They bow themselves and slumber
..... All night till light is born;
And like a soul belated,
In hell and heaven unmated,
By cloud and mist abated
..... Comes out of darkness morn.

Though one were strong as seven,
..... He too with death shall dwell,
Nor wake with wings in heaven,
..... Nor weep for pains in hell;
Though one were fair as roses,
His beauty clouds and closes;
And well though love reposes,
..... In the end it is not well.

Pale, beyond porch and portal,
..... Crowned with calm leaves, she stands
Who gathers all things mortal
..... With cold immortal hands;
Her languid lips are sweeter
Than love’s who fears to greet her
To men that mix and meet her
..... From many times and lands.

She waits for each and other,
..... She waits for all men born;
Forgets the earth her mother,
..... The life of fruits and corn;
And spring and seed and swallow
Take wing for her and follow
Where summer song rings hollow
..... And flowers are put to scorn.

There go the loves that wither,
..... The old loves with wearier wings;
And all dead years draw thither,
..... And all disastrous things;
Dead dreams of days forsaken,
Blind buds that snows have shaken,
Wild leaves that winds have taken,
..... Red strays of ruined springs.

We are not sure of sorrow,
..... And joy was never sure;
To-day will die to-morrow;
..... Time stoops to no man’s lure;
And love, grown faint and fretful,
With lips but half regretful
Sighs, and with eyes forgetful
..... Weeps that no loves endure.

From too much love of living,
..... From hope and fear set free,
We thank with brief thanksgiving
..... Whatever gods may be
That no life lives for ever;
That dead men rise up never;
That even the weariest river
..... Winds somewhere safe to sea.

Then star nor sun shall waken,
..... Nor any change of light:
Nor sound of waters shaken,
..... Nor any sound or sight:
Nor wintry leaves nor vernal,
Nor days nor things diurnal;
Only the sleep eternal
..... In an eternal night.

Algernon Charles Swinburne

Hoje nasceu...




5 de Abril de 1837

Algernon Charles Swinburne

Poeta inglês








Artigos relacionados:
Biografia
Poemas: Deitado ; The Garden of Proserpine

Algernon Charles Swinburne

Algernon Charles Swinburne, nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 5 de Abril de 1837. Filho de almirante e neto de condes, passou a infância na ilha de Wight e estudou em Eton e Oxford, mas abandonou a universidade (1860) sem se formar, para se dedicar à sua obra poética.
Autor de extensa obra, caracterizada pelo abuso de efeitos como a aliteração e as rimas e considerado como precursor do simbolismo, Swinburne abandonou a tradição vitoriana para abraçar a corrente decadentista. Nos seus versos o aspecto formal da riqueza vocabular, da musicalidade e do ritmo prevalece sobre o conteúdo que reflecte uma concepção panteísta da natureza.
Obras:
"Atalanta in Calydon" (1865), "Poems and Ballads"(1866), "Songs Before Sunrise" (1871), as peças "Chastelard" (1865), "Bothwell" (1874) e "Mary Stuart" (1881) e monografias críticas sobre Shakespeare (1880), Victor Hugo (1886) e Ben Jonson (1889).
Faleceu em 1909.

Deitado

Deitado a dormir entre os afagos da noite
Vi o meu amor debruçar-se sobre o meu leito triste,
Pálida como a mais escura folha do lírio ou corola
De pele macia e escura, o pescoço nu para ser mordido,

Transparente de mais para corar, tão quente para ser branca,
Apenas de uma cor perfeita sem branco nem vermelho.
E os lábios abriram-se-lhe amorosamente e disseram
Nem sei bem o quê, excepto uma palavra Deleite.

E a face dela era toda mel na minha boca,
E o corpo dela todo pasto a meus olhos;
Os braços longos e lentos, as mãos quentes de fogo,

As ancas frementes, o cabelo a cheirar a Sul,
os pés leves luzentes, as coxas esplêndidas e dóceis
E as pálpebras fulgentes com o desejo da minha alma.

Algernon Charles Swinburne

Na voz de Luís Gaspar:

Oficina poética por Pedro Sena-Lino









Alargar o conhecimento teórico-prático sobre a linguagem poética e criar ferramentas para a leitura e comunicação são os principais objectivos do ateliê de escrita criativa "Processo e oficina do poema", que a editora Cosmorama organiza no Clube Literário do Porto a partir de hoje.

O poeta e crítico literário Pedro Sena-Lino vai dinamizar um conjunto de sessões divididas em três partes, que versam temas tão distintos como os constituintes e a estrutura interna de um poema (ritmo, sintaxe, imagens, formas), metáforas ou a revisão e aplicação dos conceitos utilizados na revisão de poemas dos participantes.

Horários: 16h - 17:30h; 21:30h - 23h

Dias: 5, 12, 19, 26 de Abril e 3, 10 e 17 de Maio (7 sessões de 90 minutos)

Preço: 70 euros

As inscrições para o curso podem ser feitas no Clube Literário do Porto ou através do correio electrónico (andreia_f@hotmail.com )
Mais informações em: http://www.clubeliterariodoporto.org

Poetas portugueses nos transportes públicos de Washington







Numa iniciativa enquadrada nas comemorações do cinquentenário dos Tratados de Roma, que fundaram a UE, organizada pela representação da Comissão Europeia na capital norte-americana com a colaboração dos 27 estados, serão lidos durante o mês de Maio, poemas de autores dos 27 estados membros da União Europeia.
De Portugal, serão lidos excertos de «Os Lusíadas», de Camões, «Mar», de Sophia de Mello Breyner Andresen, «Coração Polar», de Manuel Alegre, «Chuva Oblíqua», de Fernando Pessoa, e «Áspera Vida», de Vitorino Nemésio.
Ao longo do mês serão lidos cinco poemas de cada país na língua original e numa tradução inglesa, no metropolitano e nos autocarros de Washington.
As participações dos restantes países ainda não são conhecidas.
Estarão em breve disponíveis mais informações em: europeanpoetryinmotion.eu.
A Comissão Europeia considera que esta é «uma grande oportunidade para os Estados-membros divulgarem a sua língua e literatura e ao mesmo tempo apoiarem os Estados Unidos no seu esforço para promover a literacia».
Neste projecto, a Comissão Europeia conta com o apoio da Autoridade dos Transportes de Washington, a Comissão para as Artes e Humanidades da capital dos Estados Unidos e da Sociedade Americana de Poesia, entre outras entidades.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Novidades Quasi





Omertà

Poesia
Vasco Gato








Antologia Poética
Poesia
Org. e Prefácio de Ana Marques Gastão e posfácio de António Osório
Maria Valuppi

Grande Prémio de Poesia APE/CTT para António Ramos Rosa



António Ramos Rosa recebeu ontem, pelo seu livro «Génese», o Grande Prémio de Poesia APE/CTT 2005, que classificou como «um dos prémios mais valiosos» com que foi distinguida a sua extensa obra.

O poeta recebeu pela segunda vez este galardão (a primeira foi em 1989, ano em que foi criado, pela recolha «Acordes») criado pela Associação Portuguesa de Escritores e patrocinado pelos Correios de Portugal numa cerimónia que decorreu no auditório da sede dos CTT, em Lisboa.
No valor de 5.000 euros, o prémio destina-se a distinguir anualmente um livro de um autor português publicado integralmente e em primeira edição no ano a que respeita o concurso, não sendo admitidas obras póstumas.
Na edição de 2005, o galardão foi atribuído a Ramos Rosa por unanimidade de um júri composto por Ana Gabriela Macedo, Ana Paula Arnaut e Manuel Gusmão.
O seu livro «Génese» já tinha sido anteriormente distinguido com dois outros galardões literários: o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio PEN Clube de Poesia, ambos referentes a obras publicadas em 2005.

Novidades Campo das Letras









ZECA AFONSO - O Andarilho da Voz de Ouro

José Jorge Letria (texto); Evelina Oliveira (ilustração)

José Afonso foi um grande cantor e um grande poeta português, e é essa memória que deve ficar presente e projectar-se para o futuro, vinte anos depois da sua morte.
Neste livro, José Jorge Letria, que foi um dos companheiros do cantor antes do 25 de Abril, conta aos mais novos o que foi a vida do homem que escreveu e cantou "Grândola, Vila Morena", senha musical do 25 de Abril. Ouvir José Afonso, o Zeca, é a melhor homenagem que lhe podemos prestar, hoje e sempre. "O Andarilho da Voz de Ouro" é uma história poética sobre um grande músico-poeta, que pode ser lida por crianças e adultos, se possível com as suas canções em fundo. A importância da sua obra vai muito para além da intervenção política. As canções que escreveu são uma parcela importante da cultura portuguesa do século XX. Tudo isso é dito neste livro com as palavras do afecto e da poesia partilhada. Porque o Zeca continua a cantar para todos nós, como só ele sabe.

Uma edição Campo das Letras a sair em Abril.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Dia Internacional do Livro Infantil

O Dia Internacional do Livro Infantil comemora-se a 2 de Abril, data do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. A celebração deste dia é uma iniciativa da IBBY (International Board on Books for Young People), que se realiza anualmente desde 1967, com o principal objectivo de promover o livro infantil e o prazer da leitura nas crianças. O patrocinador de 2007 é a secção nacional do IBBY da Nova Zelândia.

Deixo-vos com duas sugestões. A primeira é a audição de um poema de Sidónio Muralha interpretado pela Andante.
A segunda é que visitem a Casa da Leitura, onde poderão encontrar mais poemas de Sidónio Muralha e de outros poetas que escreveram poesia para os mais novos.


A caminhada

Nessa mata ninguém mata
a pata que vive ali,
com duas patas de pata,
pata acolá, pata aqui.

Pata que gosta de matas
visita as matas vizinhas,
com as suas duas patas
seguidas de dez patinhas.

E cada patinha tem,
como a pata lá da mata,
duas patinhas também
que são patinhas de pata.


Sidónio Muralha




Voz: Cristina Paiva; Sonoplastia: Fernando Ladeira