terça-feira, 31 de julho de 2007

Novidades Campo das Letras








Ardem as Trevas
e Outros Lugares

de Helena Carvalhão Buescu




Talvez tenha sido esse o dia (foi seguramente)
em que falaste de asas,

como se a noite as fizesse crescer

por delas falarmos:

e houvesse, ao nosso lado,

o intermitente rufar das suas penas.


E esse o dia em que,

de noite,

seguraste o dorso dos anjos, sobressaltados,

e do que fora descanso

nasceu, portanto, sabermos do sobressalto deles,

quando o voo rasante das aves

deixou no horizonte

a linha dura que é a de

para ela olharmos, contra o sol:

nele se destacou, a negro,

a cor branca da lua.


Helena Carvalhão Buescu é professora na Faculdade de Letras de Lisboa, onde trabalha nas áreas de Literatura Comparada e Literatura Portuguesa. As suas áreas de interesse abrangem sobretudo os séculos XIX e XX e ainda a problemática teórica da literatura. Colabora regularmente com Universidades estrangeiras (Europa, Estados Unidos, Brasil), onde tem sido professora ou investigadora.
É membro da Academia Europaea.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Prémio DST, este ano para Poesia

Já abriram as inscrições para a 13ª edição do Grande Prémio de Literatura DST - Domingos Silva Teixeira.
O prémio, no valor de 15 mil euros, tem por objectivo distinguir uma obra em português, cujo autor seja nascido ou residente em território nacional.
A edição de 2007 distinguirá um livro de poesia que tenha sido publicado em primeira edição no biénio anterior.
A atribuição deste prémio é rotativa, distinguindo alternadamente um livro de poesia num ano e, no seguinte, um livro de prosa.
Os concorrentes ao Grande Prémio de Literatura DST devem enviar a concurso quatro exemplares para o endereço da empresa, Rua de Pitancinhos, Ap. 208, Palmeira 4711-911 Braga, até 04 de Outubro.
Os resultados das candidaturas serão conhecidos a 1 de Dezembro.

sábado, 28 de julho de 2007

Na estante de culto






A Leve Têmpora do Vento
Carlos de Oliveira
Antologia Poética
Selecção e nota de João Pedro Mésseder
Edições Quasi, 2001






Só, em meu quarto, escrevo à luz do olvido;
deixai que escreva pela noite dentro:
sou um pouco de dia anoitecido
mas sou convosco a treva florescendo.

Por abismos de mitos e descrenças
venho de longe, nem eu sei de aonde:
sou a alegria humana que se esconde
num bicho de fábulas e crenças.

Deixai que conte pela noite fora
como a vigília é longa e desumana:
doira-me os versos já a luz da aurora,
terra da nova pátria que nos chama.

Nunca o fogo dos fáscios nos cegou
e esta própria tristeza não é minha:
fi-la das lágrimas que Portugal chorou
para fazer maior a luz que se avizinha.


Carlos de Oliveira nasceu no Brasil em 1921, filho de pais portugueses, e faleceu em Lisboa em 1981. Poeta e romancista, além de cronista, crítico e tradutor, despertou para a escrita no seio da geração dos neo-realistas, em Coimbra. Publicou, em prosa, Casa na Duna, Alcateia, Pequenos Burgueses, Uma Abelha na Chuva e Finisterra: paisagem e povoamento. Em poesia, escreveu Turismo (1942), Cantata (1960) e Pastoral (1977), entre outros.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Hoje nasceu...





26 de Julho de 1875

Antonio Machado

Poeta espanhol




Artigos relacionados:

Poemas: Chamou meu coração, um claro dia...
Chamou meu coração, um claro dia,
com um perfume de jasmim, o vento.

– Em troca deste aroma,
todo o aroma de tuas rosas quero.

– Não tenho rosas, flores
em meu jardim não há: todas morreram.

– Levarei o soluçar das fontes,
as folhas pálidas, as pétalas já secas.

Fugiu o vento... Meu coração sangrava...
Alma, que é feito do teu jardim deserto?

Antonio Machado
(tradução de José Bento)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Poesia & Músicas do Mundo
Na Biblioteca Municipal de Ílhavo, no próximo dia 23 de Julho, pelas 21h30.
Org.: Rota da Poesia – Associação Cultural
Apoio: Câmara Municipal de Ílhavo
Terá lugar no próximo dia 21 de Julho pelas 15.30 horas, na Biblioteca Municipal D. Miguel da Silva, em Viseu, a apresentação do novo livro de Porfírio Al Brandão "Infracarnália" editado pela Palimage Editores.
A obra será apresentada por Martim de Gouveia e Sousa (poeta, ensaísta e crítico literário).
Haverá, no final, leitura de poesia pelo grupo de poetas “Sarau dos Danados”.
A Biblioteca D. Miguel da Silva situa-se próxima da Loja do Cidadão, em Viseu.

Porfírio Al Brandão é o pseudónimo literário de Evaristo Almeida Martins, nascido em França a em 1979, tendo crescido e sido educado em Fráguas, freguesia do Concelho de Vila Nova de Paiva. Depois de “Ancoradouro” este é o seu segundo livro de poesia.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Vítor Silva Tavares & etc



"Resistência é a palavra"
A & etc está quase a fazer 35 anos.
Vítor Silva Tavares faz hoje 70 anos.
Para quem não leu a entrevista a Vítor Silva Tavares da editora & etc publicada ontem no jornal PÚBLICO, feita pela jornalista Alexandra Lucas Coelho, pode lê-la aqui, em versão integral.

Poesia em Coimbra














“Caminhos do Sonho”
é o tema da última "Terça-Feira de Minerva" antes de férias, hoje, 17 de Julho, pelas 21h30, na Livraria Minerva (Rua de Macau 52, Bairro Norton de Matos, em Coimbra).
Com organização do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e da Livraria Minerva, a sessão será dividida em duas partes:
Na primeira parte poetas das Edições MinervaCoimbra, e outros, lerão poesia de sua autoria cujo tema é o Sonho.
Na segunda parte haverá leitura de poemas pelo grupo de teatro Thíasos, com colaboração de José Ribeiro Ferreira, homenageando especialmente dois autores: Antero de Quental e Cecília Meireles.
A entrada é livre, e todos os que tenham poemas dedicados ao Sonho e que não excedam uma página A4 podem participar nesta sessão lendo os seus poemas.

As Terças-Feiras de Minerva regressam a 18 de Setembro.

Neruda: Poesia e Teatro




Está a decorrer na Casa da América Latina, até ao final do mês de Julho, uma exposição documental sobre a vida e obra do poeta chileno Pablo Neruda, numa colaboração com a Companhia de Teatro de Almada, em que se incluem documentos alusivos à produção de O Carteiro de Neruda, de Antonio Skarmeta, que a Companhia estreou em 1997 e que ainda mantém em digressão.
A Casa da América Latina fica na Av. 24 de Julho, 118-B, em Lisboa.

segunda-feira, 16 de julho de 2007









Na próxima sexta-feira 20 de Julho, na Fábrica Braço de Prata (Livrarias Ler Devagar/Eterno Retorno), pelas 22 horas, na Sala Nietzsche, terá lugar uma sessão de apresentação do livro de Poesia "Órbitas Primitivas" de Paulo Renato Cardoso (Quasi, 2007).
A Fábrica Braço de Prata fica entre Santa Apolónia e o Parque das Nações.
Mais informações, aqui: http://www.bracodeprata.org

domingo, 15 de julho de 2007

Na estante de culto









Degredo no Sul

Antologia de poemas
de Al Berto

Selecção e prefácio
de Paulo Barriga
Assírio & Alvim, 2007
Documenta poética /116


Este novo título nasce de uma parceria entre a Assírio & Alvim, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, da Associação Longitude Zero e do Centro Cultural Emmerico Nunes. Trata-se de uma antologia que reúne 48 textos literários de Al Berto intitulada "Degredo no Sul". Uma colecção dos "poemas alentejanos" do autor de "O Medo", por ocasião dos dez anos da sua morte. A selecção dos textos e o prefácio esteve a cargo do escritor e jornalista Paulo Barriga.
Al Berto passou grande parte da sua vida no Alentejo e sobre ele escreveu (nomeadamente sobre Sines, Vila Nova de Milfontes e São Torpes).
Destaque para Mar-de-Leva, um conjunto de sete textos dedicados a Sines, nos quais Al Berto revela o «gosto a salmoura e destruição que lhe ficou na boca com o progresso das máquinas do complexo industrial que um dia chegaram para talhar a cidade».
Meditação em São Torpes
(1979), Tentativas de Um Regresso à Terra (1980), O Último Habitante (1983), confissões e trajectos à volta da Quinta de Santa Catarina e textos dispersos sobre Milfontes e a rua do Forte, onde viveu Al Berto em Sines, são outros dos poemas do livro.
Da prosa, destaque para Degredo no Sul, o texto que dá nome ao livro e que Al Berto dedicou ao poeta de Beja Al-Mu'tamid.

Este livro de evocação de Al Berto foi lançado ontem, 14 de Julho, na casa do Alentejo (em Lisboa), e veio “fresquinho” para a Estante de Culto deste blogue.

sábado, 14 de julho de 2007

Fernando Echevarría vence Prémio Sophia de Mello Breyner

O poeta Fernando Echevarría venceu, com «Obra Inacabada», a edição de 2007 do Prémio Sophia de Mello Breyner Andresen.
Este prémio bienal, instituído em 2005 pela Câmara Municipal de S. João da Madeira em colaboração com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), tem por objectivo galardoar uma obra que reúna a totalidade dos livros de poesia de autor português.
Na primeira edição foi distinguida a antologia «O Poeta na Rua», de António Ramos Rosa.
Publicada pelas Edições Afrontamento, «Obra Inacabada» reúne a produção poética de Fernando Echevarría nos últimos 50 anos.
Filho de pai português e mãe espanhola, Fernando Echevarría nasceu em Cabezón de la Sal (Santander, Espanha) em 1929 e veio para Portugal aos dois anos para, mais tarde, voltar a Espanha a fim de estudar Filosofia e Teologia.
Regressou a Portugal em 1953, tendo entretanto vivido exilado em Paris e Argel.
O poeta foi recentemente condecorado pelo Presidente da República com a Ordem do Infante D. Henrique.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Homenagem

Praia da Batata, Lagos, 20 horas, quinta-feira, 12 de Julho. Tinha acabado de fazer alguns cortes superficiais e vários hematomas na coxa esquerda, depois de atravessar uma pequena gruta e saltar de metro e meio para cima de um rochedo cheio de limos.
Não me senti o homem mais infeliz do mundo. Senti-me apenas estúpido, consciente da pequena gravidade dos cortes. Era apenas um incómodo. Estava um final de tarde maravilhoso e preparava-me para ler PÚBLICO, JOGO, BOLA e RECORD num ambiente de paz e silêncio.

Coloquei o meu saco Adidas com perto de 25 anos (oferecido pelo meu amigo Kiko, após umas férias em Espanha) em local visível (não fosse um amigo do alheio gostar de relíquias) e fui para a água. A água em Lagos é muito fria, mas neste caso era óptimo. O frio seria o cicatrizante perfeito para ajudar a estancar o sangue, que não corria abundante, mas escorria de mansinho, insinuante. O sal e o iodo são também óptimos para situações destas. E o meu
escasso sangue não ia contaminar as águas, pois ninguém se encontrava por perto numa área de 50 metros. Nem chamar tubarões.

Fiquei por ali 15 minutos, de costas para a água, sempre com o meu saco à vista, a 60 metros, com as mãos por cima da testa, a fazer de pala, dado o contra-luz.

Saí da água, avaliei o grau de cicatrização dos cinco ou seis arranhões, espantei-me com a velocidade com que os hematomas se atenuaram (as nódoas negras tinham desaparecido a 80%, apesar do ligeiro inchaço) e fui para cima do pontão, ler os jornais, em cima da toalha.

Ponho o chapéu, ajusto os óculos escuros, procuro a melhor posição perante o sol e agarro no JOGO. Sinto-me invadir por aquela sensação de agarrar num jornal em que me sinto em casa, apesar de já não colaborar com a publicação. Mas é lá que tenho muitos amigos, como em tantos outros jornais.

Começo sempre pela última página. Primeiro quero ler as modalidades. E foi aí que sofri o corte mais profundo da tarde:

FALECEU VASCO HENRIQUES

Faleceu ontem (quarta-feira, 11), numa unidade hospitalar do Porto, o jornalista Vasco Henriques. Tinha 45 anos, pouco menos de metade deles passados na Redacção de O JOGO, até a doença prolongada o ter afastado do trabalho e da nossa companhia diária. Deixa esposa, filha e uma imensidão de amigos fiéis que a profissão lhe permitiu coleccionar, de uma forma muito própria e sempre prolífica. Só hoje (quinta-feira, 12) serão feitos os preparativos para o funeral, pelo que ainda não nos é possível dar essa informação. O JOGO apresenta à família sentidas condolências.


Fiquei a olhar para aquilo e duas lágrimas escorreram-me dos olhos. Por uma pessoa que nunca tinha visto pessoalmente, mas com quem falara muitas vezes ao telefone, por causa de serviços enviados de Lisboa para a Redacção do Porto. Claro que a urgência dos fechos nos obrigava a diálogos breves, na maior parte do tempo. Mas houve ocasiões em que estreitámos laços através de uma troca de pequenos pormenores pessoais. O Vasco era uma voz amiga que eu não ouvia há anos.

Telefonei ao Barbedo Magalhães (editor de Modalidades de O JOGO) e perguntei-lhe se a família não gostaria de ver publicado um poema meu em homenagem ao Vasco. O Barbedo disse que sim. Telefonei à Inês e perguntei-lhe se podia, uma vez mais, abusar da generosidade dela, pois não conheço espaço mais digno para homenagear os que partem do que este blogue dedicado à poesia. E as lágrimas estão já a escorrer-me outra vez pelos olhos.

Meia-hora depois de ter lido a notícia fúnebre tinha escrito este poema. Saí da praia decidido a beber duas ou três Guiness à memória do Vasco, pois Guiness era a cerveja favorita de outro querido amigo que desapareceu, o Fernando Alves Serra, da primeira Comunidade de Leitores da Culturgest.

Acabei a pagar o jantar a dois músicos de jazz franceses que tocavam Django em dueto de violas na principal rua de Lagos. E a morte do Vasco ficou mais suave.
O poema, com um grande abraço à família e a todos os camaradas de O JOGO é este:


UM GOLPE NA ALMA

Sabes, Vasco, nunca te vi o rosto
só te ouvi a voz
nesse Porto-Lisboa telefónico qu'era nosso

Sabes, Vasco, estou a sangrar
fiz mesmo agora um corte numa perna
e estou a mentir-te, Vasco

Fiz dois cortes, um na perna
nos rochedos
da Praia da Batata, em Lagos

E outro, muito mais profundo
na alma, que o sal e o iodo
não podem cicatrizar

Sabes, Vasco, eu não te conheci
mas ouvir a tua voz
não será conhecer-te um bocadinho?

Estou de férias, Vasco
com gritos de gaivotas
que não me deixam dormir

É tão injusto sentir-me assim
com raiva das gaivotas
quando tu nunca mais as ouvirás

Quando desceres à terra, Vasco
e nem sei se o teu corpo
viajará pelo fogo até onde não sei

Leva um pouco deste sol algarvio
desta brisa e destas lágrimas sinceras
de um homem que nem sequer te conheceu

Luís Graça, 12/7/2007, 20h29m

PS: À noite, no meu quarto de hotel, peguei finalmente nos jornais. Eram quase três da madrugada. Comecei a folhear o Record. E a página 39 era totalmente dedicada ao Professor Fernando Ferreira, fundador do jornal.
Morreu o Professor Fernando Ferreira.
"É" — disse-me ele; "destes já não se fabricam" — respondeu o Professor a Rui Cartaxana, quando o ex-director do Record lhe disse que o achava em perfeira forma física, já nos seus oitenta e picos.
Fernando Ferreira nasceu a 21/8/1918 e faleceu a 10/7/2007.

Do professor Fernando Ferreira conhecia a voz, conheci o olhar, conheci as fotos do atleta esbelto, conheci a voz e o carácter romântico e "duro de roer", no bom sentido. E estreitámos laços em meados dos anos 80, nos debates de um ciclo de cinema que decorreu no S. Luiz, denominado "Cinema e Desporto".

Pois é. Estamos de férias. Vamos à praia, lemos o JOGO e morre um camarada. Jantamos com dois músicos de jazz, adocicamos a alma, chegamos ao hotel, comemos qualquer coisa, vimos para a varanda ouvir as gaivotas (impossível não as ouvir), sentir a brisa. Deitamo-nos na cama do quarto do hotel, ganhamos coragem para folhear os jornais e sabemos da partida de um amigo.

À família e amigos do professor, os meus sentidos pêsames. Hoje à noite, não sei se vou com familiares ver "As obras completas de Shakespeare em 97 minutos". Se me apanharem a rir, Fernando e Vasco, não fiquem zangados. Estou só a tentar resistir até saber da próxima morte de um amigo.

Já não tenho forças para ficar escondido num cantinho a chorar-vos. Cada morte é como um estágio para um próximo desaparecimento. E preciso destes intervalos para ganhar balanço.

Agora parei de chorar.

Luís Graça

Site dedicado a David Mourão-Ferreira em Itália




Depois das actividades de homenagem a David Mourão-Ferreira, no passado mês de Maio, intituladas “A Nostalgia dos Movimentos Puros” (no ano em que se celebram os 80 anos sobre o nascimento do poeta), o Centro Studi Lusofoni da Universidade de Bari divulga agora a obra literária de David Mourão-Ferreira, bem como as actividades desenvolvidas no âmbito da Lusitanística, naquela cidade, através de um novo site, aqui.

O Centro Studi Lusofoni - Cátedra David Mourão-Ferreira apresenta este meio informático de divulgação da obra literária do poeta, ensaísta e tradutor, patrono da Cátedra da Universidade de Bari, evidenciando a ligação do autor a Itália, difundindo as traduções inter-semióticas da obra davidiana, no cinema, na música e nas artes plásticas.

Este site permitirá ainda expor igualmente outros aspectos da Lusitanística tais como a Revista On-line Quaderni davidiani dirigida por Joana Varela e Fernanda Toriello e a apresentação das culturas de todos os países lusófonos.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Um olhar sobre Fernando Pessoa








A Associação de Estudantes da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa vai expôr na Casa Fernando Pessoa uma série de trabalhos inspirados em Fernando Pessoa. Uma variedade de perspectivas que acentuam facetas particulares do poeta, da sua vida, de trechos de obras suas, caracterizadas através da ilustração, da banda-desenhada e do cartoon.
A exposição estará patente de 13 de Julho a 20 de Setembro no espaço-galeria do terceiro andar da Casa Fernando Pessoa.
Entrada livre.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Novidades Cotovia





Ensaios sobre Píndaro

Org: Frederico Lourenço

Textos de: Maria de Fátima Sousa e Silva , Maria do Céu Fialho, Sofia Frade, Maria Mafalda Viana, Carlos A. Martins de Jesus, Carlos Morais, António de Castro Caeiro, José Pedro Serra, Ana Lúcia Curado, Luísa de Nazaré Ferreira, Maria Fernanda Brasete, José Ribeiro Ferreira, Frederico Lourenço , Pedro Braga Falcão, Martinho Soares, Marta Várzeas, Delfim F. Leão.

Píndaro foi o maior poeta lírico da Grécia antiga, admirado e imitado de Horácio a Hölderlin. Neste livro inovador, dezassete helenistas portugueses debruçam-se sobre os poemas mais representativos do genial compositor lírico, de modo a tornar acessível ao público em geral o ideário estético e o universo conceptual de um dos mais arrojados e originais poetas de todos os tempos.





Degredo no Sul

Antologia de poemas de Al Berto
por Paulo Barriga
Assírio & Alvim

A Longitude Zero – Associação é parceira da Assírio & Alvim, do Diário do Alentejo e do Centro Cultural Emmerico Nunes, em Sines, na edição de uma antologia de poemas de Al Berto intitulada "Degredo no Sul". Trata-se de uma colecção dos "poemas alentejanos" do autor de "O Medo", por ocasião dos dez anos da sua morte, que será lançada no próximo dia 14 de Julho, pelas 16H00, na casa do Alentejo, em Lisboa.
Na ocasião serão ditos em voz alta poemas de Al Berto, pelo poeta e declamador Henrique Matos e será feita a apresentação da obra pelo antologiador, Paulo Barriga, pelo editor, Manuel Rosa, e pelo director do Diário do Alentejo, Francisco do Ó Pacheco.
Mais informações sobre Al Berto e a sua obra aqui, contactos para esclarecimentos ou entrevistas aqui.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Novidades Quasi






"Carreira do Fruto"

Poesia
Juan Carlos Reche
tradução de Pedro Santa Maria de Abreu

"Carreira do Fruto" é um conjunto de 30 poemas (como os anos que o autor tinha aquando da sua conclusão) que propõem uma saída do beco da pós-modernidade através de uma poesia profunda e de cuidada linguagem mas que nunca esquece o equilíbrio do verdadeiro poema.
Uma carreira rumo a uma ilha (anunciada no início do livro) e que não é outra que a da percepção da realidade no seu estado puro, sem egos mas com todos os atractivos oferecidos por essa mesma realidade.
Uma ilha finalmente atingida no último poema do livro.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Novidades Caminho


"101 Poetas. Iniciação à poesia em língua portuguesa"

Organização de Inês Pupo
Género: Infantil-Juvenil/ Poesia
Editorial Caminho, Junho 2007

"Qualquer leitor poderá por si só encontrar aqui os poetas que se tornarão seus companheiros para o resto da vida. Leituras feitas na sala de aula, sob orientação do professor, e em parceria com colegas da mesma idade, hão-de proporcionar experiências inesquecíveis e de efeito decisivo no amor pela língua e pela literatura."
Ana Maria Magalhães



"Auto-Retrato"
João Melo
Editorial Caminho, Junho 2007
Género: Poesia
Colecção: «Outras Margens», n.º 65


Auto-Retrato

I
Todos os materiais servem ao poeta:
o som de um tambor,
a angústia de uma mulher nua,
a lembrança de uma utopia.

A vida deposita, diariamente,
no altar profano da poesia,
a sua dádiva generosa:
estrelas e detritos.

E tudo a poesia sacrifica.

II
Para amar um poema,
é preciso ter coração e
sangue nas veias.

E que o poema seja uma carícia
ou um soco na boca do estômago.





"Deserto Pintado"
Isabel Cristina Pires
Editorial Caminho, Junho 2007
Género: Poesia
Colecção: «O Campo da Palavra», n.º 154



Rochas

O líquido anil evola-se do chão.
Há nele coisas que se cruzam.
Dança sufocada, convergência.
Turbilhão.
Jogo
da terra que respira. Aguda
morte, agudo fim.



"Dois Corpos Tombando na Água"
Alice Vieira
Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho 2007
Editorial Caminho, Maio 2007
Género: Poesia
Colecção: «O Campo da Palavra», n.º 156


entrego-te as palavras
que entre meus dedos construí
para alimentar de ti os recantos da casa
invadindo o coração da noite

entrego-te as palavras com a redonda luz
das maçãs sobre a mesa e o rumor da água
rasgando o caminho da paixão
em horas que já não conseguimos sem ajuda recordar
mas que habitam a mais frágil memória de nós próprios

palavras jorrando dos meus olhos
invadindo-te o sono e tropeçando
nas esquinas das frases que decoro
ao longo dos veios da tua pele

sábado, 7 de julho de 2007

Tertúlia Lisboeta de Blogues

Geraldes Lino, especialista em Banda Desenhada, autor dos blogues "Divulgando Banda Desenhada" e "Fanzines de Banda Desenhada" e Fundador e organizador da Tertúlia de Banda Desenhada de Lisboa que comemorou no passado dia 5 de Junho o seu 22º aniversário, inicia hoje 07/07/07 uma nova tertúlia, desta vez formada por gente activa da blogosfera, os chamados bloguistas (ou "bloggers").
E visto que estamos em Lisboa e a ideia é aqui que nasce, Geraldes Lino deu-lhe o título de Tertúlia Lisboa de Blogues.

Mais informações sobre esta tertúlia, aqui.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Na estante de culto







Luís Graça, como já aqui tinha anunciado, editou no mês passado três livros (em edição de autor).
Um deles é este "15 Desatinónimos para Fernando Pessoa", um livro de contos inspirados em Fernando Pessoa.

Convido-vos a uma leitura com diversão, de contos escritos com paixão. A paixão que Luís Graça nutre por Fernando Pessoa aliada ao seu já tão reconhecido sentido de humor.
Em vez de um Pessoa cinzento, a que muitos sempre nos quiseram habituar, Luís Graça apresenta-nos assim um Pessoa divertido, sarcástico, um Pessoa que se passeia pelo mundo de hoje, em fantasma, nos seus heterónimos "desatinados" que assim fizeram nascer o título "15 desatinónimos de Fernando Pessoa".
Abram as vossas mentes para ler estes 15 contos. Se os lerem de mente aberta verão que são uma delícia. E que se irão divertir pelas viagens do "Nandinho". Uma lufada de ar fresco e de cor neste mundo tão cinzento que é o nosso.
O livro pode ser adquirido à cobrança, enviando um e-mail para o autor (lg.vongrazen@gmail.com).


Excerto do conto "Explicações de Inglês":

"Eduardinho chegou à Brasileira mesmo em cima da hora.
Fernando António já se encontrava sentado à mesa, com um bagaço à sua frente. O petiz estava algo intimidado, mas por fim lá se aproximou do poeta, que tinha um ar estranho.
— Deves ser o Eduardinho, que vem para a explicação de inglês.
Eduardinho disse que sim com a cabeça. Fernando António indicou-lhe a cadeira do lado.
— Senta-te aí, petiz. Já tomaste o pequeno-almoço?
Eduardinho esclareceu que tinha tomado um sumo de laranja.
— Um sumo de laranja não é nada. Um petiz como tu precisa de alguma coisa substancial, para aguentar um dia inteiro de provações. Ó Lopes, são mais dois bagaços!
O Lopes trouxe mais dois bagaços e colocou-os à frente de Fernando António. O poeta empurrou um para Eduardinho. Dois ou três pingos de bagaço escorreram pelas bordas do cálice e ficaram a evaporar-se em cima da mesa.
— Ó petiz, isto não custa nada. Olha para mim !
E pronto. Não custou mesmo nada. Fernando António atirou um bagaço, de penalty, como é de bom tom, pelas goelas abaixo.
— Viste? Isto não custa nada. É sempre a aviar. Beber bagaço é dar de comer a um milhão de portugueses.
Eduardinho olhou para Fernando António e percebeu que a vida não continuava se não bebesse o bagaço. Experiência inédita. Mas se o cálice parecia estar cheio de água, não podia ser assim muito difícil. Atirou a cabecita para trás e lá desapareceu o primeiro bagaço da sua vida.
Um violento ataque de tosse tomou imediatamente conta do corpo franzino de Eduardinho. Algumas senhoras finas invectivaram o poeta.
— Parece impossível. A dar bagaço à criança... o senhor é um irresponsável...
— Ó minha senhora, circunde-se de rosas. Beba, ame, cale-se. O mais é nada...
Eduardinho começou a recuperar o fôlego. Sem saber como nem porquê, um sorriso aflorou-lhe os lábios. O poeta aparou o sorriso do petiz com elegância e devolveu-lhe a graça com um sorriso ainda mais aberto.
— Bagaço, Eduardinho. O bagaço é que nos salva! Há por aí outra pinga boa, mas o bagacinho é que faz andar o mundo. Estás a perceber?

As senhoras finas levantaram-se da mesa do lado e desceram em direcção ao Rossio. Não se podia estar ao lado do poeta, cada vez mais bêbado, cada dia mais insuportável, com as suas manias e maluquices.
— Queres comer alguma coisa, ó miúdo ? Come chocolates, pequeno, come chocolates. Olha, pede uma tablette pequenina e molha a pontinha no bagaço. Ah! pois é, já não temos bagaço. Ó Lopes, faça-me um favor. São mais dois bagaços e um chocolate fininho para o miúdo... mas olhe, daqueles que caibam no cálice...
O Lopes trouxe mais dois bagaços e um chocolate fininho, com papel às risquinhas, que Eduardinho tomou a seu cargo com prontidão.
— Ó sôr Fernando, o miúdo aguenta-se no balanço com os bagaços? Se calhar era melhor travar um bocadinho...
— Ó Lopes, não me diga que está como as lambisgóias do chazinho e scones... este miúdo tem pinta de ser de boa cepa... não é, Eduardinho? Olha, petiz, mergulha a pontinha do chocolate e trinca... isso mesmo... estás a ver como é? Vou só beber mais um bagacinho e já começamos a explicação...
Pelas 11 horas da manhã, Fernando António Nogueira Pessoa, bagaceiramente atestado, iniciou a primeira explicação de inglês da vida de Eduardinho, que já tinha a boca doce do chocolate e o coração quente do bagaço. De modo que via o poeta a dobrar e ouvia a sua voz como se vinda do Além.
— Isto é fácil. O inglês é uma língua muito bonita. Vais ver que gostas. Eu não tive dificuldade nenhuma. Olha, vê lá se consegues perceber a minha letra e tenta ler o que está aí escrito.
— Verbo tóbé.
— Quase. Verbo to be. To be, was, been. Vamos começar pelo presente. I am, you are, he, she, it is; we are, you are, they are. Diz lá o que pensas disto.
— Os verbos ingleses têm muito ar.
— Por acaso é verdade. Nunca tinha pensado nisso. Sabes, o verbo to be é ser ou estar. É o primeiro verbo que se dá quando se quer começar a aprender inglês. Repete comigo! I am, you are, he, she, it is… ó Lopes, são mais dois… ai não queres? é só mais um afinal, obrigado... we are, you are, they are, como está o senhor? É o sr. Verde, também é poeta e anda por aqui pelo Chiado.
Por volta das 12 horas e 30 minutos, o poeta achou que Eduardinho podia fazer uma pausa no inglês. Estava na hora de almoçar.
(...)"

quinta-feira, 5 de julho de 2007




É já amanhã, 6 de Julho, a sessão de apresentação de «Máquina Royal - diário (2003-2004)» da autoria de Pompeu Miguel Martins (Editora Labirinto), pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa.
A apresentação da obra será efectuada pelo escritor e ensaísta Carlos Vaz e por Catarina Nunes.
No final, será servido um Porto de Honra.

As 7 Maravilhas da Escrita

A Roma Editora convida todos os interessados a tornarem-se co-autores de um dos 7 livros da Colecção "As 7 Maravilhas da Escrita," a começar em 2007 com:
a) poesia ou texto poético; b); conto; c) história infantil.
Texto inédito, máximo de duas pág. A4, corpo 12, espaço 1½ , margens 2 cm (a enviar de preferência em suporte informático ou e-mail).
Os autores dos textos seleccionados por um Júri presidido pelo Director da Roma Editora, poderão ver os seus textos publicados num dos livros e receberão ainda um exemplar (grátis). Cada pedido permitirá concorrer apenas a um dos géneros com um trabalho. Os direitos de autor (1€ por livro vendido) reverterão a favor de uma instituição de solidariedade social, a designar.
Msis informações e cupão de inscrição, no site da Roma Editora.

Novidades Quasi





"Diálogo de Vultos"
é o mais recente trabalho literário de Fernando Ribeiro editado nas Quasi Edições. A apresentação oficial do livro será feita por Bárbara Guimarães.
As apresentações terão lugar em 4 FNACs: Chiado, Algarve, St.ª Catarina e Coimbra, respectivamente nos dias 13, 15, 20 e 21 de Julho.


FERNANDO RIBEIRO é vocalista, letrista e alma da banda heavy-metal Moonspell tendo publicado dois livros de poesia: Como escavar um abismo (Círculo de Abuso) em 2001, reeditado pelas Quasi, e As Feridas Essenciais em 2004 (Quasi). Contribui irregularmente com artigos e contos para as várias publicações, escreveu as introduções para Os Melhores contos de Lovecraft (ed. Saída de Emergência) publicados este ano e traduziu para Português a biografia ficcionada em BD (Lovecraft) - Vitamina BD edições. Encontra-se de momento a produzir o primeiro DVD de Moonspell e a ultimar o oitavo disco da banda. Acaba de lançar um novo livro de poesia com o título Diálogo de Vultos e trabalha no seu primeiro romance O Bairro das Pessoas.

"Os Meus Livros" de Julho





A Revista “Os Meus Livros” é a única revista portuguesa dedicada ao mundo dos livros. Em cada edição, entre outros temas, a revista antecipa os títulos que vão ser lançados no mercado, os principais eventos em agenda para o mês, assim como analisa o conteúdo dos principais livros que estão no top de vendas. A revista faz a análise crítica dos principais livros que estão à venda nas livrarias, ajudando o leitor a decidir que livro comprar ao mesmo tempo que abre também um espaço à entrevista, conversando com notáveis escritores e editores, nacionais e estrangeiros.

Este mês de Julho, na Revista “Os Meus Livros”, destaque para uma entrevista com Annie Proulx, autora de dezenas de contos e de quatro romances, que aqui fala sobre o seu trabalho e sobre os livros que podemos ver publicados em português, e, uma outra entrevista, com Pedro Bandeira Freire, escritor, poeta, argumentista e autor de programas de televisão e rádio (foi também um dos primeiros programadores de cinema em Portugal e proprietário dos cinemas Quarteto — que comprou nos anos 70, transformando-os em salas de cinema alternativas, que passavam os filmes portugueses), que aqui fala do seu mais recente livro editado pela Guerra & Paz “Entrefitas e Entretelas”, um livro recheado de histórias, boémia e paixões, que não esconde a nostalgia.
Também em destaque, nesta edição, um Especial Livros de Viagens: os destinos, os autores e os seus sonhos, organizados de A a Z.
E, ainda...
- Os TOPS de vendas de livros (Portugal e estrangeiro)
- Espaços Loja 107: A livraria mais famosa das Caldas da Rainha
- Sites e blogues sobre livros na internet.
- Agenda cultural de Julho sobre: feiras, programas, debates, colóquios...
- Uma selecção atenta e criteriosa do mais interessante que vai sendo colocado à venda nas livrarias.
- Livros de Bolso
- Edições dos CTT
- Mercado Livros de Memórias
- Novidades em Livros de Culinária
- Novidades em Livros de poesia: Os novos livros de Alice Vieira, João Melo e Fernando Tordo.
- Uma crónica sobre Boris Vian
- Rui Vieira, um jovem romancista, com duas obras publicadas e uma delas premiada.
- Pré-publicação “Não Sou o Único”, a biografia de Zé Pedro, guitarrista dos Xutos & Pontapés.
- Conversa com Pedro Lains
- Análise e classificação de alguns dos títulos mais importantes lançados nos últimos tempos.
- Obras portuguesas recentemente editadas.
- Secção infantil, com escolha adequada para diversas idades.
- Passatempo “Deste gostei!”, jovens leitores que escrevem sobre um livro de que gostaram.
- Os títulos que as editoras vão lançar em Julho.
- Crónica Ruben Obadia

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Novidades Pena Perfeita






O Anjo e a Sombra

Teixeira de Pascoaes e a Filosofia Portuguesa
Autor: Pedro Martins
Género: Filosofia

Sinopse:
"Neste seu primeiro livro, Pedro Martins tomou como ponto de partida a filosofia portuguesa, tal como Álvaro Ribeiro a definiu e caracterizou, para lhe vincular a obra heterodoxa de Teixeira de Pascoaes, a partir de dois dos seus cumes poéticos: a magistral Elegia do Amor, de 1906, e o monumental Regresso ao Paraíso, de 1912, que o vate de Gatão considerou ser o seu livro definitivo. Concebendo a Saudade, na esteira de Álvaro Ribeiro, como uma alegoria da tradição, o autor identifica no Regresso ao Paraíso uma representação alegórica do advento da Idade do Espírito Santo, numa leitura em que igualmente faz notar, no pensamento de Teixeira de Pascoaes, a forte influência do zoroastrismo persa, da Cabala judaica e da gnose cristã de Dante e dos fiéis-do-Amor. "







Arte Régia
Autor: Eunice Ribeiro
Género: Estudos Literários

Sinopse:
"Ambíguo, redundante, excessivo, teatral – sem todavia se ter mostrado modernisticamente experimental ou vanguardisticamente iconoclasta –, Régio adoptou um modelo particularíssimo de exibição que passava por uma consciência poética e estética de extraordinária abrangência, uma consciência pancrónica e sincrética, assimiladora de tempos, géneros e estilos artísticos. Derivará daí, certamente, uma fundamental resistência à catalogação que explica a equívoca mitologia crítica entretanto gerada em seu torno: clássico, romântico, barroco, modernista, expressionista... José Régio sofreu duplamente, em termos literários e hermenêuticos, os efeitos de uma identidade artística estilhaçada. Na verdade, sofreu-os multiplicadamente, se acrescentarmos aos do escritor, os seus mencionados exercícios plásticos, vertente medular da escrita regiana que se tem encarado com alguma inocência e desatenção."






Será lançado na Casa dos Poetas de Celanova, já no próximo dia 6 de Julho, pelas 20 horas, o último livro do pintor/poeta Baldo Ramos, “O Ourego e o Compás”, numa sessão que contará com a presença de Manuel Vilanova, Antonio Pinheiro e Antonio Mourinho.
A obra foi editada pela Fundação Curros Enríquez, que se estreia assim na edição, e que pretende, até ao fim deste ano, editar também um guia literário dos autores de Celanova.
Depois da sessão de apresentação, terá lugar um concerto com Olga Andrés.
A Fundação Curros Enríquez tem por objectivo promover e difundir a vida e obra do poeta Curro Enríquez e de outros poetas relacionados com Celanova – Ourense (na Galiza).

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Livrarias de culto




As livrarias Ler Devagar e Eterno Retorno, antigamente instaladas no Bairro Alto, em Lisboa, inauguraram uma nova livraria comum, na antiga fábrica de Braço de Prata, entre Santa Apolónia e o Parque das Nações.
O novo espaço, situado num edifício já parcialmente recuperado, com mais de 600 metros quadrados de área coberta, tem a funcionar, por enquanto, três salas de livraria, cinco espaços de galeria, um bar/concerto e um cine-teatro.
Existe ainda uma esplanada ao ar livre, um jardim de Inverno, postos de acesso à Internet, uma loja de roupa em segunda-mão e vários espaços para o lançamento de livros, conferências, debates e reuniões, equipados com meios audiovisuais.
Numa segunda fase, com inauguração prevista para o início de Outubro, serão ainda instalados uma nova galeria, uma loja de música e cinema, uma livraria infantil, uma sala de jogos (com bilhar, ténis de mesa e torneios de xadrez) uma esplanada coberta e um “drive-in” com cinema ao ar livre.
O novo projecto conjunto da Eterno Retorno e da Ler Devagar assume a forma de uma associação cultural. Para a inauguração das novas instalações, foi retomada a tradição das Festas de São Boaventura, que criaram quando partilhavam uma rua no Bairro Alto. As Festas decorrem até ao final de Julho, às quintas, sextas-feiras e sábados, a partir das 20h00. Do programa das festas, fazem parte um arraial de santos populares na esplanada ao ar livre, concertos de jazz, cinema em sessões contínuas, teatro e performances e cinco exposições individuais, além de livros a preços reduzidos.
Durante as festas, a Eterno Retorno e a Ler Devagar pretendem apresentar o seu plano de actividades para o próximo Outono/Inverno.
Visitem o site, aqui.

Fernando Pessoa, Poeta Inglês




Encontro com Luísa Freire, Richard Zenith e Teresa Rita Lopes.
12 de Julho, às 19h, na Casa Fernando Pessoa.
Serve de pretexto a edição de mais um volume da Obra Essencial de Fernando Pessoa (Assírio & Alvim), este dedicado à Poesia Inglesa.
Os poemas serão lidos por Amanda Booth e por João Grosso.
Entrada livre.

domingo, 1 de julho de 2007

Cabo Verde na Casa Fernando Pessoa






4 de Julho (quarta-feira)
18h30: Lançamento do CD de poesia de Cabo Verde e sete poemas de Sebastião da Gama, com a apresentação de Afonso Dias.
21h30: Cabo Verde na voz de todos os poetas. Poetas lêem autores de Cabo Verde: Francisco José Viegas, Dora Ribeiro, Luís Carlos Patraquim, José Luís Peixoto, José Luís Tavares, José Hopfer Almada e Alexandre Cunha.
Música de Cabo Verde ao vivo. Pontche de honra.
Emissão de rádio em simultâneo (Portugal-Cabo Verde) a partir da Casa Fernando Pessoa para assinalar o dia 5 de Julho, Dia da Independência de Cabo Verde.
Entrada livre.