sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Palavreando em Odivelas

Vai realizar-se hoje, 31 de Outubro, mais uma sessão da tertúlia quinzenal "Palavreando", pelas 22 horas, na Casa do Largo, Centro de Exposições de Odivelas.
Um local onde os tertulianos poetas, escritores, amantes da poesia, anónimos ou conhecidos conversam, ouvem e lêem poesia.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Escrevo-te

Escrevo-te a sentir tudo isto
e num instante de maior lucidez poderia ser o rio
as cabras escondendo o delicado tilintar dos guizos nos sais de prata da fotografia
poderia erguer-me como o castanheiro dos contos sussurrados
junto ao fogo
e deambular trémulo com as aves
ou acompanhar a sulfúrica borboleta revelando-se na saliva dos lábios
poderia imitar aquele pastor
ou confundir-me com o sonho de cidade que a pouco e pouco
morde a sua imobilidade
habito neste país de água por engano
são-me necessárias imagens radiografias de ossos
rostos desfocados
mãos sobre corpos impressos no papel e nos espelhos
repara
nada mais possuo
a não ser este recado que hoje segue manchado de finos bagos de romã
repara
como o coração de papel amareleceu no esquecimento de te amar

Al Berto

Na voz de Luís Gaspar:

Prémio Literário Ruy Belo 2008

O poeta Fernando Guimarães venceu o Prémio Literário Ruy Belo 2008 atribuído pela Câmara Municipal de Sintra, com o livro "Na Voz de um Nome".
Este livro de Fernando Guimarães foi o eleito de entre os 47 títulos concorrentes na categoria de obra poética publicada no biénio 2006/2007 cujo prémio tem o valor de cinco mil euros.

Poeta, ensaísta, crítico literário e tradutor, Fernando Guimarães já recebeu o Grande Prémio de Poesia de 2006 da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pela mesma obra "Na Voz de um Nome" (prémio este que já lhe tinha sido atribuído em 1992 pela obra "O anel débil"). A estas distinções pela sua obra poética poética, juntam-se outras como o Prémio D. Dinis (1985), da Fundação Casa de Mateus, Pen Clube (1988), Fundação Luís Miguel Nava (2003) e Prémio Vergílio Ferreira (2006) pela Universidade de Évora.
Fernando Guimarães nasceu no Porto em 1928 e tem publicado regularmente desde a década de 1950, sobretudo poesia, ensaio sobre literatura, poesia portuguesa, e filosofia da arte. Publicou, entre outros, "Casa: o seu desenho" (1985), "As mãos inteiras" (1971), "Tratado de Harmonia" (1988), "A analogia das folhas" (1990) e "Lições de Trevas" (2002).
Traduziu, entre outros, Keats, Byron, Shelley, Dylan Thomas e Hofmannsthal.

Hoje é dia de... Poesia Visual!

texto 3D © E. M. de Melo e Castro

Caros visitantes, hoje, neste blogue, o dia é dedicado à poesia experimental, mais concretamente, à poesia visual.
A poesia visual não é ainda muito conhecida do grande público, mas, desde o século passado que esta forma de fazer poesia (que alguns, felizmente poucos, não consideram nem arte nem poesia) representa o que há de mais experimental na poesia contemporânea, tendo em Portugal como grande precursor e impulsionador o poeta E. M. de Melo e Castro.
Muitas pessoas simplesmente desconhecem que exista tal coisa ­­ chamada de poesia visual. Mas a verdade é que já viram anúncios publicitários que foram influenciados por poemas visuais e talvez até já tenham lido (ou visto) poemas visuais, desconhecendo que existe uma tradição e que até é um género literário.
A poesia visual dispensa formas rígidas e elementos como a rima ou a métrica, por vezes, a própria palavra, encetando outras linguagens artísticas, ultrapassando os limites do papel.
É ainda quase desconhecida porque é uma arte transgressora que desconstrói o estabelecido.

O que os poetas visuais (grande parte deles associados a movimentos como o Futurismo, o Cubismo, ou o Concretismo) tentaram criar com a tipografia e com as novas técnicas de impressão foi romper com a estrutura linear que caracterizava a poesia tradicional, trabalhando como os pintores e os artistas visuais, deixando de parte a linha unidimensional como base da escrita e assumindo a superfície bidimensional da página como nova unidade na composição.
Abriram assim um caminho rumo à forma tridimensional e sólida dos objectos e até mesmo ao quadri-dimensional e ao imaterial como a holografia.
Recomendo-vos uma visita pelos sites/blogues nos links aqui à direita, na lista "Poesia Visual".

Quando vos lancei o desafio para que me enviassem os vosso poemas visuais aconteceram duas coisas muito positivas: uma foi a de receber alguns e-mails de pessoas a perguntar o que era isso da poesia visual (o que significa que há curiosidade), a outra foi a de receber poemas visuais de poetas que muita gente desconhece que também fazem este tipo de poesia.

Deixo-vos então, para vosso deleite, esta bela colecção de poesia visual que chegou ao longo destes dias à caixa de correio deste blogue (não incluí alguns poemas concretos que me enviaram porque desta vez o tema era só mesmo "Poesia Visual"), com o meu agradecimento a todos pela já habitual entusiasta participação nestes "passatempos etéreos" e o meu desejo de que de alguma maneira tenha contribuído para a divulgação desta arte.

O meu grande Obrigada ao Fernando Aguiar pela participação e por nos proporcionar assim, uma breve mas significativa viagem pelo que se faz hoje no nosso país, nesta matéria.



...............


António Ferra



...............


Renato Motta





...............


Nuno Rebocho











...............


Luís Pinto




...............

Constança de Almeida Lucas






...............


Luís Lima




...............


bruno m. santos

avósavozavós


tantas coisas para dizer ou comunic-art


...............


Fernando Aguiar


Alfabeto. H.

k.7

Minimal Poem 1

Minimal Poem 2


Minimal Poem 4


Minimal Poem 6


Minimal Poem 7


País de Poetas


POEM


Se a Vida


s/t


s/t


s/t


s/t


s/t


Trabalho 011


Inspissations.1


poesia acerca do mamilo


Soneto acerca do erotismo


...............


Giovanni Guidi






...............


Gabriela Rocha Martins







...............


Myriam Jubilot de Carvalho







...............


José Kuski Vieira