terça-feira, 31 de março de 2009

Novidades Cotovia

Arado
A. M. Pires Cabral
88 páginas









IRMÃ COTOVIA
I
Vive rente ao solo e é no solo
que faz o ninho e sacia a fome
com as coisas do chão e em silêncio.
Porém, quando precisa de cantar,
muda de elemento: deixa a terra, sobe ao ar,
altíssimo, até onde
nenhum outro pássaro se arrisca.
Dir-se-ia
que sobe a um palco.
Então, dos limites do voo, quase imóvel,
vai derramando breves, repetidos
jorros de júbilo, assim como quem diz:
vejam como estou alto, sustentada
por tão frágeis asas.
Depois que desafogou o peito
das inadiáveis premências da voz,
apeia-se, torna ao solo,
dissimula-se na cor parda da terra,
como se nunca tivesse voado.



Aluimentos
Bénédicte Houart
80 páginas









o meu carteiro, adoro-o
se me traz facturas saldos bancários
zero na conta a ordem
menos que zero na conta a prazo
poupanças nada e
crédito disparando
faz várias perninhas ali mesmo
no átrio em cima do tapete
desculpando-se com habilidades várias
de modo que eu
ansiosa pelo seu toque
visto-me como quem não quer, mas quero
e peço-lhe mordiscando-lhe a orelha: por obséquio
mais papelada amanhã
dessa que me agiganta até
transformar-me em nada
onde nos desencontraremos



Do Princípio
Pedro Braga Falcão
124 páginas









X
A sinceridade dessa gata,
de um tigrado quase infinito,
delicada como alegre jogo
de crianças adormecidas,
lembra-me, à tarde,
quando ouço pianistas,
uma única varanda
e uma única janela.
Como solstícios de inferno
o repuxo abre-se em luz.
Tomara o canto fosse nosso
sem searas e sem ciprestes.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Workshop de Poesia por Ana Luísa Amaral em Leiria

O próximo workshop na Livraria Arquivo é sobre Escrita Criativa (Poesia) e será orientado pela escritora Ana Luísa Amaral no próximo dia 4 de Abril.
Este workshop destina-se a todos os interessados na escrita de poesia, nos seus contextos de produção e nos seus processos.
Objectivos: sensibilizar os participantes para os diversos tipos de escrita literária, para a reflexão sobre as práticas de escrita e para as potencialidades da linguagem, na sua vertente experimental (a exploração dos efeitos de musicalidade, por exemplo) ou de exercitadora de cidadania. Uma reflexão e prática que se deseja poder contribuir para, nesse enriquecimento da reflexão sobre a linguagem criativa, o enriquecimento do mundo.
Formadora: Ana Luísa Amaral. Nasceu em Lisboa em 1956, vive em Leça da Palmeira e ensina Literatura Inglesa, Literatura Comparada e Estudos Feministas na Faculdade de Letras do Porto, onde se doutorou em Literatura Norte-Americana com uma tese sobre Emily Dickinson. É autora de dez livros de poesia e dois livros infantis. Está representada em inúmeras antologias portuguesas e estrangeiras, onde se encontra traduzida para várias línguas. Editada no Brasil, a sua poesia será brevemente editada também em Itália e na Suécia. Em 2007, venceu o Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d'Escritas, com o livro A Génese do Amor e, no mesmo ano, foi galardoada em Itália com o Prémio de Poesia Giuseppe Acerbi. Em 2008, com o livro Entre Dois Rios e Outras Noites, obteve o Grande Prémio de Poesia da APE (Associação Portuguesa de Escritores).

Local: Livraria Arquivo
Horário: 10h30 às 13h • 14h30 às 18h30
Preço: 75,00€
Data: 4 de Abril
Inscrições até ao dia 31 de Março, limitadas a 15 participantes.

As inscrições poderão ser feitas ao balcão da Livraria Arquivo, por telefone e por e-mail.

Contactos:
LIVRARIA ARQUIVO
Av. Combatentes da Grande Guerra, 53, 2400 -123 Leiria
Telf. 244 822 225
Fax. 244 828 091
E-mail: Paula Carvalho (agenda@arquivolivraria.pt)

Não são pães, senhor, são livros!

Inauguração da Livraria Alêtheia, nas instalações da antiga «Padaria Provinciana», dia 31 de Março, pelas pelas 18h30.
Rua do Século, 13 (junto à Calçada do Combro), em Lisboa.

sábado, 28 de março de 2009

Outras sugestões para os próximos dias


31 de Março (terça-feira):

LISBOA – Teatro da Trindade
A actriz e poetisa Carmen Filomena vai lançar um CD áudio dedicado aos 120 anos de Fernando Pessoa com o título "120 Anos depois… Fernando Pessoa Revisitado", no Teatro da Trindade no dia 31 de Março, pelas 18h.
Neste CD são ditos pela actriz os poemas: "Não venhas sentar-te à minha frente"; "Aniversário"; "Não sei"; "Lisbon Revisited", "Poema em linha recta", "Padrão", "Gato que brincas na rua", "Se te queres matar", "Símbolos", entre outros, num total de 17 poemas de Fernando Pessoa. São ainda ditos 3 poemas inéditos do mestre Lagoa Henriques: “Astronauta”, “Tudo ou Nada” e “Raiz”.

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1 de Abril (quarta-feira):

LISBOA – Ateneu Comercial de Lisboa
Lançamento do livro "Poema a Dois" de João Coelho dos Santos, dia 1 de Abril pelas 19 horas, no Salão Nobre do Ateneu Comercial de Lisboa (Rua das Portas de Santo Antão, 110-2º Lisboa)
O evento terá a presença das Presidentes da Associação Portuguesa de Poetas, da União Lusófona das Letras e das Artes e da Universidade de Lisboa Para a Terceira Idade .
Dirão poemas: António Vasconcelos Tavares, João Cantiga Esteves, João Pereira Neto, José Manuel Brissos Lino, José manuel Cidreiro Lopes, José Tavares de Castro, Luís Gonçalves Sobrinho, Manuela Ducla Soares, Narana Coissoró e Norberta Pinho.

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3 de Abril (sexta-feira):


FARO – Livraria Pátio de Letras
No dia 3 de Abril, pelas 21h30, vai ter lugar na Livraria Pátio de Letras mais uma Conferência integrada no Ciclo Viajantes, Escritores, Poetas - Retratos do Algarve. A conferência do dia 3 será: «António Vicente Campinas: linhas de fronteira», por José Carlos Barros.
António Vicente Campinas é um poeta e prosador português algarvio. Começou a editar poesia em 1938, com o livro «Aguarelas». Entre as suas obras poéticas conta-se o livro Raiz da Serenidade. Em 1952 publica o seu primeiro romance «Fronteiriços», dedicado aos contrabandistas. Publicou ainda livros de contos. Especialmente famoso é o seu poema "Cantar Alentejano", em honra de Catarina Eufémia, musicado por José Afonso, no álbum "Cantigas de Maio" editado no Natal de 1971.
Rua Dr. Cândido Guerreiro, nº 26/30, Faro.

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4 de Abril (sábado):

LISBOA – Auditório Campo Grande
Dia 4 de Abril, no Auditório sito ao Campo Grande (Campo Grande, 56) em Lisboa, pelas 16 horas:
Lançamento do livro de poesia Interlúdios da Certeza de Vicente Ferreira da Silva.
Editora Temas Originais.
Obra e autor serão apresentados por Maria Azenha.
Inês Ramos declamará poemas do livro.


CASTELO BRANCO – Sé-Catedral de Idanha-a-Nova
Performance poética in(di)vi.sí[vel
Poema polifónico para vozes, violino, penduricalhos e processamento electrónico da autoria de Márcio-André e com os poetas convidados bruno m. santos, João Miguel Henriques e Karinna Gulias e projecções de Paula Gaitán
Dia 4 de Abril às 21h30 na Sé-Catedral de Idanha-a-Nova, Castelo Branco.


FARO – Livraria Pátio de Letras
No dia 4 de Abril, vai ter lugar na Livraria Pátio de Letras, pelas 21 horas, o evento «VJ_Zayle e Poesia» - Projecção de Poemas inspirados na obra dos WordSongs e da escritora Maria do Dromedário - autoria: Elisabete Ribeiro.
Rua Dr. Cândido Guerreiro, nº 26/30, Faro.

LISBOA – Galeria Matos Ferreira
Na Galeria Matos Ferreira, vai ter lugar no dia 4 de Abril, pelas 21h, a palestra "O Ofício Cantante de Herberto Helder" proferida por Maria Estela Guedes.
A Galeria Matos Ferreira fica na Rua Luz Soriano, 14 e 18, em Lisboa (Bairro Alto).




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5 de Abril (domingo):

LISBOA – Auditório Campo Grande
Apresentação do livro II Antologia de Poetas Lusófonos: 5 de Abril às 15h30, nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, com a actuação da Orquestra Filarmonia das Beiras, continuando a cerimónia pelas 16h30, no Auditório do Mosteiro.

Poesia Experimental Portuguesa

Inaugurou no passado dia 22 de Março, nos Paços da Cultura de S. João da Madeira, a exposição Poesia Experimental Portuguesa - Colecção da Fundação de Serralves, que estará patente até 10 de Maio.
Nesta exposição são apresentadas obras dos anos 60 até 1984 de Ana Hatherly, António Aragão, António Barros, E. M. de Melo e Castro, Fernando Aguiar, Salette Tavares e Silvestre Pestana.

Novidades Temas Originais


Interlúdios da Certeza
Vicente Ferreira da Silva
Editora Temas Originais
Março 2009







Espantalhos

vigiam-nos amnequins agrestes...
apesar da erosão da passerelle.

o desfile é perpetuo.
o conhecimento, fátuo.

para além da paliçada,
resta o sonho da espécie em harmonia.
mas constante tem sido o género da guerra.

e dizem que o apoclipse ainda virá!

não há valquírias entre nós?
e quedas em tentações?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Novidades Apenas Livros


Nevou este Verão
Maria Paula Raposo
Editora Apenas Livros
Março 2009







Nevou este Verão

Este Verão nevou.

Quando cheguei
já a neve derretia
nas calçadas
e disseram-me
que tinha nevado
muitos dias e noites
e que fazia muito frio
na rua.

As lareiras em casa
mantiveram os ambientes
aquecidos
enquanto nevava
não se sabe porquê
mas nevou este Verão!

O Verão do meu regresso.

Prémio de Poesia Popular do Alentejo

Promovido pelo Centro Cultural da Terrugem, o 1º Prémio de Poesia Popular do Alentejo destina-se a todos os autores de poesia popular alentejana, nascidos no Alentejo ou com residência na região. Entrega de trabalhos até 29 de Maio de 2009.
Este prémio tem como objectivo homenagear, divulgar e valorizar a poesia popular alentejana.
Todos os poemas a concurso devem ser inéditos (nunca publicados em livro, jornais, revistas, etc.).
No âmbito da poesia popular, podem ser entregues obras em qualquer modalidade (quadras, quintilhas, sextilhas, décimas etc.).
Cada concorrente pode apresentar mais do que uma obra poética, desde que as envie separadamente e com pseudónimos diferentes.
Cada obra deverá ser apresentada com o mínimo de uma folha A4 e o máximo de quatro folhas A4. Estas devem ser agrafadas, numeradas e assinadas com pseudónimo. Nas obras entregues, não deverá constar qualquer indicação sobre a identidade do concorrente, sob pena de exclusão.
Para concorrer, cada autor deve entregar em mão ou enviar por correio, dentro de um envelope fechado, quatro exemplares de cada obra, assinados com pseudónimo. Simultaneamente, deve enviar dentro do mesmo envelope, outro envelope fechado, com a identificação do autor (nome, endereço e telefone ou email) no interior e o pseudónimo utilizado, no exterior.
Os exemplares devem ser entregues até às 18H00 do dia 29 de Maio de 2009, no Centro Cultural da Terrugem.
A entrega por correio deverá ser feita através de registo com aviso de recepção, para Rua dos Quintais nº5 7350-491 Terrugem – Elvas.
Prémios a atribuir:
1º Prémio – 250 Euros.
O Júri poderá atribuir menções honrosas no valor de 50 Euros cada.
Os concorrentes premiados serão oficialmente informados do resultado do concurso e da data da sessão de entrega dos prémios, por carta registada com aviso de recepção. Proceder-se-á também à divulgação dos vencedores na imprensa regional.
As obras a concurso serão avaliadas por um júri constituído por três elementos, ligados à poesia e/ou à literatura, escolhidos pela direcção do Centro Cultural da Terrugem.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Os vossos poemas

Caros etéreos,
Participaram neste passatempo 38 pessoas que enviaram um total de, imaginem, 317 haiku!
Como compreenderão, ao contrário do que tinha prometido, não vai ser possível publicá-los todos.
Optei por escolher apenas um haiku por participante para ser gravado em áudio pelo diseur Luís Gaspar, que aqui fica:



Reflexos

A flor reflectida
Fragmenta em símbolos de água
O olhar do infinito.

Carla Ribeiro


***

sem teus abraços
o mundo é sozinho
nudez afiada

Soraia Martins

***

Volto sempre cá
onde a essência
perfeita fica.

Paula Raposo

***



Cadê o cê daqui
Parece que sumiu sim
Tenho que achar

Marcelo Torca

***

Em noite de luar
Há nos teus olhos lágrimas
Da cor do Outono

Susana Custódio

***

Sente o corpo aberto
já nele ninguém reside,
só um coração bate.

Alexandra Malheiro

***

Liso o céu cinzento,
de neve a planície toda.
Pássaros com fome.

Nuno Dempster

***

— Bejo-te logo?
— Xim amor, bem xedo!. E...
Traz mais bagaxo!

Álvaro Santos


***

Nenúfares no lago:
uma mesa que Deus põe
a flutuar no vidro.

João Tomaz Parreira

***

Hóspedes das águas
as nuvens brincam no rio:
fogem do céu azul...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


***

Silêncio

ouvir o suave
som da pétala da flor
a abrir ao Sol.

Tmara

***

sentimentos são água
quem nada
Tudo

Renato de Mattos Motta


***

No fundo do mar —
uma concha adormece
sem ruído.

Lucília Saraiva Pereira

***

Gerar o tempo
p'ra não perder nenhum dos
teus crepúsculos.


Tiago Nené


***

falavas muito
pouco mas tinhas voz
de abelha mestra


Luís Brito Pedroso


***

Neste céu sem nuvens,
o sol madrugou em ti.
É quase Verão.


António José Queirós


***

Tenho livros lido
Mas lendo sempre mui lento
Leio repetido.


Célia Lamounier de Araújo


***
nos prostíbulos
há mulheres acesas
luzem nos quartos.


José Miguel de Oliveira


***

adrenalina,
cada um tem a sua,
e aspirinas...

José Kuski Vieira


***

Mar em fúria
Os pescadores em terra
Jogam às cartas


J. Caldas

***

porosidade
entre som e palavra
nossos sentidos


Francisco Coimbra


***

Ó se faz favor!
Bica e bagaço
Em balão quente!


Luís Graça


***

fica perto de mim
a vereda de um bosque
de verde infinito


Jorge Castro


***

Cisne branco a voar
nas rugas das mãos da avó.
Sorriso eterno.


Luís de Aguiar

***

Mãe carinhosa
No teu regaço sinto
A luz do Amor


Jorge Barroso

***

Baço pensamento
Como uma lupa constante
Procurando luz


Maria de Lourdes Barni

***

E dentro de mim
eu amo as tuas mãos
Além da pele.


Graça Magalhães

***

Verão

Fiapos nos dentes
o rosto todo amarelo
É tempo de manga


Eunice Arruda


***

Tocar a terra
no chão molhado
do teu corpo


Otília Martel


***

Um raio de sol
acordou o pássaro
rasgou a manhã.


Fernanda Sal Monteiro

***

Velas na baía
Salgueiros sobre a falésia
– E o forte vermelho


Myriam Jubilot de Carvalho


***

Praia só,
frio e nós, a fogueira,
ficaremos...


Carlos Teixeira Luis

***

Sensuais, dançam
valquírias entre faunos
ao entardecer


Regina Gouveia

***

Na lagoa
a rã coaxa.
Vida boa!


Adauto Suannes

***

Na janela aberta
O espanta espíritos
Atrai os sonhos


Ilona Bastos


***

Trago-te o sabor
Na ponta dos dedos nus
Palpando o Verão


Alexandre Homem Dual

***

chove à tarde,
estou só e guardo
as horas cruas.


José Ribeiro Marto


***

Inverno rigoroso —
gota a gota
Veneza é engolida


Nuno Graça

***

na folha de lótus
uma rã prepara o salto

a lua tão perto


Leonilda Cavaco Alfarrobinha

***

Como sabem, este passatempo foi patrocinado pela Cosmorama Edições, que ofereceu 9 livros para os primeiros a responder.
Assim sendo, receberão os seguintes livros:

Carla Ribeiro:
"Para que ninguém sobreviva ao perdão" de Pedro Gil-Pedro (2008)
Soraia Martins:
"Marcas de urze" de Catarina Costa (2008)
Paula Raposo:
"De haver relento" de Andreia C. Faria (2008)
Marcelo Torca:
"O percurso da Luz" de Carlos Alberto Braga (2006)
João Tomaz Parreira:
"O percurso da Luz" de Carlos Alberto Braga (2006)
Susana Custódio:
"A Vocação dos Homens Silenciosos" de Sandra Costa (2006)
Alexandra Malheiro:
"A Vocação dos Homens Silenciosos" de Sandra Costa (2006)
Nuno Dempster:
"Assim na Terra" de José Rui Teixeira (2005)
Álvaro Santos:
"Iniciação ao Remorso" de Jorge Melícias (2005)

Deixo-vos ainda com mais alguns haiku dos que chegaram (mais 5, no máximo, por participante):


maçã, amora
a tua, lábios de seda
boca-veludo

o grito no fim
é piano esquisito
morto e seco

a música voa
dedos grandes, bandidos
guitarras nos pés

Soraia Martins

***

sempre é tempo
da palavra de amor
feita caminho


é de súbito
do poema eleito
mil vezes o som

Paula Raposo

***

Modéstia do corpo
a nudez duns seios nus
entre dois vestidos.

Gaivotas no mar:
ramos da copa das águas
cheios de brancas folhas.

A pedra no lago
parte em círculos um Narciso
que se vê ao espelho.

Atrás da janela
estão o pássaro e a rosa:
presos ao seu corpo.

João Tomaz Parreira

***

Vento no Outono frio
Sopra a vida que me deste
Nas folhas caídas

Foi ontem nós juntos
A fonte jorrou amor
Em néctar dos Deuses

No Inverno frio
Do meu descontentamento
Chega abraço quente


Inverno tão triste
Entre árvores caídas
Manhã submersa

Agora cai chuva fina
Folhas secas velam o chão
Odor de Outono

Susana Custódio

***

Pingentes nas folhas,
mistérios da madrugada
quando o orvalho cai?

Corpo cobre corpo
O sangue borbulha
Frio vai-se embora


Madrugada clara
No decote do horizonte
Um colo rosado...

Fita de luz: réstia
onde a poeira tem estrelas...
Sol de nebulosa

Reflexo de prata:
Luar despeja-se no mar
– Espelho do céu

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

***

Alegria

luminoso som
claro riso de criança
flor que desabrocha.

Paz

cristalino som
de água. perfumada
brisa. laranjeiras.

Lua

distante farol
barco na profundidade
dos distantes céus.

Espera

um tempo sem tempo
ausência de sentido
desfolhar da flor.

Alentejo

cavalo de luz
dorso que se oferece
nos raios de SOL.

Tmara

***

apartamento gelado
a pilha de roupas respira
o gato usa cueca no pescoço

Renato de Mattos Motta

***

A minha casa
perdida no oceano
lençol branco contra o céu.

Céu plúmbeo,
vento gélido
os meus passos no temporal.

As pétalas caem
e a cascata corre
os nosso corpos nus no onsen.

Numa mão
seguro o vento,
na outra, também.

As folhas húmidas
o breve murmúrio
do aguaceiro.

Lucília Saraiva Pereira

***

O piano mudo
De velho sofre e revela
Seu corpo desnudo.

Morre em paz a rosa
sorrindo em pétalas...
seu dever, formosa.

Tal sol, com calor...
Homem, seja tu semente
de paz, bem e amor...

O verde se pinta
Mostrando serenas tramas
Recriando a tinta.

No céu, uma flor
De nuvens bem feita nunca
Recebeu amor.

Célia Lamounier de Araújo

***

Dias de chuva
Os chapéus abrem-se
As flores aguardam

Campos de neve
Uma ave negra
Desfaz o sonho

Numa árvore despida
Um ninho espera
Pelo amanhã

Olho pela janela
A chuva cai
O tempo escorre

Percorri a floresta
Não me perdi
Mas saí outro

J. Caldas

***

contigo eu sou...
como relva a crescer!
um touro solto

Francisco Coimbra

***

Rasguei-te carne,
Tripas, ventre, coração
Mas não foi por mal

O falo em ti
Teu coração em mim
Divina bênção

És oiro, prata, jade
Seios de cristal
Olhar de fêmea

Haiku gajo ‘tá
Mais ou menos tarado
E sem melhoras

Um anjo fugiu-me
Naquela madrugada
Tão sorrateiro

Luís Graça

***

o vento que surge
nos meandros da floresta
é a festa das nuvens

se por ver se sabe
um olhar abre janelas
da cor da dádiva

para cá do além
sem ter longe a distância
confunde-se em nós

Jorge Castro

***

Jarro na cabeça,
água nos olhos da aldeã.
O rio das mil fontes.

Mãe triste a bordar,
a criança suja na terra.
Campos por lavrar.

Cavalo da terra
corre veloz pelos prados.
O vento no dorso.

Melros e pardais
nos ramos de um castanheiro,
as ovelhas pastam.

Uma nuvem branca,
um barco vagueia no mar:
os peixes nas redes.

Luís de Aguiar

***

Ser feliz é ter
A luz da sabedoria
E da palavra.

Criança feliz
Cheia de Amor e Paz
Flor do meu jardim.

Jorge Barroso

***

Olha para o espelho
Veja a pureza do rosto
E cobre-o com véu

Nimbo pardacento
Verão com gosto de inverno
Céu sombrio cinzento

Malubarni

***

Tocar o céu
na bruma do desejo
infinito…

Tocar o mar
nas ondas salgadas
da tua boca

E perder nos
teus braços o último
fôlego de Vida…


Otília Martel

***

Mar e céu azul
Amendoeiras, pinheiros –
Areia, distância

Ontem foi manhã
Eras tu e o sol a arder –
E um filme sem fim

As rochas, o Guincho,
Safiras, asas, e bruma
– Os ventos, o mar

Areias no vento
Ladram os cães no quintal
– Calma, caravana

Perdeu-se na bruma
A criança sem cabeça
– E agora e agora?

Myriam Jubilot de Carvalho

***

Bicicleta veloz,
brisa de norte, estrada,
eu acompanho-te.

Frio de Janeiro,
cabelos longos, casa
comigo, mulher bela.

Bicicletas lentas,
a força do mar e o céu
ameaçador.

Carlos Teixeira Luis

***

Flutuou no ar
um scherzo em ré menor
e o dia nasceu

Chorou a nuvem
e um colar de pérolas
cobriu a terra

Nasceu a manhã
e ocultou-se na bruma
o silêncio

Os astros cantam
alegre melopeia
no surdo cosmos

A criança riu
O riso cristalino
adoçou o ar

Regina Gouveia

***

Eis a Primavera!
Botões florescem no vaso
Pintado no quadro

Na manhã nublada
Um raio de sol brilha
Num sorriso belo

O longo abraço
Da cortina sobre si
Mostra o arvoredo

Na mimosa flor
Que da árvore voou
Vi o Universo

Pólen a pairar
Em raio de sol poente
Planta um jardim

Ilona Bastos

***

habita a luz
coração inocente,
foge da treva.

chamo por ti,
vem uma estrela nua
pousar na água.

ao sol quente,
o gato pinga horas
abismado.

o nó dos dias
esse baraço solto
quando cai.

há um relógio
aqui a pulsar sangue
orvalho e luz.

José Ribeiro Marto

***

Eis a Primavera
E a tiara de andorinhas
Cobrindo-lhe a testa.

No Outono escarlate
Sinto-te as folhas dançando
Pousadas nos lábios.

Com as mãos, afasto
-te a branca neve dos ombros
No estertor do Inverno.

No final dos ciclos
Sobram as palavras vãs
P'ra nos confortar...

Alexandre Homem Dual

***

Milhares de mãos
depositam sonhos
numa urna

Haiti —
lágrimas desesperadas
removem os escombros

Jantar abundante —
Ela, tal como a Lua,
cheia

Crise —
depois do último cheque
não voltei a mexer as peças

Nuno Graça

***

ao cair da noite
respiração da cidade
o regresso a casa

sol da manhã
penteio o meu cabelo
na varanda

manhã de neblina —
ameixieiras em flor
acendem o dia

baloiçando ao vento
papagaios de papel
o coração voa

memória de infância
meu avô agricultor
semeando o trigo

Leonilda Cavaco Alfarrobinha

***

Some
depois do almoço
a minha fome.

Adauto Suannes

***

Obrigada a todos os participantes; obrigada à Cosmorama pelos livros oferecidos e obrigada ao Luís Gaspar, pela gravação.
E... até ao próximo passatempo etéreo!

Prémio D. Dinis 2009 para Vítor Aguiar e Silva

O Prémio D. Dinis 2009, instituído pela Fundação da Casa de Mateus, foi atribuído ao investigador de literatura Vítor Aguiar e Silva pelo seu livro A lira dourada e a tuba canora: novos ensaios camonianos, publicado em 2008 pelos Livros Cotovia.

Vítor Aguiar e Silva nasceu em 1939.
Tem-se dedicado especialmente ao estudo da Teoria da Literatura, domínio em que a relevância do seu ensino e da sua investigação é nacional e internacionalmente reconhecida, e da Literatura Portuguesa do Maneirismo, do Barroco e do Modernismo. Os estudos camonianos têm constituído objecto constante da sua actividade de investigador.
Tem desempenhado funções docentes, como professor visitante, em diversas Universidades estrangeiras.
Orientou numerosas dissertações de mestrado e doutoramento, na sua maioria publicadas.
Ocupou, por escolha governamental, diversos cargos nas áreas da Educação e da Cultura.
Autor, entre outros, dos seguintes trabalhos: Para uma interpretação do Classicismo, Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa, Teoria da Literatura, Competência Linguística e competência literária: Sobre a possibilidade de uma poética gerativa, Análise e metodologia literárias e Camões: Labirintos e fascínios (obra galardoada com o Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e da Associação Portuguesa de Escritores).
A Universidade de Évora atribuiu-lhe o Prémio Vergílio Ferreira de 2002.
Em 2007, foi-lhe atribuído o Prémio Vida Literária, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores e pela Caixa Geral de Depósitos, o mais alto galardão literário existente em Portugal.

Prémio Literário Cidade de Almada

O Prémio Literário Cidade de Almada tem uma periodicidade anual e deverá, alternadamente, distinguir um dos dois géneros literários: Romance ou Poesia.
A edição de 2009 contempla poesia.
À 21ª Edição do prémio Literário Cidade de Almada podem concorrer todos os indivíduos que apresentem os seus trabalhos nas condições que se seguem: São admitidas a concurso exclusivamente obras inéditas em língua portuguesa; As obras concorrentes, devem observar as seguintes condições de apresentação: Três exemplares; As páginas devem ser numeradas, apresentando na capa o título da obra, o pseudónimo do autor e a indicação do concurso, mínimo de 30 páginas; Juntamente com os três exemplares deverá ser apresentado um sobrescrito fechado, contendo no interior: os elementos de identificação do concorrente e, no exterior, o título da obra e pseudónimo; e menção "Prémio Literário Cidade de Almada".
As obras admitidas a concurso terão que respeitar as seguintes características gráficas: suporte papel, formato A4, tamanho 12, espaço de 1,5 entre linhas.
Cada concorrente poderá apresentar mais do que um trabalho, desde que os envie separadamente e com pseudónimos diferentes.
Os trabalhos a concurso deverão ser entregues, via correio ou em mão até 31 de Março de 2009.

Via correio: Secretariado do Prémio Literário Cidade de Almada - Fórum Municipal Romeu Correia - Divisão de Bibliotecas - Praça da Liberdade, 2800 – 648 Almada.
Em mão: Na Biblioteca Municipal de Almada, Praça da Liberdade, 2800 -648 Almada, durante o horário do expediente de segunda a sexta-feira das 10h – 18h, no Secretariado do Prémio Literário Cidade de Almada.

As obras devem ser enviadas ou entregues com indicação do concurso e do pseudónimo no espaço destinado ao remetente, e acompanhadas pelo envelope referido.

Prémio: haverá um único prémio, não divisível, no valor de 5.000 euros.

Organização: Câmara Municipal de Almada

Mais informações:
Fórum Municipal Romeu Correia
Praça da Liberdade, Almada
Tel:21 272 4940
Email:acalado@cma.m-almada.pt
Sítio: http://www.m-almada.pt/bibliotecas

terça-feira, 24 de março de 2009

Curso de E. M. de Melo e Castro na Associação Agostinho da Silva

O poeta E. M. de Melo e Castro vai dar um curso na Associação Agostinho da Silva com o título
"Raízes da Visualidade Ocidental"


Sinopse:
Originalmente, no Egipto antigo, desenhar, escrever e pintar eram o mesmo acto e tinham o mesmo significado. Uma escrita hieroglífica de tipo ideogramático proporcionava essa identificação que, de certo modo, ainda se mantém nas escritas ideogramáticas contemporâneas, como a chinesa e a japonesa.
Mas a adopção e o desenvolvimento das escritas alfabéticas na antiguidade clássica greco-latina, veio desfazer essa identificação, criando-se a arte da escrita (Caligrafia), o Desenho e a Pintura como formas de arte diferenciadas. Durante a Idade Média essas formas de arte enraizam-se na cultura do mundo ocidental e na Renascença estruturam-se em termos que haviam de se tornar modernos e contemporâneos.
No entando, alguns resíduos do original "ideogramatismo" permaneceram no subsolo dos nossos actos da escrita e da leitura, até que, primeiro no período Barroco e depois nos movimentos de Vanguarda do século XX, se voltaram a afirmar, aproximando estruturalmente a arte da escrita alfabética das artes ditas plásticas do desenho e da pintura, desenvolvendo-se formas híbridas a que hoje se chama genericamente Poesia Visual.
O objectivo deste curso é estudar de uma forma sistematizada e sincrónica esses movimentos de intersecção contemporânea entre a arte da escrita e as artes plásticas, evidenciando que as novas tecnologias informáticas caminham para um novo sentido ideogramático da comunicação, sendo ao mesmo tempo, instrumentos de criação de novas formas de arte.
O desenvolvimento desta temática far-se-á segundo os seguintes tópicos programáticos:
- Leitura do programa e de textos introdutórios
- Leitura e comentário do texto "Poesia e visualidade"
- Poemas visuais desde a antiguidade até hoje
- As tecnofanhias alexandrinas e romanas
- Leitura do poema OVO de Simias de Rodes
- As sinalizações originais e as origens da escrita
- Classificação das escritas, segundo Geoffrey Sampson
- Origens da nossa escrita "alfabética" (sua escrita e sua leitura)
- Poesia visual medieval (Carmina Figurata)
- Poesia visual barroca sua recuperação e interpretação em
A Experiência do Prodígio
de Ana Hatherly
- O entrecruzamento contemporâneo entre a escrita e a pintura:
...• o ponto de vista da pintura
...• o ponto de vista da escrita
...• Caligramas (Apollinaire, Albert-Birot e Almada)
... Futurismo e DADA
...Apoteose de Mário de Sá-Carneiro
... Caligrafia e Tipografia criativas
...Poesia Concreta: portuguesa e brasileira
... Infopoesia concepto visual (O Olho Críptico)

Este curso terá 10 sessões, de 13 de Abril a 15 de Junho, às segundas (18h00-19h30)

Inscrições até à primeira sessão do curso: 95 euros (com direito a Certificado de Participação)

E. M. de Melo e Castro
Doutor em Letras USP, Brasil
Professor da ESAP, Porto, Portugal

Associação Agostinho da Silva
Rua do Jasmim, 11, 2º
1200-228 Lisboa
E-Mail: agostinhodaSilva@mail.pt
Tel.: 21 3422783 / 96 7044286
Site: www.agostinhodasilva.pt
Blogue: www.novaaguia.blogspot.com

Filho da poetisa Sylvia Plath suicidou-se 46 anos depois da mãe

Nicholas Hughes, filho dos poetas Ted Hughes e Sylvia Plath, suicidou-se no passado dia 16 de Março, 46 anos depois do suicídio da sua mãe em Fevereiro de 1963.
Nicholas Hughes, que sofria de depressão, matou-se na sua casa do Alasca. Era professor na Universidade do Alasca-Fairbanks, mas tinha recentemente renunciado ao cargo para instalar uma oficina de cerâmica em casa.

V Festival de Poesia d'Oliva


Mais informações, aqui.

Porto Alegre dá Poesia

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sugestão da Andante para esta semana


Canção de maltês

Bati à porta do monte
porque sou um deserdado.
E chovia nessa noite
como se o céu fosse um mar
entornando-se na terra.
— Quem abre a porta a desoras
morando num descampado?
E continha o rafeiro que ladrava,
na ponta do meu cajado.
Mas veio abri-la o lavrador
com a espingarda na mão,
e pôs um olhar altivo
tão no fundo dos meus olhos
que as minha primeiras falas
foram assim naturais:
— guarde a espingarda, senhor,
sou um homem sem trabalho.
Fui secar-me à lareira.
E a filha do lavrador,
que era uma moça perfeita,
ficou a olhar de gosto
a minha manta rasgada
e o meu fato de maltês.
E com licença do pai,
estendeu-me um canto de pão
com azeitonas maduras.
Não aceitei como esmola;
antes roubar que pedir:
paguei com a melhor história
da minha vida sem rumo.
Foi uma paga de rei.
Prá filha do lavrador,
tinha muito mais valia
a história que lhe contei
que o trigo do seu celeiro,
pois estava a olhar de gosto
a minha manta rasgada.
E quando o fogo na lareira
ia aos poucos esmorecendo
agradeci como é de uso;
despedi-me até mais ver
e fui dormir pró palheiro
que é palácio de maltês.
Despedi-me até mais ver
que a gente da minha raça
mal o Sol tenta nascer
ergue-se e parte pelo mundo
sem se lembrar de ninguém.
Assim me deitei ao canto
a esperar pela manhã.

Manuel da Fonseca


Voz: Cristina Paiva; Música: Pascal Comelade; Sonoplastia:Fernando Ladeira

Reedições Atelier Editorial

O Princípio da Sedução
Poesia Reunida

Fernando Manuel Noivo

N.º de páginas: 176
Atelier Produção Editorial

1ª edição: Maio 2008
2ª edição: Abril 2009



O poema constrói-se devagar,
é,
por vezes uma escultura
na imensidão branca

— os dedos desmaiam em cima do papel!
— o coração também!

Deixemos que o tempo fale
e vá construindo
essa grande máquina da sedução.

domingo, 22 de março de 2009

Novidades Averno

A Caixa Negra
Josep M. Rodríguez
80 páginas
Edição bilingue (tradução de Manuel de Freitas)
Tiragem única de 300 exemplares.
Capa de José Francisco Azevedo.
Paginação e arranjo gráfico de Pedro Serpa.

Palavra Ibérica 2009

A 1ª fase do Encontro de Escritores Hispano-luso Palavra Ibérica 2009 arrancará no dia 27 de Março em Punta Umbría, às 18h (hora espanhola) com as apresentações dos 3 últimos livros publicados na colecção de poesia Palavra Ibérica. O evento segue no dia 28 para Vila Real de Sto. António, para as respectivas apresentações no Centro Cultural António Aleixo, às 17h, prolongando-se pela noite.
Autores presentes:
Golgona Anghel
Rui Costa
Santiago Aguaded Landero (Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica 2009)
Tiago Nené (tradutor)
Adão Contreiras (reportagem vídeo)

Coordenadores:
Fernando Esteves Pinto
Uberto Stabile

Outras sugestões para os próximos dias


23 de Março (segunda-feira):

VIZELA - Fundação Jorge Antunes
“Quadras com sabor a café” na Semana da Poesia (19 a 27 de Março).
Para assinalar o Dia Mundial da Poesia, a Câmara Municipal de Vizela, a Associação Vizela ImaginActiva (VIA) e o Grupo de Teatro da Fundação Jorge Antunes promovem uma semana dedicada ao tema.
Na segunda, dia 23, será inaugurada a exposição sobre a vida e obra dos poetas vizelenses Ana de Sá e Bráulio Caldas, na Fundação Jorge Antunes, pelas 18:00h.
A par destas actividades serão distribuídos poemas pelos cafés e restaurantes do concelho durante todos os dias da semana da poesia.

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25 de Março (quarta-feira):


PORTO - Clube Literário do Porto
25 de Março de 2009 - 4ª Feira
PIANO-BAR, 22:00h:
QUARTAS MAL DITAS
Tema: Desapareceu Dona Lua
Org.: Anthero Monteiro
Leituras por: António Pinheiro / Diana Devezas /Isabel Marcolino/ Luís Carvalho / Mário Vale Lima / Marta Tormenta / Rafael Tormenta




LISBOA - Livraria Círculo das Letras
Na Livraria CÍRCULO DAS LETRAS
inauguração da exposição
Cidades da Água
Manuel Passinhas (Pintura) e Miguel Rego (Poesia)
25 de Março, 4ª feira, 18.30h
Apresentação pelos autores e por Luís Filipe Maçarico
Rua Augusto Gil, 15 B (próximo Av. Roma /João XXI)


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26 de Março (quinta-feira):

COIMBRA - Fnac
26 de Março, 21h30
Local: Fnac, Coimbra
Apresentação do livro “A Cabeça de Fernando Pessoa”, de Luis Filipe Cristovão, título integrado na Colecção Pasárgada (Editora Ardósia).
Segundo Edimilson de Almeida Pereira, autor do prefácio, A Cabeça de Fernando Pessoa é uma colectânea que fornece apelos que a relacionam às demandas da intertextualidade, da tradição e talento individual. Com esta obra singular, o escritor pretende fazer uma releitura da nossa história da literatura. Luís Filipe Cristóvão é responsável pelos livros de poesia Registo de Nascimento, Pequena Antologia Para o Corpo, E Como Ficou Chato Ser Moderno e Santa Cruz (com fotos de Ozias Filho).

LISBOA - Rio Tejo
Barco Poético pelo rio Tejo, um espectáculo de interpretação de poetas portugueses, por Nuno Miguel Henriques.
11.00 e 14.00 - Saída do Cais Fluvial de Belém.
Nuno Miguel Henriques, fundador do Museu da Poesia, é também Director Artístico do «Teatro Azul - Companhia Profissional», e Director do Instituto de Protocolo, Artes e Comunicação.

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27 de Março (sexta-feira):

LISBOA – Livraria Trama
Performance poética in(di)vi.sí[vel
Poema polifónico para vozes, violino, penduricalhos e processamento electrónico da autoria de Márcio-André e com os poetas convidados bruno m. santos, João Miguel Henriques e Karinna Gulias e projecções de Paula Gaitán
Dia 27 de Março às 22h30 na Livraria Trama [São Filipe Nery, nº25B, Lisboa]

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28 de Março (sábado):

LISBOA – Palácio Galveias
No dia 28 de Março, pelas 19 horas, o escritor e poeta Eugénio de Sá estará presente no Palácio Galveias, em Lisboa, como convidado de honra da Associação Portuguesa de Poetas, na sessão de encerramento das homenagens ao Dia da Poesia.
A Presidente da APP, Maria Ivone Vairinho, abrirá a sessão com as boas-vindas ao poeta convidado.
Carmo Vasconcelos fará uma breve apresentação da vida e obra do Poeta e dirá poemas do autor.
Eugénio de Sá seguirá apresentando uma palestra de sua autoria sobre a "A Poesia e os Poetas" seguida da dicção de alguns de seus Poemas.
A sessão continuará com poemas ditos pelos poetas presentes.


ALMADA - Café Le Bistro
No dia 28 de Março, a partir das 17:30H, vai acontecer a habitual sessão mensal de "poesia vadia" organizada pelos poetas Almadenses (Rua dos Espatários, 2, Almada).
http://poetas-almadenses.blogspot.com

Por amor à arte poética

"Cosmorama, projecto de atitudes culturais, é a única editora portuguesa que só publica poesia"
Para ler aqui.

Premio Nacional de Poesía Miguel Hernández para David Hernández Sevillano

O júri do Premio Nacional de Poesía Miguel Hernández para menores de 35 anos, decidiu atribuir este galardão, no valor de 3.000 euros, a David Hernández Sevillano.
O júri foi constituído por Francisco Javier Díez de Revenga, na qualidade de membro da Fundação Miguel Hernández, pela poetisa Elena Medel, pelo poeta e editor José Luis Zerón, pelo responsável da editora Devenir (de Madrid), Juan Pastor, e pelo professor de Literatura na Universidade de Alicante, Ángel Luis Prieto de Paula.
David Hernández Sevillano, de 32 anos, é licenciado pelo INEF de Madrid e trabalha em turismo rural. Já foi galardoado com vários prémios como o XXIV Premio de Poesía Villa de Benasque, em 2008, com livro “Suma de azares” e o II Premio José María de Los Santos, em 2007, com o livro “Uno y uno no es dos frente al espejo”, publicado pela Diputación de Sevilla.