quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Prémio Daniel Faria 2008 para José Luís Peixoto

José Luís Peixoto venceu o Prémio Daniel Faria 2008, um prémio instituído anualmente pela Câmara Municipal de Penafiel, as Quasi Edições e os herdeiros de Daniel Faria, na modalidade de Poesia.
O júri, constituído por Francisco José Viegas, Jorge Reis-Sá, Tito Couto e Vera Vouga, atribuiu o prémio ao original "Gaveta de Papéis", a concurso sob o pseudónimo de André Serrano.
O livro será publicado em Março nas Quasi Edições.
José Luís Peixoto é um dos nomes mais importantes da nova geração de escritores portugueses. A sua obra narrativa encontra-se traduzida em vários idiomas e a sua poesia recebeu os maiores elogios do público e da crítica. O livro de poemas "A Criança em Ruínas", publicado nas Quasi Edições em 2001, teve já sete edições, tendo vendido mais de 10 000 exemplares, caso raro, senão inédito, no panorama da edição de poesia em Portugal.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Sugestões para os próximos dias


30 de Janeiro (quarta-feira):


LISBOA - Lançamento
30 de Janeiro, pelas 21h30, apresentação do livro de Teresa Machado “A-Ti-Tu-De”.
Leitura e canto de poemas pela autora; Rui Serôdio – piano.
Teresa Machado é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Em “A-Ti-Tu-De”, Teresa Machado reúne 230 poemas prefaciados por António Manuel Couto Viana.
Na Livraria Fabula Urbis (Rua de Augusto Rosa, 27 - Lisboa).


LISBOA - Lançamento
30 de Janeiro, às 21 horas, na Casa da América Latina, em Lisboa: a Ardósia, Associação Cultural lança mais um livro da Colecção Pasárgada. Trata-se da antologia Oiro de Minas, a nova poesia das Gerais, organizada por Prisca Agustoni, de nacionalidade suíça, escritora, mestre na área da Literatura Hispânica e Filosofia pela Universidade de Genebra e doutora em Literaturas de Língua Portuguesa.
O livro reúne a geração de poetas mais significativa do Estado de Minas Gerais dos últimos 30 anos: Eustáquio Gorgone de Oliveira, Donizete Galvão, Júlio Polidoro, Ricardo Aleixo, Maria Esther Maciel, Fernando Fábio Fiorese Furtado, Edimilson de Almeida Pereira, Iacyr Anderson Freitas, Wilmar Silva e Fabrício Marques.
A Casa da América Latina fica na Av. 24 de Julho, 118B, próximo à estação de Santos, em Lisboa.

FARO – Oficina de Poesia
Hoje, 30 de Janeiro, pelas 15h00, no Solar do Capitão-Mor (Faro):
Oficina "A Poesia Entrou em Cena" por Cláudia Andrade
Organização: Município de Faro
Dirigido a alunos do Ensino Secundário



31 de Janeiro (quinta-feira):

FARO – Poesia em Cena
No Teatro Lethes, em Faro: "Ela Uma Vez" Poesia em Cena por Cláudia Andrade.
A peça concebida e interpretada pela actriz Cláudia Andrade pretende fazer uma «homenagem à poesia e às mulheres».
Organização: Município de Faro
Dia 31 de Janeiro às 21h30
Produção: Próxima Estação- Associação Cultural; Com Textos Poéticos de: Adélia Prado, Adília Lopes, Ana Hatherly, Ana Luísa Amaral, Elisa Lucinda, Marina Colasanti e Natália Correia. Concepção Plástica: Joana Patrício e Maria João Marques; Música Original: Teresa Gentil.


1 de Fevereiro (sexta-feira):

LISBOA - Palestra na Galeria Matos Ferreira
Palestra: Os Poetas do Amor II: Mikhail Naymi e o maravilhoso "Livro de Mirdad", pelas 21h30.
Proferida por Teresa Mira de Azevedo.
A Galeria Matos Ferreira fica no Bairro Alto (R. Luz Soriano, 14 e 18), em Lisboa.


PORTO - Exposição no Clube Literário do Porto
Numa parceria entre a Associação Venceslau de Morais e o Clube Literário do Porto, inaugura hoje, na sala da Galeria do Clube Literário do Porto, a exposição "Camilo Pessanha: o poeta ao longe".
O Clube Literário do Porto fica na Rua Nova da Alfândega, n.º 22 (Porto) e está aberto de segunda a domingo, das 13h à 1h.



BEJA - Espectáculo "Às escuras, o amor"
Hoje, 1 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Beja, pelas 21.30h, a Andante apresenta o espectáculo "Às Escuras, o Amor".
"Às Escuras, o Amor" (que é também o título de um poema de David Mourão Ferreira) é um espectáculo com poesia, maioritariamente de autores portugueses, sobre a temática do Amor.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Prémio D. Dinis para Manuel Alegre


O Prémio D. Dinis 2008 foi atribuído ao poeta Manuel Alegre pelo livro de Poesia «Doze Naus» (editado em 2007 pelas Publicações Dom Quixote) por um júri constituído pelos poetas Vasco Graça-Moura, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral.
Desde a sua criação, em 1980, o Prémio D. Dinis foi já atribuído a Agustina Bessa Luís, Sophia de Mello Breyner Andresen, Eugénio de Andrade, José Cardoso Pires, António Franco Alexandre, José Saramago e António Lobo Antunes, entre outros.

O Último Passageiro em Braga

Vai ter lugar amanhã, sábado, na Livraria Centésima Página, a apresentação do livro "O Último Passageiro" de José Dias Egipto, (Edições Calígrafo), pelas 16 horas, com sessão de autógrafos.

A Livraria Centésima Página fica na Casa Rolão, Av. Central nº 118-120, em Braga.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Poesia à Cappella no Porto

Com a presença dos poetas João Ribeiro, Rui Amaral Mendes e José Rui Teixeira.
Conversa cruzada e leitura de poemas dos seus mais recentes livros.
Sessão de autógrafos.

25 de Janeiro - 22 horas
Capela de Fradelos (Rua Guedes de Azevedo, 50 - Porto)

Mais informações sobre estes autores, aqui.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Miguel Torga na Escola Secundária Alves Martins - Viseu



21 a 30 de Janeiro – Exposição sobre vida e obra de Miguel Torga
26 de Janeiro – Percurso Torguiano em Coimbra
29 a 30 de Janeiro – Feira do Livro com obras de Miguel Torga

A Escola Secundária Alves Martins (em Viseu) vai ter ao longo deste ano lectivo uma série de actividades de homenagem à obra de Miguel Torga cujo projecto tem o título "Desenrolou-se-me um poema". Nesta 2ª quinzena de Janeiro haverá uma exposição e uma feira do livro a decorrerem no átrio da escola. E no próximo sábado, 26 de Janeiro, os professores organizaram uma visita à Casa Museu Miguel Torga, em Coimbra, e um percurso aos locais da Coimbra de Torga. Esta visita está aberta a toda a comunidade, pelo que basta reservar lugar.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Outras sugestões para os próximos dias


19 de Janeiro (sábado):


LARANJEIRO - Apresentação de livros de Poesia

Lançamento do livro de poemas In "Ventar a Vida", de Maria Petronilho
Apresentação da Antologia "10 Rostos da Poesia Lusófona" apresentada pelo seu editor, Fernando Oliveira
Convívio/jantar, na Av. Professor Ruy Luís Gomes, 5 R / C - Dtº - Laranjeiro, pelas 19 horas
Tel. 21-2551296

LISBOA – Pessoa no D. Maria II

“Turismo Infinito”
Na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, de 11 de Janeiro a 26 de Janeiro de 2008.
3ª a Sábado às 21h30; Domingo às 16h00.
Peça com dramaturgia de António M. Feijó - recorrendo à obra de Pessoa, dos heterónimos e das cartas de amor de Ofélia Queirós. Partindo de um convite para co-produção do teatro da Comédie de Reims e de Emmanuel Demarcy-Mota, e de uma proposta antiga de António M. Feijó, o encenador Ricardo Pais propõe-nos uma viagem ao intrincado universo da vida e obra de Fernando Pessoa.
Com: João Reis, Emília Silvestre, Pedro Almendra, José Eduardo Silva e Luís Araújo.


22 de Janeiro (terça-feira):

BRAGA – Lançamento de Livro de Poesia

O lançamento da mais recente recolha de poemas de Francisco José Viegas, "Se me Comovesse o Amor" (Edições Quasi), terá lugar hoje, 22 de Janeiro, pelas 21h30, na Fnac do Braga Parque.






25 de Janeiro (sexta-feira):

PORTO – Lançamento de Livro no CLP

Hoje, 25 de Janeiro, no Auditório do Clube Literário do Porto, pelas 21h30:
Apresentação do Poemário: «Catálogo de Venenos» de Marilar Aleixandre.
Apresentação de José António Gomes.






LOULÉ – Espectáculo “A Ver o Mar”

Hoje, 25 Janeiro, pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Loulé, a Andante apresenta o espectáculo “A ver o mar”
Um espectáculo de poesia sobre o mar.
Entrada livre.





Mais informações: http://www.andante.com.pt/averomar.html


LISBOA - Palestra na Galeria Matos Ferreira

Palestra: Os Poetas do Amor (I): Khalil Gibran e o "Profeta", pelas 21h30.
Proferida por Teresa Mira de Azevedo.


A Galeria Matos Ferreira fica no Bairro Alto (R. Luz Soriano, 14 e 18), em Lisboa.

PORTO - Leitura de Poesia

"O Preço do Progresso" é o mote da sessão de Janeiro, inserida nas já habituais leituras mensais de poesia organizadas pela Livraria Poetria. José Carlos Tinoco e Cláudia Novais, acompanhados pelo piano de Juca Rocha, dirão poemas de Álvaro de Campos, Teixeira de Pascoaes, Camilo Pessanha, Cesário Verde, António Gedeão, Miguel Torga, Daniel Maia-Pinto Rodrigues e de Carlos Drummond de Andrade. Dia 25, Sexta-feira, pelas 22h00 no Café Progresso (Rua Actor João Guedes, n.º 5 – Porto).



26 de Janeiro (sábado):

LISBOA – Homenagem a Ulisses Duarte

Hoje, 26 de Janeiro, pelas 19 horas, no Palácio Galveias, a Associação Portuguesa de Poetas realiza uma homenagem ao poeta Ulisses Duarte.
O Palácio Galveias fica em Lisboa, no Campo Pequeno.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica para Amadeu Baptista


Amadeu Baptista é o vencedor da edição portuguesa do Prémio Internacional de Poesia
Palavra Ibérica.
O Prémio foi instituído pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e pelo Ayuntamiento de Punta Umbria, contando com a colaboração de «Sulscrito – Círculo Literário do Algarve».
Um júri constituído por José Mário Silva, António Carlos Cortez e Fernando Esteves Pinto, decidiu por unanimidade atribuir o prémio à obra intitulada «Sobre as Imagens», da autoria de Amadeu Baptista, de entre um conjunto de 138 originais apresentados a concurso.
«Sobre as Imagens» é constituído por um ciclo de catorze poemas, tendo por referência os 14 painéis provenientes do antigo retábulo da capela-mor da Sé de Viseu, agora expostos no Museu de Grão Vasco, nessa mesma cidade de Viseu.

Amadeu Baptista nasceu no Porto, a 6 de Maio de 1953.
É membro da Associação Portuguesa de Escritores e do Pen Clube Português.
Publicou as seguintes obras de poesia:
As Passagens Secretas, Coimbra, 1982
Green Man & French Horn (in A Jovem Poesia Portuguesa/2, em col.), Porto, 1985
Maçã [Prémio José Silvério de Andrade – Foz Côa Cultural, 1985], prefácio de Maria da Glória Padrão, Porto, 1986
Kefiah, prefácio de Floriano Martins, Viana do Castelo, 1988
O Sossego da Luz, posfácio de Vergílio Alberto Vieira), Porto, 1989
Desenho de Luzes (edição galaico-portuguesa), Corunha, Galiza, Espanha, 1997
Arte do Regresso (pelo primeiro capítulo deste livro, Cúmplices, recebeu o Prémio Pedro Mir, na categoria de Língua Portuguesa, promovido pela revista Plural, da Cidade do México, em 1993), Porto, 1999
As Tentações, Santarém, 1999
A Sombra Iluminada (in Douro: Um Percurso de Segredos, em col.), Peso da Régua, 2000
A Noite Ismaelita, Guimarães, 2000
A Construção de Nínive, Porto, 2001
Paixão (Prémio Vítor Matos e Sá, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2001 e Prémio Teixeira de Pascoaes, 2004), Porto, 2003
Sal Negro (in Sal Negro Sal Branco com 25 fotografias de Rosa Reis) Almada, 2003
O Som do Vermelho – tríptico poético sobre pintura de Rogério Ribeiro, prefácio de Ana Isabel Ribeiro, Porto, 2003
O Claro Interior [Prémio de Poesia e Ficção de Almada – 2000 / poesia], prefácio de Emília Ferreira, Almada, 2004
Salmo (com a reprodução de um desenho de Rogério Ribeiro), Porto, 2004
Negrume (com desenhos de Ana Biscaia), Lisboa, 2006
Antecedentes Criminais (Antologia Pessoal 1982-2007), Vila Nova de Famalicão, 2007
O Bosque Cintilante [Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, 2007], Vila Nova de Azeitão, 2007 (ed. fora do mercado)
Balada da Neve e Outros Poemas, Maputo, Moçambique, 2007

Recentemente, foram-lhe atribuídos o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama (2007), o Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire (2007) e o Prémio Literário Florbela Espanca (2007), respectivamente, pelos originais O Bosque Cintilante, Poemas de Caravaggio e Outros Domínios.
Poemas seus foram traduzidos para alemão, castelhano, catalão, francês, hebraico, italiano, inglês e romeno.

O vencedor da edição espanhola do Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica foi Rafael Camarasa Bravo, com a obra intitulada «El sitio justo».

Ver entrevista a Amadeu Baptista, sobre este prémio, aqui.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Os vossos poemas

O último desafio que vos lancei foi para que me enviassem os vossos poemas de esperança.
Conforme prometido, aqui estão todos os que me chegaram até hoje e, no final, o poema que foi escolhido para ser gravado em áudio pelo locutor Luís Gaspar.
Obrigada pela participação e... até ao próximo desafio!


Bendita seja

Sonhar desmedido,
por vezes, descontente.
Cheia de luas, sempre!
E marços que adivinha,
qual andorinha de regresso
ao canto da casa,
ao embalo que a mão dá,
ao barro e à palha
do conforto do beiral.


Tanta ternura de graça,
mil sóis de mistério,
mais a alma que ressuscita,
fora de páscoas e abris
que foram de muitos.
Até os ventos de Constança
- a sugerirem cheias do tejo -
se acalmam,
para darem lugar a reflexos
de freixos na água
e musgos e fragmentos,
mesmo que rochedos sejam.

Entre caminhos de areia
e silêncios da neve,
no cume das ânsias
e do desespero contido,
mil vezes reclama, por dentro,
raízes e hastes.
Depois de flor dar,
vale a pena vê-la.

Cresce sempre para o céu,
tal como o trigo
que alimenta a vida
e a música azul
a compassos certos.
Por vezes disfarça-se.
Encolhe-se,
como que a pedir
desculpa de existir,
amendrontada
pelo perigo que é
a possibilidade
de desaparecer.

Mas, quando o dia volta
e ainda viva se encontra,
veste-se da surpresa
e entra na festa
da humildade simples.
No florir das amendoeiras
encontra repouso,
janeiros de perdição,
maios de cerejas,
outubros castanhos,
maravilhas despejadas
no laranjal de agosto.

Bendita seja
a mãe-esperança.


Joaquim Alves


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Na violência da tempestade há olhos que brilham
Na fúria das fugas desenfreadas há olhos que brilham
Na noite profunda dum caminhar desespero insinua-se uma luz
Reflexo de estrelas e olhos que brilham

E quando o olhar acolhe e é humanidade
As águas revoltas ou vendavais sem fim
As guerras de raiva ou as bombas sem sentido
Esvaiem-se submissas num qualquer esboço de poema.

Mesmo em todas as coisas que ferem e fazem doer
Há uma alma que se liberta e se deixa abraçar
Quem a olha a persegue e a tenta amar
Encontra o mundo dos que nunca perdem a esperança.


J. Caldas


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Sempre

Sempre que nasce uma criança,
É festa no coração da humanidade,
Porque a esperança nela cresce.

Sempre que acontece a morte,
Chora a alma da terra,
Porque alguém nela sofre.

Sempre que quiseres,
Eu dou-te uma palavra,
Para que ela te deseje boa sorte.

Sempre que nasce um poema,
Os anjos abrem as portas do céu,
Para poderem aplaudir a arte.

Sempre que puderes,
Não te esqueças de amar a vida,
Porque ela te agradece!


Beatriz Barroso


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As palavras no tempo e no modo de viver a esperança

Há um tempo,
Há um modo,
De ser humano.
Há uma miríade,
Uma panóplia,
De podermos ser,
Diz-se a vida de tantas formas,
Que eu fico sem saber,
Qual o princípio que a enforma.
O que nos vai acontecer.
Mas há uma razão sempre de ser,
Enquanto houver esperança,
De haver vida neste Mundo,
E a espécie humana que somos,
Lutar por sobreviver....

Beatriz Barroso


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Neste céu aberto,
Chamado vida,
Brilha uma estrela,
Chamada alegria,
Que nos pisca os olhos,
Lá de cima,
Para poder animar,
Nosso dia a dia.

Neste céu aberto,
Chamado vida,
Há uma miríade de estrelas,
Que gravitam no horizonte,
Uma há chamada de esperança,
Que ensina a viver com sabedoria.

Tolo é o coração que não souber,
Aproveitar a energia que ela nos concede.

Beatriz Barroso


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Tu és especial

Olha o teu rosto amiga,
Não penses naquilo que te polui,
Sem pressa, com honestidade,
Abandona-te à esperança,
Sorri à vida, com confiança,
Lembra o que há de bom,
O poder de estar vivo.
Tu, és uma pessoa especial,
Capaz de receber, com gratidão,
O sorriso daquela face,
Que no espelho que é o Mundo,
Sorri também para ti.

Beatriz Barroso


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Inspiração

Respira,
O ar que te polui,
Não te consintas.
Aprende a respirar,
O amor,
A alegria,
A caridade,
Rega dia a dia o teu coração com litros de esperança,
Não deixes que tuas raízes se atrofiem,
Apenas porque a tua copa já flora.
Cumpre o ritmo da vida,
É hora de deixares entrar outras expressões de verdade,
Repara como é simples: inspirar, expirar.
Deixa entrar, deixa sair,
Também eu, aprendi um dia,
Que respirar é uma das mais belas lições de vida.
Descobrirás como é fácil ser feliz.

Beatriz Barroso


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Esperança

No âmago de teu ventre,
Eu cresci,
Com um grito de amor,
Eu nasci,
Com o teu exemplo,
Eu aprendi,
Mãe, a balbuciar contigo a palavra esperança,
Que me deu um novo sabor à vida.

Beatriz Barroso


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Esperança

Vivo,
Ao saber aconchegar os dias,
Com o calor que me sai do coração,
Ouso,
Ao fazer poesia,
Com as palavras soluçadas,
Por uma dor só minha,
Que aprendi a transformar em amor.
Cresço,
Porque tenho sabido superar minha carência,
Ao colorir a minha infância,
Com o sonho de ter um castelo,
Para brincar e ser rainha,
Criando um herói para me defender.
Visto,
A pele de mulher–criança,
Enquanto a vida o quiser.
Rasgo,
Novas fronteiras,
Novos horizontes,
Abrindo os meus olhos ao mundo,
Enquanto eles me permitirem fazer.
Alicerço,
Meu quotidiano com coragem,
Venço a minha iniquidade,
Porque trago na mão,
Bem firme,
A bandeira da esperança,
Que me norteia e me incentiva a viver.

Beatriz Barroso


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E agora, o poema que escolhi para ouvirmos em voz alta:



Quero enfrentar a minha iniquidade
A minha elegia
A minha preguiça
Os meus desatinos
A minha fragilidade
A minha cobardia

Quero ser pessoa inteira,
Viver com confiança
Enfrentar com ousadia os meus medos

Quero ser feliz,
Viver abraçada pela esperança,
Mesmo que de minha alma prisioneira!


Beatriz Barroso
Na voz de Luís Gaspar:



Mais uma vez, obrigada a todos pela participação e obrigada ao Luís Gaspar que gentilmente acedeu em gravar este poema.

Ulisses Duarte (1923-2008)

Morreu ontem o poeta Ulisses Duarte.

Ulisses Duarte nasceu em Matosinhos em 1923. Escritor, pintor, poeta e publicitário, foi um dos fundadores do jornal "Notícias da Amadora” e das revistas "Áudio Vídeo" e "Sol XXI". Foi membro da Direcção da APE – Associação Portuguesa de Escritores e da Associação Cultural "Sol XXI" e foi também presidente do "Clube dos Poetas Vivos" de que foi fundador, juntamente com Julião Bernardes e Manuela Rodrigues. Pertenceu, desde a fundação, à "Tertúlia Rio de Prata”. Colaborou em várias revistas e jornais.
Foi autor de vários livros, de letras de fados para Amália Rodrigues e do documentário "Madeira, Pérola do Atlântico".

Hone Tuwhare (1922 - 2008)



Hone Tuwhare, o primeiro poeta maori a escrever em inglês, morreu ontem na Nova Zelândia, aos 85 anos.

Tuwhare nasceu em Kaikohe, na região de Northland (Nova Zelândia), na tribo dos Nga Puhi. Depois da morte da mãe, quando Tuwhare tinha apenas 9 anos, a família mudou-se para Auckland, onde passou a frequentar a escola primária. Até essa altura Tuwhare só falava maori e o pai, um grande orador e contador de histórias em maori, incutiu-lhe o interesse pela palavra escrita e falada, em especial os versos e o imaginário do Antigo Testamento.

Tuwhare foi o primeiro poeta e dramaturgo desta origem a escrever em inglês. Publicou em 1964 o seu primeiro livro de poesia "No Ordinary Sun". Foi distinguido como Poeta Laureado em 1999 e em 2003 recebeu o Prémio Icon da Fundação Neozelandesa das Artes.
Tuwhare, doente há já algum tempo, escreveu poesia até ao último momento de vida.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Poemário Afonso Duarte on-line


Numa homenagem a Afonso Duarte (assinalando os 50 anos da sua morte, no dia 5 de Março de 2008), a Câmara Municipal de Coimbra criou um calendário poético com poemas e excertos literários de livros da biblioteca pessoal de Afonso Duarte intitulado «A Poesia dos Dias».
Trata-se de um calendário em que, diariamente, ao longo do ano de 2008, é adicionado um poema ou um excerto literário retirado de obras da biblioteca particular de Afonso Duarte, com o objectivo de dar conhecer o poeta através dos seus poemas e dos livros que ele leu no dia-a-dia, visando também estimular aos visitantes, o gosto pela leitura.
O «poemário» online está associado ao site da Biblioteca Municipal de Coimbra, aqui.

II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa premeia carreira do poeta Manuel Alegre

O II Encontro de Escritores de Língua Portuguesa vai decorrer no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, em Leiria, nos próximos dias 24 e 25 de Janeiro. O tema deste ano é a “escrita e a cidadania”.
O evento, promovido pelo Instituto Politécnico de Leiria, vai evocar a carreira de Manuel Alegre, dando o nome deste poeta a um prémio nacional de poesia (na primeira edição, que decorreu em 2001, foi homenageado José Saramago).
O Encontro vai ter a participação de autores de expressão portuguesa de várias nacionalidades, entre os quais António Torrado, Ana Maria Magalhães, Carlos Pinto Coelho, José Jorge Letria, Rui Zink, Carlos André, Nuno Júdice, Joaquim Vieira, Dulce Cardoso, Manuela Gonzaga, Luís Costa Pires, Maria Antónia Palla, Marta Gautier, Paulo Kellerman, Pedro Barbosa e Vasco Graça-Moura.
No panorama internacional, destaque para Corsino Fortes, Ana Maria Machado, Olinda Beja e Ruy Duarte de Carvalho.
Durante o evento serão entregues aos vencedores, os prémios do Concurso de Literatura 2007, promovido pelo IPL, nas categorias de Conto e Poesia.

Ángel González (1925-2008)



Ángel González Muñiz nasceu em 1925 em Oviedo (norte de Espanha) e tinha 11 anos quando começou a Guerra Civil Espanhola. Aos 19 anos foi-lhe diagnosticada tuberculose e passou três anos num sanatório nas montanhas de León, onde começou a ler poesia. Posteriormente estudou Direito na Universidade de Oviedo. Em 1972 foi dar aulas de Literatura espanhola na Universidade do Novo México até se aposentar, em 1993. Em 1996 foi eleito membro da Royal Academy for the Spanish Language.
Foi galardoado com vários prémios, entre eles o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras (1985), e o Prémio Rainha Sofía de Poesia Ibero-Americana (1996). Os seus poemas encontram-se traduzidos em diversos idiomas.
Considerado um dos últimos sobreviventes da Geração de 50, a sua poesia social aborda, sobretudo, a solidariedade e a liberdade.
Obra poética: "Áspero mundo" (1956), "Grado elemental" (1962), "A todo amor" (1988), "Lecciones de coisas y otros poemas" (1998), "101+19=120 Poemas" (2000) e "Otoño y otras luces" (2001).


Em Portugal, foi editado pela editora Fenda o livro “Tratado de Urbanismo”, em 2001, traduzido por Helder Moura Pereira.

Ángel González faleceu em Madrid, no passado dia 12 de Janeiro de 2008.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sugestões para os próximos dias


12 de Janeiro (sábado):

LISBOA – Pessoa no D. Maria II

“Turismo Infinito”
Na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, de 11 de Janeiro a 26 de Janeiro de 2008.
3ª a Sábado às 21h30; Domingo às 16h00.
Peça com dramaturgia de António M. Feijó - recorrendo à obra de Pessoa, dos heterónimos e das cartas de amor de Ofélia Queirós. Partindo de um convite para co-produção do teatro da Comédie de Reims e de Emmanuel Demarcy-Mota, e de uma proposta antiga de António M. Feijó, o encenador Ricardo Pais propõe-nos uma viagem ao intrincado universo da vida e obra de Fernando Pessoa.
Com: João Reis, Emília Silvestre, Pedro Almendra, José Eduardo Silva e Luís Araújo.


17 de Janeiro (quinta-feira):

LINDA-A-VELHA – Conversas de Poesia

Na Livraria Bulhosa do Linda-a-Velha Central Park:
(Em colaboração com a Junta de Freguesia de Linda-a-Velha)
Dia 17, Quinta-feira, 17 h
Conversas de Poesia: Pedro Homem de Melo
Por Tito Lívio

Prémio Literário Inês de Castro para Pedro Tamen

A primeira edição do Prémio Literário Inês de Castro foi atribuída a Pedro Tamen pelo livro de Poesia "Analogia e Dedos".
O prémio, no valor de 5000 euros, criado pela Fundação Inês de Castro, pretende distinguir uma obra sobre a temática do mito inesiano, «podendo abranger temas tão abrangentes como a paixão, a vingança, a tragédia, a razão de Estado ou outros aspectos da representação histórico-cultural portuguesa».
A Fundação Inês de Castro atribuiu também o Tributo de Consagração a Urbano Tavares Rodrigues, pelo conjunto da sua obra.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"A Génese do Amor" de Ana Luísa Amaral editado no Brasil


"A Génese do Amor" de Ana Luísa Amaral, obra distinguida com o Prémio Literário Casino da Póvoa (2007), atribuído no âmbito do encontro literário Correntes d’Escritas - Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, foi editada no Brasil pela editora Gryphus.
Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa, em 1956. Ensina Literatura Inglesa no Departamento de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras do Porto. É doutorada em Literatura Norte-Americana com uma tese sobre Emily Dickinson.
Autora de oito livros de poesia e dois livros infantis, está representada em diversas antologias portuguesas e estrangeiras e foi traduzida para várias línguas, como castelhano, inglês, francês, alemão, holandês, russo, búlgaro e croata.
Também em 2007, o Comité do Prémio Giuseppe Acerbi, atribuiu a Ana Luísa Amaral o Prémio de Poesia, permitindo, assim, a tradução de parte da sua obra para italiano.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Bibliofilmes

Um grupo de professores decidiu criar um concurso de vídeos no YouTube intitulado "BiblioFilmes – Livros, Bibliotecas, Acção!", que visa além de promover a leitura, o livro e as bibliotecas públicas e escolares através das novas tecnologias, angariar fundos.
O concurso conta com o patrocínio aos prémios do El Corte Inglès e o apoio do Gabinete do Plano Tecnológico.
Os filmes terão de ser feitos até 2 de Abril de 2008 (Dia Internacional do Livro Infantil), data em que se iniciará o período de votações, até 23 de Abril (Dia Mundial do Livro), em que serão anunciados os vencedores.
Poderão encontrar mais informação na página oficial do concurso em
http://bibliofilmes.com e no blogue http://BiblioFilmes.blogspot.com.

WORDSONG – “Opiário” de Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luiz Pacheco (1925-2008)

Morreu o escritor e crítico literário Luiz Pacheco. Figura incontornável da literatura, o escritor e também fundador da editora "Contraponto" tinha 82 anos e morreu este sábado ao fim da noite.
Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco nasceu em Lisboa a 7 de Maio de 1925 em Lisboa.
Frequentou o curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa que não concluiu, sendo admitido em 1946 como agente fiscal da Inspecção de Espectáculos e vindo a tornar-se terceiro oficial dessa instituição.
Começou a publicar a partir de 1945 diversos artigos em vários jornais e revistas, de que se destacam O Globo, Bloco, Afinidades, O Volante, Diário Ilustrado, Diário Popular e Seara Nova.
Em 1950 fundou a editora Contraponto, onde publicou Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Hélder, Vergílio Ferreira, entre outros. Dedicou-se à crítica literária e cultural, ganhando fama como crítico irreverente.
Denunciou a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime do Estado Novo.
A editora Tinta da China vai editar brevemente as últimas entrevistas concedidas pelo escritor, compiladas por João Pedro George.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O rosto da Voz

Luís Gaspar, a voz da maioria dos poemas audio deste blogue, foi entrevistado mais uma vez pela SIC, numa reportagem sobre as vozes que se ouvem na rádio.
Este programa teve a participação de Joana Azevedo (Rádio Cidade), Luís Gaspar (Estúdio Raposa), Fernando Correia (RCP) e uma recordação de José Ramos.
Um trabalho da jornalista Bárbara Costa e do operador de câmara Odacir Junior.
Para todos quantos se deleitam de cada vez que ouvem um poema dito por Luís Gaspar e não tiveram a oportunidade de ver este programa, eis o rosto da Voz:

Novidades Quasi


O primeiro evento na Casa Fernando Pessoa no ano de 2008 será o lançamento da mais recente recolha de poemas de Francisco José Viegas, "Se me Comovesse o Amor" (Edições Quasi), no próximo dia 10 de Janeiro pelas 18h30.
A apresentação será feita por Pedro Mexia e a leitura, por Ricardo Araújo Pereira.
A Casa Fernando Pessoa fica na Rua Coelho da Rocha, nº 16, em Lisboa (Campo de Ourique).