domingo, 31 de janeiro de 2010

Outras sugestões para os próximos dias


1 de Fevereiro (segunda-feira):

LISBOA – Teatro Villaret
Jô Soares com show de poesia de Fernando Pessoa no Teatro Villaret: De 29 de Janeiro a 7 de Fevereiro de 2010.
O espectáculo baseia-se no CD ‘Remix em Pessoa’, que Jô Soares gravou em 2007 e com o qual se apresentou no Brasil com grande êxito.
Para além dos poemas propriamente ditos, o espectáculo conta também com uma componente musical, percorrendo géneros variados, do hip-hop à música erudita, do jazz às valsas.

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5 de Fevereiro (sexta-feira):

BRAGA – Armazém do Caffé
Lançamento do livro de Paulo Themudo “Um Punhado de Sombras” (ed. Temas Originais) no Armazém do Caffé, Rua Eça de Queiroz, em Braga, no dia 5 de Fevereiro, pelas 21H30.
Obra e autor serão apresentados pelo escritor António M. Oliveira.

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6 de Fevereiro (sábado):

LISBOA - Livraria Círculo das Letras
Apresentação do livro de poesia satírica
"Livro de Reclamações - complaints book" de António Ferra (edição Fabula Urbis).
6 de Fevereiro • Livraria Círculo das Letras • 17H30
Apresentação por Fernando Tordo.
Sessão com leitura de poemas.
Rua Augusto Gil, 15B – Lisboa.




ÉVORA - Bibliocafé Intensidez
Dia 6 de Fevereiro, pelas 22:H00:
Apresentação do livro de poesia "Sinais de Vida" de Filipa Guerreiro.
Rua Escrivão da Câmara, 10 - Évora

Prémio Fundação Inês de Castro para Tolentino Mendonça

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro foi atribuído ao livro O Viajante Sem Sono, de José Tolentino Mendonça, publicado pela Assírio & Alvim em 2009. O júri do prémio, que nos anos anteriores distinguiu Pedro Tamen e Teolinda Gersão, foi composto por Aníbal Pinto de Castro, José Carlos Seabra Pereira, Fernando Guimarães, Frederico Lourenço e Mário Cláudio.
A entrega do troféu, concebido por João Cutileiro, terá lugar no próximo dia 6 de Fevereiro, pelas 17H00, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Um dos poemas do livro:

Versões do mundo

Se tiveres de escolher um reino
escolhe o relento
a noite tem a brancura do alabastro
ou mais extraordinária ainda

Ao que vem depois de ti
cede o instante
sem pronunciar
seu nome

El otro medio siglo

No próximo dia 2 de Fevereiro terá lugar a apresentação da colectânea de poesia latino-americana contemporânea "El otro medio siglo" (Edicións Espiral Maior), uma selecção rigorosa da poesia da segunda metade do século XX, que inclui autores da Península Ibérica (castelhano, galego, catalão, euskera e português) e da América Latina (castelhano e português).
O evento acontecerá no Centro Cultural Blanquerna, em Madrid, e a apresentação estará a cargo dos poetas, ensaístas e críticos literários: Marta Pessarrodona (escritora), Vinyet i Balcells (escritora), Jaime Siles (Universidade de Valencia), Luis Alberto de Cuenca (CSIC), Patricio Urquizu Sarasua (UNED), Miguel Anxo e Fernán Vello (escritor e editor), e o coordenador da antologia, o professor, ensaísta e crítico literário Antonio Dominguez Rey (UNED).

"El otro medio siglo" é uma selecção de 111 poetas, da América do Sul (Cuba, Argentina, Venezuela, Uruguai, Colômbia, México, Nicarágua, Costa Rica, Peru, Chile, Honduras, Equador e Brasil), e de Espanha (idioma castelhano, galego, catalão e euskera). Sob a direcção de Antonio Dominguez Rey, que estuda e introduz a parte da poesia castelhana espanhola e galega, colaboram também nesta antologia Gilberto Prado, professor da Universidade Iberoamericana no México; Vinyet Panyella i Balcells, escritora e bibliotecária do Parlamento da Catalunha; Annabel Rita, professora da Universidade de Lisboa; Eucanaã Ferraz e Eduardo Coelho, professores da Universidade do Rio de Janeiro, e Patricio Urkizu Sarasua, professor titular de Filologia da UNED.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Chão de Papel
Maria Estela Guedes
Apenas Livros, 2009







Bolama

Voltar à Guiné
Bissau, a nuvem de morcegos
Seguindo o velho vapor
De bancos de madeira corridos
Até à ilha entre ilhas
Bolama
A saber a mangos e a melancolia.

A praia lenta e morna a rodear-te o fatito
De banho vermelho.
Não tinhas mamas, pernas nem nada
Uma criança apenas
Com um caracol comprido
A cair de cada lado da cara.
As amigas de então – Pelete se chamavam –
Voltaste a vê-las mais tarde
E era como se não tivéssseis atravessado juntas
A adolescência, o Geba e o Atlântico
Na direção do mítico arquipélago
Dos Bijagós
Até Bolama, a ilha
A saber a mangos e a melancolia.

(...)

As lembranças
O coração fechado num búzio
A murmurar palavras sabe ao ouvido
Era ali
No fundo das águas a tocar
O lodo verde e menstrual do Geba…
Vai morrer à Guiné se te apraz
Num dia de neblina fria sobre as águas
Na linha imperceptível que separa a lua
Da luz
Vogando para o Oriente Eterno
Na barca de Rá
Depois de passar pela ilha entre ilhas
Bolama
A saber a mangos e a melancolia.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Mais logo, em S. Mamede de Infesta

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


poezz
Jazz na Poesia em Língua Portuguesa
Selecção: José Duarte e Ricardo António Alves
Almedina, 2004






Letra para um solo de Charlie Parker

Como estranha ave de presa
que ferida de morte flectisse
a hipérbole do voo na agonia
prolongada, é um canto angular,
terso, mas de arestas poluídas.
Polígono torturado, perturba-o
a iminência adiada de um grito
de socorro. Em sua chama viva
perpassam secretas vozes de rebeldia,
bárbaros sons de tormenta. No clamoroso
incêndio da ira e da raiva
(é preciso saber escutar),
a urgência implorativa
de um pouco de ternura.

Rui Knopfli

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Amo Agora
Casimiro de Brito e Marina Cedro
4Águas, 2009







22

Me alejo
silenciosa
cubierta
por tu saliva
espesa
Me pierdo
en las
horas
dónde
comenzaré
a gemir
una vez
más
sobre tí

dentro de



23

Dentro de ti
pampa volátil
tal o vento
que vai e vem
entre o meu corpo
e o teu

Os teus seios
sobrevoam
o meu rosto
o meu sexo

Subitamente
os músculos
explodem
em sucos
e magnólias

Donde nos vem
a febre?
Das nuvens voadoras
ou das furnas
infernais?

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Curso de Poesia Portuguesa Contemporânea

O 2.º curso LeYa Poesia Portuguesa Contemporânea, leccionado por Fernando Pinto do Amaral, decorrerá de 24 de Fevereiro a 24 de Março, em horário pós-laboral.
Mais informações aqui.

Mais logo, em Lisboa

Apresentação do livro de poesia de António Ferra "Livro de Reclamações [Complaints Book]" (edição Fabula Urbis).
28 de Janeiro, 21h30, na Livraria Fabula Urbis.
Apresentação por Luís Varela.
Livraria Fabula Urbis: R. de Augusto Rosa, 27 - Lisboa

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Dichosa Saudade
Quince poetas portugueses
Selección y traducción de Alfredo Pérez Alencart
Fundación Editorial el perro y la rana (Venezuela), 2007





Para venir aquí

Para venir aquí, de lejos, a este sol de la casa.

Para esta casa del cuerpo – tan de lejos.

Llegar a la casa donde estoy,
ojos de la cara, ver a la orilla
de la casa el sol de la casa
tan cerca....y lejos
el sol de la cara, el cuerpo
tan cerca – y de tan lejos.

António Ramos Rosa

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Costa Book Award para Christopher Reid

Christopher Reid foi galardoado com o Prémio Costa de Literatura (Costa Book Award), no valor de cerca de 34 500 euros, pela colectânea de poesia "A Scattering", poemas de homenagem à sua falecida esposa.
O Costa Book Award (que distingue autores radicados no Reino Unido e na Irlanda) é um dos mais importantes prémios literários do Reino Unido.
Com este prémio, Christopher Reid junta-se agora a gigantes como Ted Hughes e Seamus Heaney, ambos galardoados com o Costa Book Prize.
Christopher Reid, além de poeta, foi editor de poesia da Faber and Faber, entre 1991 e 1999. Já foi galardoado com outros prémios como o Somerset Maugham, o Hawthornden e o Signa Poetry Award.

(Foto: Stefan Wermuth/Reuters)

Novo livro de Maria Azenha

De Amor Ardem os Bosques
Maria Azenha
Edição da autora
Tiragem de 250 exemplares, dos quais 50 são numerados e assinados pela autora - edição limitada.
As reservas da obra podem ser feitas através do email: maria.azenha@gmail.com

Novidades Averno


António Manuel Couto Viana
Ainda Não
56 páginas, (tiragem única de 300 exemplares)
Capa de Juan Soutullo
Paginação e arranjo gráfico de Pedro Serpa

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Antologia de Escritas 6
Organização de José Félix
Encontro de Escritas, 2009







Nocturno em Setembro


Hoje a lua nasce muito mais tarde
Nesta tristeza que trago comigo
Rompe farrapos do céu sem estrelas
Prata que não tange os sinos da aldeia

Dormem os poetas da minha rua
E os cães ladram sem saber porquê
Enquanto mais além é o silêncio
Que governa o tempo e o espaço

E eu observador intemporal
Prisioneiro de minhas verdades
Deitei-me logo a adivinhar

Se mais tarde quando o sol nascer
A lua lhe vai dizer em segredo
A solidão que passou esta noite

Joaquim Evónio

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sugestão da Andante para esta semana


A Pátria, de olhos sem fundo...

A Pátria, de olhos sem fundo como dois buracos,
vela o teu corpo e põe-te uma promessa nas mãos frias ...
– tu que foste a força dos fracos,
Tu que foste maior que todas as poesias.
Tu, puro e oculto como as cisternas de água,
tu que eras presente e invisível como a aragem,
tu que continuas a ligar-nos pela mágoa
como sempre o fizeste pela coragem
...

Largos versos irrompem do teu silêncio de granito,
e tu vives inteiro em cada grito,
tu que foste maior que todas as poesias

Sidónio Muralha



Voz: Cristina Paiva; Música: Durutti Column; Sonoplastia: Fernando Ladeira
(do recital Soeiro Pereira Gomes, na esteira da liberdade)

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Vento / sombra de vozes
Antologia de Poesia Ibérica
Organização de Joan Gonper e Pedro Salvado
CELYA, 2004






O vento/escreve silêncio/na neve

encrostado
acena
a viriato

o vento
sólido ritmo
bofe teia o dado

argue
de popa e mastro
o tempo sílico

Mausoléu de retorta
cova
de voragem.

Aurelino Costa

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Pai sem Natal
Dinis H. G. Nunes
POPSul, 2010







Domingos de melancolia

O pai,
a filha,
o beijo,
o carrocel,
e o lenço acenado à melancolia

Que despidos domingos tristes
duma triste alegria
quando te ia buscar
pela mão da melancolia

O pai,
a filha,
o beijo,
o balão soltando-se da melancolia

E o céu inteiro caindo abatido
sobre as alegrias tristes desses domingos

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Teorias da Ordem
José María Cumbreño
Traduçao de Ruy Ventura
Ediçoes Sempre-em-Pé, 2009







A preto e branco.
Teria eu uns três anos. Talvez
mesmo menos. Na aldeia. A era.
Outubro ou princípios de Novembro.
Há erva. Está um tempo limpo. Não levo
agasalho. Calças e casaquito da mesma cor.
O casaco certamente era de malha. Tricotava-os
a minha avó. Por debaixo uma camisola. Branca.
A foto tirada a cinco ou seis metros. Estou
quase de costas. Metido comigo. Caminho
resoluto para a esquerda, onde, ao fundo,
se vê uma cerca de pedra. Mais longe,
um conjunto de árvores.
Hoje sei que eram oliveiras.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Outras sugestões para os próximos dias


26 de Janeiro (terça-feira):

VILA NOVA DE FAMALICÃO – Fundação Cupertino de Miranda
Ciclo de Música e Poesia, recitais de música e de poesia que terão lugar no dia 28 de Janeiro na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, pelas 21H30.
Recital de Música pelos Doppio Ensemble, (violinista Evandra de Brito Gonçalves e pianista Ana Queirós).
Recital de Poesia com apresentação de Isaque Ferreira. Convidada: Ana Luísa Amaral.

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27 de Janeiro (quarta-feira):

PORTO – Clube Literário do Porto
Quarta-feira, dia 27 Piano bar, 21h30
Quartas Mal’Ditas
Tema: Poesia/ Filosofia
Org.: Anthero Monteiro




ALCOCHETE - FÓRUM CULTURAL
Dia 27 de Janeiro, a Associação Artística Andante vai apresentar o espectáculo de poesia "Às avessas" no Fórum Cultural de Alcochete, pelas 14H30.
Um espectáculo com textos de António Maria Lisboa, João Pedro Mésseder, Manoel de Barros, Eugénio de Andrade, Vinicius de Moraes, Federico Garcia Lorca, Alberto Caeiro, Manuel António Pina, Maria Alberta Menéres, Mário Henrique Leiria, Leo Cunha, Albano Martins, Mário Quintana, Berenice Gehlen Adams, Artur do Cruzeiro Seixas, Fernando Pessoa, José Jorge Letria, António Simões, Luísa Ducla Soares, Pablo Neruda, Adriana Calcanhotto, J.M.G. Le Clézio, Paulo Leminski, Cecília Meireles, Matilde Rosa Araújo, Cassiano Ricardo, Isabel Pires, Antero de Quental.


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28 de Janeiro (quinta-feira):

OEIRAS - Livraria-Galeria Municipal Verney
Um evento da Associação Portuguesa de Poetas no dia 28 de Janeiro, das 16h00 às 18h00: Quinta-Feira Cultural na Verney
Livraria-Galeria Municipal Verney/Colecção Neves e Sousa
Rua Cândido dos Reis, 90/90A, Oeiras
Poeta do mês:
ROSA DABREU SERRANO - Poeta da APP

PORTO – Teatro do Campo Alegre
A sessão "BOMBA" marca o regresso do poeta e romancista valter hugo mãe às "Quintas de Leitura" promovidas pela Câmara Municipal do Porto, através da Fundação Ciência e Desenvolvimento. Será a sua 6ª presença neste ciclo poético, num espectáculo a realizar dia 28 de Janeiro de 2010, às 22h00, no Auditório do TCA.
"Bomba" é uma narrativa poética, inédita, de valter hugo mãe, escrita em jeito de homenagem a Mário Cesariny. A leitura dos 12 textos que compõem a obra será assegurada pelo próprio autor, que se fará acompanhar por Adolfo Luxúria Canibal, Isaque Ferreira, Rui Spranger e Sandra Salomé. A convidada especial Ianina Khomelik, violinista russa, também intervirá neste momento.
TEATRO DO CAMPO ALEGRE: Rua das Estrelas, s/n - Porto

LISBOA - Livraria Fabula Urbis
No dia 28 de Janeiro, pelas 21h30, vai ter lugar na Livraria Fabula Urbis o lançamento do livro de poesia de António Ferra "Livro de Reclamações [Complaints Book]" (edição Fabula Urbis).
A apresentação estará a cargo de Luís Varela.
A Livraria Fabula Urbis fica na R. de Augusto Rosa, 27 - Lisboa


ALCOCHETE - FÓRUM CULTURAL
Dia 28 de Janeiro, a Associação Artística Andante vai apresentar o espectáculo de poesia "Às avessas" no Fórum Cultural de Alcochete, pelas 10H30.
Um espectáculo com textos de António Maria Lisboa, João Pedro Mésseder, Manoel de Barros, Eugénio de Andrade, Vinicius de Moraes, Federico Garcia Lorca, Alberto Caeiro, Manuel António Pina, Maria Alberta Menéres, Mário Henrique Leiria, Leo Cunha, Albano Martins, Mário Quintana, Berenice Gehlen Adams, Artur do Cruzeiro Seixas, Fernando Pessoa, José Jorge Letria, António Simões, Luísa Ducla Soares, Pablo Neruda, Adriana Calcanhotto, J.M.G. Le Clézio, Paulo Leminski, Cecília Meireles, Matilde Rosa Araújo, Cassiano Ricardo, Isabel Pires, Antero de Quental.
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29 de Janeiro (sexta-feira):

LISBOA – Teatro Villaret
Jô Soares com show de poesia de Fernando Pessoa no Teatro Villaret:
De 29 de Janeiro a 7 de Fevereiro.
O humorista brasileiro Jô Soares, um grande apreciador da obra de Pessoa, que já trouxe a Portugal vários espectáculos de humor ao vivo, retorna a Lisboa para apresentar um trabalho onde ‘diz’ doze textos do poeta modernista português.
O espectáculo baseia-se no CD ‘Remix em Pessoa’, que Jô Soares gravou em 2007 e com o qual se apresentou no Brasil com grande êxito.
Para além dos poemas propriamente ditos, o espectáculo conta também com uma componente musical, percorrendo géneros variados, do hip-hop à música erudita, do jazz às valsas.

BRAGA - Armazém do Caffé
Lançamento do livro de poesia “A Espiral do Amor” de Egéria (edição Temas Originais) no Armazém do Caffé, Rua Eça de Queiroz, em Braga, no dia 29 de Janeiro, pelas 21H30.
Obra e autora serão apresentadas pelo artista plástico Joma Sipe.




ESPINHO - Biblioteca Municipal
Lançamento do livro de poesia "O Sangue por um Fio" de Sérgio Godinho (edição Assírio & Alvim), na Biblioteca Municipal de Espinho, dia 29 de Janeiro pelas 21H30.




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30 de Janeiro (sábado):

PORTO - Museu Soares dos Reis
Lançamento do livro de poesia "O Sangue por um Fio" de Sérgio Godinho (edição Assírio & Alvim), no Museu Nacional Soares dos Reis (Rua D. Manuel II - Porto), dia 30 de Janeiro pelas 18H00.
Apresentação de Arnaldo saraiva e leitura de poemas por Sérgio Godinho e pela actriz Júlia Correia.



TAVIRA - Biblioteca Municipal
Apresentação do livro de poesia de Teresa Rita Lopes “O Sul do Meus Sonhos” (ed. Gente Singular), no dia 30 de Janeiro, às 17H00, no auditório da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, em Tavira.


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31 de Janeiro (domingo):

LISBOA – Palácio Galveias
Um evento da Associação Portuguesa de Poetas no dia 31 de Janeiro, das 15h30 às 18h00, no Palácio Galveias:
Encontro Poético dos Poetas da APP, em que será homenageado GUERRA JUNQUEIRO
Palestra por JOAQUIM SUSTELO, seguida de leitura de poemas de Guerra Junqueiro ou a ele dedicados.
Este evento é aberto ao público, que poderá participar.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


O Tempo de Perfil
Luísa Freire
Assírio & Alvim, 2009







Bafejava o vidro da janela
da minha infância e
nas partículas de vapor,
com a ponta de meu dedo,
desenhava letras — as primeiras —
da indizível Palavra.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


Apresentações do livro de poesia "Pai sem Natal"
de Dinis H. G. Nunes, (editado pela POPSul),
em Évora, Lisboa e Portimão.
Vídeo de Adão Contreiras.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


ESCALPE
Amadeu Baptista
&etc, 2009







(...)

No meu corpo estiras o teu corpo,

sobre os meus lábios pousas
a tua mão esquerda,

e a tua mão direita,
serenamente terna,
aperta o meu pescoço:

sobre o meu rosto,
o teu hálito é um vento cálido,
uma brisa benéfica,

sendo que assim te respiro,
enquanto asfixio

e o meu pénis,
uma vez mais,
cresce
e entumece

para meu e teu prazer,

e nosso gozo.

Meu amor:

um dia hei-de morrer
no saque dos teus olhos

e há-de a morte descampar
-me no que em ti
é polpa,

coda,

foda.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Prémio de Poesia T. S. Eliot para Philip Gross

Philip Gross venceu a 17ª edição do Prémio de Poesia T. S. Eliot com a colectânea de poemas The Water Table.
O prémio, no valor de cerca de 17 mil euros, é doado pela viúva de T. S. Eliot à melhor colectânea de nova poesia em inglês publicada originalmente no Reino Unido ou Irlanda.
O Prémio de Poesia T. S. Eliot foi fundado pela Poetry Book Society em 1993.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Os Acasos Persistentes
Cláudio Neves
7Letras, 2009







O cão que juntos vimos numa esquina.
O peixe que agonizava à nossa frente.
A onda na direção de nossas filhas,
a quem pedimos não quebrasse sobre elas.

O cacto que te comprei na feira
e que te faz sorrir
quando o entrego
ainda hoje nos meus pensamentos.

Tudo isso farei eterno,
se me confias teu corpo sem ruído,
se sufocas teu grito para que não nos ouçam
as crianças no quarto contíguo,
para que não descubra o tempo
o cão, a onda, o cacto,
o teu corpo jugulado e inconsentido.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Assinar a Pele
Antologia de poesia contemporânea sobre gatos
Organização de João Luís Barreto Guimarães
Assírio & Alvim, 2001




Veneza aos gatos

Lisboa às moscas e Veneza aos gatos...
(os pombos da bondade só conspurcam
a praça de S. Marcos)
...ao gato perna alta que não vem quando o chamas,
ao contrário da patrícia mosca
que não era para aqui chamada,
mas logo te soprou os últimos zunzuns
mal chegaste a Lisboa

O gato de Veneza não te dá pretextos
para miares o que te vai na alma,
nem os sacros temores da miaulesca
esfinge rilkeana.
Não é um gato é um perfil de gato
Tapando a saída da calleta.

O gato veneziano é um gato sem regaços
e sem selvajaria.
De Veneza o gato é sempre muitos gatos
que vão à sua vida...

...como tu, afinal, não vais à tua.

(De Veneza a Lisboa, num zunido,
já trazias a mosca no ouvido...)

Alexandre O’ Neill

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Anelo


Quem me dera ser o vento:
tu, nua, receberias
nos teus seios meu alento.

Ou ser rosa:
a cortarias, no teu peito a deporias
como adereço opulento.

António Salvado

Na voz de Luís Gaspar:

Mais logo, em Almada

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Electri-Cidade
Vítor Oliveira Jorge
Colibri, 2009







Ler

No meio do verão, ler.
Sobre o sofá fresco do verão, ler.
Com borboletas atravessando as paredes da casa,
Com o verão de beira a beira.

Ler. Estender o corpo, os crisântemos
E as margaridas da imaginação,
Percorrer o soalho dos teus passos
Dirigindo-se de um verão futuro a um verão passado.

Estender a pele. Deixar subir os poros
Entre os pólens das horas, suspensas acima do telhado,
Lá em cima.
Esticar os músculos até aos horizontes do verão,
Acender as lâmpadas do leite fresco.
Fresco e sadio, leite sobre leite.

Espreguiçar a lactose do verão,
Ouvindo ao longe as abelhas a fabricar o mel,

E as avós a fazerem as compotas na cozinha,
Sem jamais virem interromper o livro,
Sem discernirem o presente nos seus óculos redondos,
Inócuas e bondosas como globos.

Atravessar o verão como uma nave,
Uma nave leitora, nua como nuvens brancas e sedosas,
E ouvindo os sons dos anjos cantores
Nas catedrais ao longe, suficientemente longe
Para não interromperem o que se passa,
Este transbordar de papoilas, este esvoaçar de linhas.

E os perfumes do cabelo. Ler no couro cabeludo,
Ler na cintura, nas espáduas, atravessando paredes,
No meio da frescura, erguer os bolbos da mais perfeita
Juventude, alegria.

Ouvindo ao longe as baterias, os risos dos jovens
Indo para a praia.
São os condimentos das compotas, dizem
As avós.
Temos de ir buscar os peixes pelas guelras
Podem estragar-se sobre o molhe.

Sim, mas deixa-os luzir enquanto possível.
Longe. Pedem as margaridas.
E os iogurtes brilhando sobre as mesas,
As gelatinas da leitura tremendo ao de leve
Quando passos do passado vêm atravessar o soalho
Invisíveis, caminhando ainda com areia e peúgas.

É belo, dizem as jarras, podermos assim
Atravessar as paredes, as janelas, as cortinas,
E aparecermos do outro lado de nós mesmas
Impecáveis, limpas, lácteas como o corpo
Da leitura.

Ler. Dobrar as duas pernas sobre o sexo.
E ficar, ficar, ficar, docemente ficar.

Temos de ir buscar os molhos de ramos amarelos
Antes que sequem.

Eis os teus pés. A tua cabeça. Os teus cabelos.
A tua leitura, a possiblidade do verão
Passar sobre as espáduas e continuar num regato
Verde na sua alegria de atravessar a casa

E poder continuar por qualquer lado
E poder ser uma serpente viva, interminável,
Descrevendo as eternas curvas e contra-curvas da leitura.

É belo, dizem os boiões para as avós.
É belo estar na cozinha, dizem os tachos de cobre a brilhar.

Pois que brilhem o mais longamente possível
Que havemos antes de acabar o verão de ir caminhando
Para buscar algo ao alpendre, levando o livro

Para a frente; e arpoar a leitura pelas guelras,
Trazer a sua frescura para as as superfícies de mármore,
O corpo lácteo para a cozinha,

Para o brilho dos boiões, o sabor das avós,
As sombras e os brilhos dos magníficos
Iogurtes.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Debate assinala aniversário de Eugénio de Andrade

Um debate sobre poesia portuguesa promovido pela Fundação Eugénio de Andrade, assinala, amanhã, 19 de Janeiro, o aniversário do poeta, numa altura em que a extinção da instituição está a ser analisada pela presidência do Conselho de Ministros.
O debate terá lugar às 18H30, nas instalações da Fundação, e contará com intervenções iniciais de Rosa Alice Branco e Rui Lage.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Por Assim Dizer
Teresa Rita Lopes
De Viva Voz, 1994







texto a tacto

Morder-lhe
a polpa

............gostar-lhe
............as sílabas

cheirar
suas axilas

............tatear
............seu sexo

gostar
seu sumo

............saber
............seu rumo

com o corpo todo

domingo, 17 de janeiro de 2010

Ajudar é preciso


Matthew Marek / American Red Cross

Um terramoto devastador (7.3 na escala de Richter) atingiu o Haiti no passado dia 12 de Janeiro. Estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas tenham sido afectadas.
O terramoto atingiu a capital Port-au-Prince e outras áreas do país.
A zona ocidental do Haiti, com uma população de 2.2 milhões, foi a mais atingida.
Com o lema “Ajude o Haiti, agora!”, a Cruz Vermelha Portuguesa, no quadro do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, apela à comunidade portuguesa que apoie as vítimas do terramoto no Haiti.
Os voluntários da Cruz Vermelha estão no terreno a assistir os feridos e a apoiar os hospitais que não têm capacidade para lidar com esta emergência.
As necessidades mais urgentes, até ao momento, são: salvamento e resgate, hospitais de campanha, cuidados de saúde de emergência, purificação de água, abrigos de emergência, logística e comunicações.
Mais informações aqui.

(...)
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam “amanhã”.
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo, com cuidado, como coisa
que não é só nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.

Jorge de Sena
(excerto do poema "Carta aos meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya")

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Só Mais Uma Vez
Uberto Stabile
Tradução de Rui Costa
Livrododia, 2007






Pássaro Branco

Sentados no Café da Ópera
Ela tinha descido com as chaves de casa
Ele guardava a fechadura nos seus lábios
Uma casa com cortinas e música italiana
Foi na semana em que Brejnev morreu em Moscovo
Ele tinha escrito um livro
Ela pôs um sorriso sobre a mesa
Durante trinta segundos um pássaro branco
voou à volta do café.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Outras sugestões para os próximos dias


19 de Janeiro (terça-feira):

LISBOA – Livraria da Assírio & Alvim
Lançamento do livro de poesia de Luísa Freire “O Tempo de Perfil” (edição Assírio & Alvim) no dia 19 de Janeiro, pelas 18h30, na livraria Assírio & Alvim na Rua Passos Manuel, em Lisboa, e com apresentação a cargo de Perfecto E. Cuadrado.
Paralelamente, será inaugurada a exposição de pintura «Pintar o Silêncio», também da autoria de Luísa Freire, e que ficará patente ao público de 20 de Janeiro a 20 de Fevereiro.

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21 de Janeiro (quinta-feira):

PORTO – Clube Literário do Porto
Quinta-feira, dia 21 Piano bar, 21h30
Poesia de Choque
Org.: A. Pedro Ribeiro e Luís Carvalho




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22 de Janeiro (sexta-feira):

LISBOA – Livraria Trama
No próximo dia 22 de Janeiro, às 21h30, na Livraria Trama, em Lisboa (ao Rato), conversar-se-á sobre a reedição do livro O Caderno Negro, de Cláudia Clemente, sobre o primeiro livro de Rui Almeida, Lábio Cortado, premiado com o Prémio Manuel Alegre do Município de Águeda, e sobre o quinto número da revista Sítio, com textos de Cristina Néry, Luís Maffei, Rute Mota, Hugo Milhanas Machado, Duarte Drumond Braga, Rita Grácio, Rui Almeida, Fernando Esteves Pinto, Paulo Kellerman, Paulo Nuno Vicente, Pedro Eiras, Eduíno de Jesus, André Simões, Paulo Bandeira Faria, Rui Prudêncio, com direcção de Luís Filipe Cristóvão.
Um evento organizado pela Livrododia Editores e ATV, na Livraria Trama.

OEIRAS – Escola Secundária Sebastião e Silva
Um evento da Associação Portuguesa de Poetas:
Dia 22 de Janeiro de 2010 - das 10h20 às 11h50
MOMENTOS DE POESIA (No Auditório Padre Andrade, da Escola Secundária Sebastião e Silva, de Oeiras)
Com uma palestra por Maria Ivone Vairinho (Presidente da Direcção da APP e Professora da Universidade Sénior de Oeiras) - "José Régio - O Poeta e o Homem" e intervenção dos alunos da Escola Secundária Sebastião e Silva e utentes do Centro de Acção Social de Oeiras (Forças Armadas).

LISBOA - UAL
Dia 22 de Janeiro, pelas 18h,
na Universidade Autónoma de Lisboa,
terá lugar o lançamento do livro
"Foto-Pintura e Poesia" de Saul Neves de Jesus.




S. Domingos de Rana - Biblioteca Municipal de Cascais
Sessão Noites Com Poemas, no dia 22 de Janeiro.
Convidados: jornalista João Paulo Sacadura e David Machado, autor vencedor do prémio Branquinho da Fonseca (2005).
Na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana (Bairro Massapés - Tires), pelas 21h30.



LISBOA - Bar na Cave
No dia 22 de Janeiro, vai ter lugar no Bar da Cave uma sessão de leitura de poemas do livro "Cerco Voluntário", de Vasco Gato, pela poeta Catarina Nunes de Almeida e pelo actor Pedro Lamares.
O autor do livro estará presente.
O bar na Cave fica na R. Imprensa Nacional, 116B (cave do Restaurante Bs).

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23 de Janeiro (sábado):

PORTO – Clube Literário do Porto
Sábado, dia 23, no Piano bar do Clube Literário do Porto:
Depois da apresentação, às 16 horas, do livro “O estrangulador de bonecos de neve”, de Carlos Vaz, vai ter lugar, palas 18h30: Portugal Poético
Tema: Miguel Torga: Vida e Obra
Org.: Rui Fonseca


PORTO - Ateneu Comercial
Lançamento do livro de poesia “A Espiral do Amor” de Egéria (edição Temas Originais) no Ateneu Comercial do Porto, na Rua Passos Manuel, 44, no dia 23 de Janeiro, pelas 16H00.
Obra e autora serão apresentadas pelo artista plástico Joma Sipe.




ALCOCHETE - Biblioteca Municipal
Apresentação do livro de poesia “Momentos...” de Luís Ferreira (edição Temas Originai) na Biblioteca de Alcochete, Rua Professor Leite da Cunha, no dia 23 de Janeiro, pelas 16H00.
Obra e autor serão apresentados por Ana Santos.