domingo, 31 de agosto de 2008

VIII Jogos Florais da Alma Alentejana

A Alma Alentejana – Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social, uma instituição particular de solidariedade social que tem como principais objectivos, no plano cultural, contribuir para a preservação e divulgação da cultura Alentejana e o desenvolvimento de relações com todos os alentejanos, aprofundando as suas raízes com a terra de origem, tem abertas as inscrições para o concurso de Poesia e Conto:
- Quadras
- Poesia livre (até 3 páginas)
- Conto de intervenção social (até 3 páginas)
Os interessados poderão enviar 3 exemplares, até ao dia 12 de Setembro de 2008, para:
Concurso VIII Jogos Florais da Alma Alentejana
Av. do Prof. Rui Luís Gomes 13 r/c Laranjeiro, 2810-274 ALMADA

Os prémios serão atribuídos no dia 12 de Outubro.
A Alma Alentejana poderá utilizar as obras premiadas como lhe aprouver.
Os prémios são apenas diplomas, havendo lugar a um prémio simbólico.

Patrono: Kálidas Barreto
Direcção dos Jogos Florais: Joaquim Manuel da Silva Avó
Mais informações: Tel.: 212551296

sábado, 30 de agosto de 2008

Sugestões para os próximos dias


4 de Setembro (quinta-feira):

LISBOA – Livraria Fábula Urbis
No dia 4 de Setembro vai ter lugar na Livraria Fábula Urbis, pelas 21:30 horas, o debate/apresentação "La poésie à l'école - L'indispensable superflu".
Debate com Martine Boncourt, autora do livro com o mesmo nome.
Terá a poesia o lugar que merece na escola? O que está em jogo, para além da recitação, dos jogos sobre palavras, sobre rimas? Porquê ensiná-la de outro modo? Como fazê-lo? Será que o professor se coloca em perigo ao acolher esta linguagem de liberdade, de emoção, de ruptura?
Estas são algumas das questões às quais Martine Boncourt tenta dar resposta neste livro que inclui 20 fichas pedagógicas.
Martine Boncourt é professora do ensino primário, directora de escola, formadora de professores no Instituto Universitário de Formação de Mestres (IUFM) da Alsácia, tendo leccionado Ciências da Educação em Strasbourg e em Rouen. Tutora no Centre National d’Enseignement à Distance, é Doutora em Ciências da Educação. Militante do Movimento Freinet desde há trinta anos, é membro dos laboratórios de investigação em Ciências da Educação da universidade de Rouen e da IUFM de Strasbourg.
A Livraria Fábula Urbis fica na Rua de Augusto Rosa, 27, em Lisboa.


SERPA – Livraria Vemos, Ouvimos e Lemos

Manuel Alegre vai estar na VOL no próximo dia 4 de Setembro, pelas 21H30 para a apresentação do seu livro "Sete Partidas" que será feita por José Manuel Mendes, com a participação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e da Companhia de Teatro BAAL17.

A Livraria Vemos, Ouvimos e Lemos fica no Largo 5 de Outubro, 7, Serpa.


LISBOA – Café Martinho da Arcada
Convívios Poéticos do Círculo Nacional d'Arte e Poesia
Até 27/12/2008
Todas as quintas, das 16h às 18h
Informações Úteis: 213 973 717
No Café Martinho da Arcada (Pç. do Comércio, 3), em Lisboa.



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5 de Setembro (sexta-feira):

ODIVELAS – Casa do Largo
A tertúlia quinzenal das sextas-feiras na Casa do Largo do Centro de Exposições de Odivelas regressa no dia 5 de Setembro, com mais arte, cultura e acima de tudo como festa das palavras e das relações interpessoais.
Um local onde os tertulianos poetas, escritores, amantes da poesia, anónimos ou conhecidos conversam, ouvem e lêem poesia.

ODEMIRA – Biblioteca Municipal

A Andante apresentará no dia 5 de Setembro, o espectáculo de Poesia “Às escuras, o amor” na Biblioteca Municipal de Odemira (a propósito do 8.º aniversário), pelas 21.30h.




LEIRIA – Livraria Arquivo
Dia 5 de Setembro, na Arquivo Livraria, pelas 18:30, terá lugar a apresentação do livro de poesia “O que sobra”, de Manuel Silva-Terra (Ed. Casa do Sul).
A obra será apresentada por Amélia Pinto Pais.
Manuel Silva-Terra nasceu em 1955, na freguesia de Orvalho (Beira Baixa) e começou por publicar nos “Cadernos do 40”, em Coimbra, na década de 80. Depois, nas edições Fenda, publicou “Com a Língua na Orelha”, e as plaquettes “O Céu é o Deserto” e “De Limites” (em colaboração).
Mais tarde, “Exercício de Fogo Real” saiu em edição de autor (não comercializável).
Para a editora Casa do Sul, organizou a antologia “E o Céu tão Baixo”. Aqui, publicou “Os Três Primeiros Cadernos”, “Livro da Ignorância”, “Calafrio”, “Paisagens” (em colaboração com o pintor Carlos Guerra) e “Campos Magnéticos” (refundação de livros anteriores).
Em 2007, publicou o poema narrativo “Pai, Não Abra Já Essa Porta”, em 2008 publicou a antologia “As Cigarras vão Morrer. Haiku: uma antologia”. “O Que Sobra” é o seu último livro.

A Livraria Arquivo fica na Av. Combatentes da Grande Guerra, 53, em Leiria.

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6 de Setembro (sábado):

LISBOA – Galeria Matos Ferreira
No dia 6 de Setembro terá lugar na Galeria Matos Ferreira, pelas 21h30, uma palestra e a apresentação do livro de poesia "Recuperar a Claridade" de Joaquim Carvalho.
Apresentação de: Dulce de Matos;
Declamação de: Cármen Filomena.
A Galeria Matos Ferreira fica no Bairro Alto (R. Luz Soriano, 14 e 18) em Lisboa.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

27.ª Feira do Livro de Brasília

Abriu hoje, 29 de Agosto, a 27ª Feira do Livro de Brasília, um dos maiores eventos literários brasileiros, que teve no ano passado mais de 500 mil visitantes. Conta este ano com 101 expositores que ocuparão uma área de 6.500 metros quadrados.
As actividades da 27ª Feira começaram no passado dia 19 de Junho, quando 350 poesias foram lançadas nos céus da cidade, na Chuva de Poesias.
A Feira, promovida pela Câmara do Livro do Distrito Federal, decorrerá até 7 de Setembro e tem este ano o lema “Palavras mudam o mundo”. O programa contempla várias actividades culturais como oficinas, palestras, workshops e apresentações teatrais e musicais, e terá este ano, como convidados, dois autores portugueses (José Luís Peixoto e Francisco José Viegas) e dois argentinos (Ana María Shua e Daniel Link).
O homenageado deste ano será o poeta Thiago de Mello, de 82 anos e natural de Barreirinha, no Amazonas, uma das vozes mais activas na defesa dos Direitos Humanos, da Ecologia e da Paz Mundial.

Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa 2008


O “Prémio Portugal Telecom de Literatura Brasileira” foi criado pela Portugal Telecom Brasil em 2003 para prestigiar e divulgar a produção literária brasileira, tendo-se tornado em poucos anos num dos mais prestigiados do Brasil.
Em 2007, conservando a sua estrutura básica, o Prémio estendeu-se a todos os livros escritos em língua portuguesa editados no Brasil, garantindo maior intercâmbio literário entre os países lusófonos.
O prémio é conferido aos três melhores livros originalmente escritos em língua portuguesa e contempla romance, conto, poesia, crónica, dramaturgia, biografia ou autobiografia.
O júri intermédio irá eleger no próximo dia 2 de Setembro os 10 livros finalistas, dos quais o júri final elegerá os três livros vencedores.
O Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa contemplará os três vencedores com cerca de 41 800 euros para o primeiro lugar, cerca de 14 600 euros para o segundo e cerca de 6 300 euros para o terceiro.

Entre os 51 finalistas, estão os seguintes livros de poesia:
"20 Poemas para seu Walkman", de Marília Garcia, publicado pela Cosac Naif / 7 Letras (poesia brasileira)
"A Génese do Amor", de Ana Luisa Amaral, publicado por Gryphus (poesia portuguesa)
"Almádena", de Mariana Ianelli, publicado pela Iluminuras (poesia brasileira)
"Baque", de Fábio Weintraub, publicado pela 34 (poesia brasileira)
"Corta a Noite um Gemido", de Reynaldo Valinho Alvarez, publicado pela Myrrha (poesia brasileira)
"Laranja Seleta", de Nicolas Behr, publicado pela Língua Geral (poesia brasileira)
"Meu Filho, Minha Filha", de Fabrício Carpinejar, publicado pela Bertrand Brasil (poesia brasileira)
"O Outro Lado", de Ivan Junqueira, publicado pela Record (poesia brasileira)
"Página Órfã", de Régis Bonvicino, publicado pela Martins (poesia brasileira)
"Quaradouro", de Iacyr Anderson Freitas, publicado pela Nankin (poesia brasileira)
"Rilke Shake", de Angélica Freitas, publicado pela Cosac Naif / 7 letras (poesia brasileira)
"Tarde", de Paulo Henriques Britto, publicado pela Cia das Letras (poesia brasileira)
"Visão do Térreo", de Ruy Proença, publicado pela 34 (poesia brasileira)

Revista Sulscrito n.º 2


Acaba de sair a Revista Sulscrito n.º 2 que tem uma sessão de apresentação marcada para o próximo dia 13 de Setembro, às 21h30, na Livraria Pátio de Letras, em Faro.





Na Sulscrito n.º 2 encontraremos:

Dossier Palavra Ibérica:
Diana Almeida, Elisa Yorch, manuel a. domingos, Antonio Orihuela, Miguel Godinho, Francis Vaz, Cármen Camacho, Eládio Orta, Luís Pons Moura, Rafael Delgado, Pepe Varos e Luís Filipe Cristóvão.

Destaque:
Vencedores do Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica 2008
Amadeu Baptista e Rafael Camarasa

Pré-Publicação: Espelho Negro de Miriam Reyes com tradução de Jorge Melícias

Outras colaborações: Miguel Real, Manuel Garrido Palacios, Eduardo Halfon, Ondjaki, Rui Dias Simão, Arturo Accio, José Rui Teixeira, Paulo Bandeira Faria, Agustín Calvo Galán, Rodrigo Miragaia, Fernando Aguiar, Berónica Palacios Rojas, José Emílio-Nelson, Maria do Rosário Pedreira, Rita Grácio, André Sebastião, Ivo Machado, José Luís Tavares, José Manuel Vasconcelos, Pedro Gil-Pedro e Rui Costa.

I Bienal Internacional de Poesia de Brasília

A Primeira Bienal Internacional de Poesia de Brasília (I BIP), é promovida pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) e decorrerá de 3 a 7 de Setembro de 2008, na Praça do Conjunto Cultural da República, no Museu Nacional e na Biblioteca Nacional de Brasília.
O evento reunirá as novas tendências da poesia contemporânea brasileira e internacional (escrita, falada, cantada, visual, performática e digital) e contará com a presença de poetas, críticos e editores.
A programação contempla sessões dedicadas aos poetas convidados, simpósios de crítica de poesia, oficinas, palestras, lançamentos de livros, mostra de cinema, feiras de livro e recitais, entre outros eventos, no mesmo período em que decorre a 27ª Feira do Livro de Brasília (evento em que os autores portugueses Francisco José Viegas e José Luis Peixoto estarão presentes).

50.º Prémio Jabuti

O Prémio Jabuti (o mais tradicional da literatura brasileira), realizou hoje a primeira sessão pública do processo de selecção. Nesta fase, 200 inscritos foram seleccionados de um total de 2.141 candidatos.
A lista já pode ser consultada aqui.
Depois desta primeira sessão pública, as dez obras mais votadas em cada categoria seguem para a segunda etapa, e em 23 de Setembro próximo serão conhecidos os três vencedores de cada uma das 20 categorias.
O prémio distribui um total de cerca de 50 mil euros.
Os autores dos melhores livros do ano de ficção e não-ficção recebem cerca de 12 500 euros cada um e só serão conhecidos na cerimónia de entrega das estatuetas, no dia 31 de Outubro, na Sala São Paulo.
Para comemorar os 50 anos do Prémio, a Câmara Brasileira do Livro realizou uma exposição retrospectiva do Jabuti durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo (que decorreu de 14 a 24 de Agosto).
O Prémio Jabuti foi criado em 1958 por Edgard Cavalheiro, então presidente da Câmara Brasileira do Livro, com o objectivo de prestigiar e difundir o trabalho de escritores, editores, livreiros, ilustradores e gráficos.
A primeira cerimónia de entrega deste prémio aconteceu no fim de 1959 e Jorge Amado foi o vencedor, com o romance “Gabriela, Cravo e Canela”. Nos últimos 50 anos, o Jabuti recompensou autores como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Celso Furtado, João Cabral de Melo Neto, Nélida Piñon, João Ubaldo Ribeiro, Ruy Castro, Milton Hatoum, Lygia Fagundes Telles, Cecília Meireles, Otto Maria Carpeaux, Celso Lafer, Gilberto Freyre, Dalton Trevisan, Antonio Candido, Cassiano Ricardo, Milton Santos, Ruth Rocha, Haroldo de Campos, Raduan Nassar, Paulo Duarte, entre muitos outros.
Este ano, os 10 finalistas para o melhor livro de Poesia são Ivan Junqueira, Marcus Vinicius Teixeira Quiroga Pereira, Mariana Ianelli, Paulo Fernando Henriques Britto, Cássia Janeiro, Maviel de Aguiar, Fabiano Calixto, Armindo Branco Mendes Cadaxa, Ronaldo Cunha Lima e Chacal.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Novidades Assírio & Alvim

Gatos Comunicantes — Correspondência entre Vieira da Silva e Mário Cesariny, 1952-1985
Maria Helena Vieira da Silva; Mário Cesariny
(apresentação de José Manuel dos Santos; edição e textos de Sandra Santos e António Soares)
Colecção: Testemunhos
Classificação: Correspondência


«Página a página, linha a linha, palavra a palavra, este livro ergue as figuras reais de Maria Helena Vieira da Silva e de Mário Cesariny de Vasconcelos. Ergue-as, assim cada um foi inventando o outro, num frente a frente perpétuo, sem intervalo ou traição. Este diálogo de vozes e de silêncios-entre-as-vozes, de palavras e de sem-palavras-entre-as-palavras, levanta estas figuras sobre (e contra) um chão de pequenez, hostilidade e escuridão, dando-as como elas são. E como elas se olharam, se representaram, se admiraram, se amaram uma à outra: únicas, grandiosas e magnificadas. Ao fundo, aparece Arpad, com uma elegância longa, a saudá-los, a saudar-nos, na sua doçura inquieta, na paciência e sabedoria do seu estar. Um pouco atrás, ouve-se, vê-se Guy Weelen a anotar, a preparar, a cuidar, a tramitar, a transmitir. Este livro prova que “os encontros são proporcionais aos destinos” e que o amor pode ser um relâmpago contínuo, livre, invencível.»
José Manuel dos Santos (excerto da apresentação)



O Sentido da Vida é só Cantar

António Barahona
Colecção: Documenta Poetica
Classificação: Poesia (antologia)







I
O poeta vive só,
livre, peremptório, claro,
em estreita unidade com o corpo:
barro plástico para o Todo-Poderoso
esculpir a alma e o espírito
O poeta avança sobre o caos e as trevas,
contraditório, puro, sábio,
a sua vida está envolta em beleza:
o lustre opalino do pescoço das pombas,
os amigos imprevistos,
uma família espalhada plo mundo,
o Sol, a Lua, os gatos e as árvores
O poeta embriaga-se com água,
hidromel, chá de menta, ou súbito perfume
E inspira-se no ar d’atmosfera sagrada:
relê Moisés, Cristo Jesus e Muhammad

“Roteiro(s) da Alma”

A Minerva está já a seleccionar os autores que integrarão a próxima Colectânea de conto e poesia “Roteiro(s) da Alma”, organizada por Ângelo Rodrigues, cuja saída está prevista para início de Dezembro. Esta colectânea terá aproximadamente 20 autores (da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e os custos da edição serão custeados, como de costume, por todos os autores presentes na edição, que terão direito a 10 páginas cada um.
Para mais informações, visitar o site da Minerva,aqui.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Um caminho de palavras

Sem dizer o fogo – vou para ele. Sem enunciar as pedras, sei que as piso – duramente, são pedras e não são ervas. O vento é fresco: sei que é vento, mas sabe-me a fresco ao mesmo tempo que a vento. Tudo o que eu sei, já lá está, mas não estão os meus passos nem os meus braços. Por isso caminho, caminho, porque há um intervalo entre tudo e eu, e nesse intervalo, caminho e descubro o meu caminho.

Mas entre mim e os meus passos há um intervalo também: então invento os meus passos e o meu próprio caminho. E com as palavras de vento e de pedras, invento o vento e as pedras, caminho um caminho de palavras.

.......Caminho um caminho de palavras
.......(porque me deram o sol)
.......e por esse caminho me ligo ao sol
.......e pelo sol me ligo a mim

.......E porque a noite não tem limites
.......alargo o dia e faço-me dia
.......e faço-me sol porque o sol existe

.......Mas a noite existe
.......e a palavra sabe-o.

António Ramos Rosa

Na voz de Luís Gaspar:

Ahmed Faraz (1931-2008)

Ahmed Faraz (pseudónimo de Syed Ahmad Shah), um dos mais importantes poetas modernos paquistaneses, morreu no passado dia 25 de Agosto, aos 77 anos.
Faraz estudou urdu e persa, duas línguas com uma longa tradição poética e escreveu toda sua obra em urdu, a língua nacional do Paquistão.
Faraz era também conhecido pelas suas críticas ferozes à ditadura e por ser uma voz pelo progresso e pela mudança, o que o obrigou a exilar-se durante o regime do general Muhammad Zia-ul-Haq, entre 1977 e 1988.
Viveu em Inglaterra e no Canadá antes de regressar ao Paquistão onde foi presidente da Academia Paquistanesa de Letras e da Fundação Nacional do Livro.
Em 2004 recebeu o prémio nacional Hilal-i-Imtiaz como reconhecimento da sua longa carreira poética, prémio esse que devolveu mais tarde como demonstração do seu desacordo com as políticas do ex-presidente e chefe do exército Pervez Musharraf.

Novo livro de Fernando Esteves Pinto

Depois da primeira edição em 2005 pela editora Leiturascom.Net, o livro "Sexo Entre Mentiras" acaba de ser publicado em Espanha na Baile Del Sol, editora das Canárias. A tradução é de Manuel Moya, autor que, desde 1996, tem vindo a traduzir parte do trabalho literário de Fernando Esteves Pinto.
A apresentação do livro será no dia 29 de Agosto na Biblioteca Municipal de Punta Umbría, pelas 21h (hora espanhola).
O livro foi lido por quatro leitores do clube de leitura da biblioteca e será discutido publicamente durante a sessão.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Novidades Canto Escuro

Vítor Vicente, da editora Canto Escuro, vai realizar três lançamentos no próximos dias, no Brasil, do seu livro "As Noites Contadas", agora em segunda edição e tradução para castelhano, co-editado com a editora O Clássico.
No dia 31 de Agosto às 18 horas no Bar Depois, em Sorocaba, São Paulo.
Haverá uma Perfomance pelo Grupo Coesão Poética e pela actriz Ana Maria Lima.
No dia 3 de Setembro pelas 19h, no SESC, em Uberaba, Minas Gerais.
Haverá uma Perfomance pelo grupo de teatro Todo Um.
No dia 12 de Setembro pelas 19h na Casa de España D. Felipe II, com Oficinas de Flamenco.

Para saber um pouco mais sobre este livro de Vítor Vicente, espreitar aqui no blogue Insónia.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sugestão da Andante para esta semana


Aldeia

Nove casas, duas ruas, ao meio das ruas um largo,
ao meio do largo um poço de água fria.
Tudo isto tão parado e o céu tão baixo que quando alguém grita para longe um nome familiar se assustam pombos bravos e acordam ecos no descampado

Manuel da Fonseca

Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva; Sonoplastia: Fernando Ladeira

domingo, 24 de agosto de 2008

Jorge Luis Borges

Jorge Luis Borges nasceu em Buenos Aires (Argentina) no dia 24 de Agosto de 1899.
Um dos maiores escritores da língua hispânica – para muitos, o maior – Borges foi polémico, admirado e venerado como mestre indiscutível e era quase tão inatingível como os imaginários universos que construía com a sua lucidez de artífice.
Borges foi bilingue desde a infância e aprendeu a ler em inglês antes mesmo de aprender castelhano por influência da avó inglesa. Aos 9 anos traduziu do inglês "O Príncipe Feliz", de Oscar Wilde.
Segundo um estudo de Antonio Andrade, Borges tem ascendência portuguesa: o seu bisavô Francisco teria nascido em Portugal em 1770 e vivido em Torre de Moncorvo antes de emigrar para a Argentina.
Em 1914 viajou com a família para a Europa, que se instalou em Genebra onde Borges aprendeu francês e ensinou alemão. Em 1918 tornou-se bacharel pelo Liceu Jean Clavin. Depois de ter estado em Espanha durante dois anos, regressou a Buenos Aires em 1921 e fundou com outros importantes escritores a revista Proa. Em 1923 publicou o seu primeiro livro de poemas, “Fervor de Buenos Aires”.
Colaborou a partir de então em Martin Fierro, La Prensa, Síntesis, e, mais tarde, em Crítica, Sur e El Hogar.
A partir desta altura a sua visão começou a deteriorar-se e sofreu sucessivas operações às cataratas, perdendo quase por completo a visão em 1955. A sua grande amiga e secretária foi a sua mãe, que o acompanhou por toda a vida até falecer em 1975 aos 99 anos.
Borges foi bibliotecário numa sucursal da Biblioteca Municipal de Buenos Aires, entre 1937 e 1946, altura em saiu por não concordar com o governo de Juan Perón, a quem ele chamava de fascista.
Com Ficções (contos) publicado em 1944, obteve o Grande Prémio de Honra da Sociedade Argentina de Escritores.
Fundou e dirigiu a revista Anales de Buenos Aires entre 1946 e 1948 e presidiu a Sociedade Argentina de Escritores entre 1950 e 1953.
Em 1955, com o golpe militar que retirou Perón do poder, Borges foi nomeado director da Biblioteca Nacional de Buenos Aires.
Em 1956 foi professor de Literatura Inglesa na Universidade de Buenos Aires, onde permaneceu até 1970.
Em 1961 recebeu o Prémio Formentor (compartilhado com Samuel Beckett), pelo Congresso Internacional de Editores.
Em 1973, com a reeleição de Péron à presidência da Argentina, Borges demitiu-se do cargo de Director da Biblioteca Nacional.
Desde o seu primeiro livro até a publicação das suas Obras Completas (1974) decorreram 50 anos de criação literária durante o qual Borges superou a falta de visão escrevendo ou ditando livros de poemas, contos e ensaios. Recebeu importantes distinções e numerosos prémios, entre eles o Cervantes em 1980. A sua obra foi traduzida para mais de 25 idiomas e adaptada ao cinema e à televisão.
Depois de um breve casamento de 3 anos, passou a viver com Maria Kodama com que se casou em 1986 meses antes de falecer, em Genebra, no dia 14 de Junho de 1986.

Bibliografia
Poesia
Fervor de Buenos Aires (1923)
Fundación mítica de Buenos Aires
Luna de enfrente (1925)
Cuaderno San Martín (1929)
Poemas (1923-1943)
El hacedor (1960)
Para las seis cuerdas (1967)
El otro, el mismo (1969)
Elogio de la sombra (1969)
El oro de los tigres (1972)
La rosa profunda (1975)
Obra poética (1923-1976)
La moneda de hierro (1976)
Historia de la noche (1976)
La cifra (1981)
Los conjurados (1985)

Contos
El jardín de senderos que se bifurcan (1941)
Ficciones (1944)
El Aleph (1949)
El Aleph (fragmento)
Emma Zunz
La muerte y la brújula (1951)
El informe Brodie (1970)
El libro de arena (1975)

Ensaios
Inquisiciones (1925)
El tamaño de mi esperanza (1926)
El idioma de los argentinos (1928)
Evaristo Carriego (1930)
Discusión (1932)
Historia de la eternidad (1936)
Aspectos de la poesía gauchesca (1950)
Otras inquisiciones (1952)
El congreso (1971)
Libro de sueños (1976)

Diversos
Historia universal de la infamia (1935)
El libro de los seres imaginarios (1968)
Atlas (1985)

Em colaboração
Seis problemas para don Isidro Parodi (1942)
Un modelo para la muerte (1946)
Dos fantasías memorables (1946)
Los orilleros (1955). Guión cinematográfico
El paraíso de los creyentes (1955). Guión cinematográfico
Nuevos cuentos de Bustos Domecq (1977)

sábado, 23 de agosto de 2008

Poemas sem fronteiras

O Concurso de Poesia 2008 levado a efeito pelo site Ora, Vejamos… de Henrique de Sousa (aberto a portugueses, brasileiros e outros lusófonos espalhados pelo Mundo) acaba de fazer nascer a antologia "Poemas sem fronteiras" que inclui todos os poemas concorrentes.
O júri deste concurso foi composto por Heloísa B. P., Ana Rita Magalhães e Firmino Mendes e teve o patrocínio de Otília Martel, Anónima, Artur Amieiro e Henrique Sousa.
O almoço da distribuição dos prémios (500, 250 e 100 euros para 1.º, 2.º e 3.º lugar respectivamente) terá lugar hoje, 23 de Agosto, em Leiria, no restaurante Grelha.
Obteve o 1º prémio o poema "Meia-Noite na Alma" de Alberto Pereira.
O livro pode ser adquirido aqui.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

2º Aniversário Margem d'Arte

Depois da maratona de poesia marginal "Marginálias 2007" que se realizou no ano passado a 31 de Agosto, o grupo Margem d'Arte prepara já o evento deste ano que decorrerá no próximo dia 19 de Setembro, pelas 24:00H, no Manel Bar, na Praia de Santa Cruz, em Torres Vedras.
O tema deste ano será a pastelaria portuguesa. Sob o lema "Coma com os olhos e emprenhe pelos ouvidos", o convite está lançado a todos os que quiserem estar presentes, para que enviem textos inéditos e/ou outros (incluindo sugestões de outros autores), desde que relacionados com o tema proposto, até ao final do mês de Agosto, data em que os melhores serão escolhidos para figurar no "alinhamento" da próxima maratona de Poesia.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Concurso de Poesia e Prosa “Serra da Malcata em palavras”

O concurso de Poesia/Prosa “Serra da Malcata em palavras”, organizado pela Unidade de Educação Ambiental da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS) em colaboração com a reserva Natural da Serra da Malcata (RNSM) tem como objectivo promover as capacidades de expressão escrita dos participantes e estimular a sua ligação à natureza. Promovendo assim, a beleza e riqueza natural destas áreas classificadas (RNSM e Sítio Malcata da Rede Natura 2000) através das palavras.
Pretende ainda promover a região, divulgar os valores naturais existentes e contribuir para o seu desenvolvimento sócio-cultural através da divulgação além fronteiras concelhias.
Os trabalhos poderão ser enviados até 15 de Setembro de 2008 e deverão narrar e/ou descrever obrigatoriamente os valores naturais e culturais presentes nestas áreas de interesse comunitário (ex.: paisagem, fauna, flora, habitats, rios, ribeiras, barragens, gentes e suas actividades tradicionais na RNSM e/ou Sítio Malcata). Podem concorrer jovens (a partir dos 12 anos) e adultos (sem qualquer limite de idade) e de qualquer nacionalidade.
Mais informações (e regulamento), aqui.

1ª Mostra da Língua Portuguesa em Ribeirão Preto (São Paulo)

A 1ª Mostra da Língua Portuguesa, que decorre de 21 de Agosto a 13 de Setembro, no Centro Cultural Palace, na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo (no Brasil), contempla exposições, apresentações musicais, simpósios, palestras e oficinas temáticas tendo como base o universo da língua portuguesa.
O público poderá participar em exposições temáticas e interactivas da vida e obra dos autores Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Pedro Bandeira, Monteiro Lobato e Luís Vaz de Camões através de «Os Lusíadas», considerada uma das mais importantes obras da língua portuguesa. Durante os dias serão promovidas reflexões em torno da língua portuguesa com diversos profissionais.
A Poesia estará presente com "No Reino da Palavra: Leitura e Criação de Poemas" com Diana J. M. Toneto (no dia 2 de Setembro) e "Uma Noite de Poesias" com o Grupo de Médicos Escritores e a Academia Ribeirãopretana de Letras (no dia 9 de Setembro).

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Novidades Exodus

In Fabula
Aves Gatos Gregos Ocasos
José Viale Moutinho
Antologia

Com selecção e organização de Diana Pimentel, a editora Exodus reuniu as melhores páginas da ficção e poesia de José Viale Moutinho que, com esta antologia, comemora 40 anos de intensa vida literária. Galardoado com o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, bem como com os prémios Edmundo Bettencourt de Conto e de Poesia, o escritor mantém-se tematicamente fiel às origens que tem na Ilha da Madeira.


Quilómetro Zero
Ivo Machado
Poesia

Encruzilhada de experiências e viagens (intra)pessoais, interiores ou exteriores, este QUILÓMETRO ZERO é de descoberta e (re)encontro: com o homem e com o poeta, com o mundo e com os outros. Poemas que resvalam - de fora para dentro e de dentro para fora -, numa linguagem simples e vigorosa, mas repleta de sensibilidade [que é também a linguagem da memória], no livro que marca o regresso de Ivo Machado aos inéditos.

X Palavras Andarilhas 2008

Entre os dias 25 e 28 de Setembro decorrerá, na Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago, as Palavras Andarilhas 2008.
Este evento, que vai na sua 10ª edição, é um Encontro de Contadores em que são desenvolvidas novas práticas na promoção do livro e da leitura através da narração e dos contadores andarilhos que vão espalhando a palavra pelo país. Serão quatro dias de promoção literária e cultural, com colóquios, oficinas, feiras do livro e da leitura, exposições de ilustração, mostras de cinema e maratonas de leitura em voz alta.
A Poesia também estará presente, nomeadamente na Oficina “A voz da Poesia” por José António Franco.
O programa completo poderá ser consultado aqui.

domingo, 17 de agosto de 2008

20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo comemora os 200 anos do Livro no Brasil

A 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo abriu as portas no passado dia 14 e prolongar-se-á até 24 de Agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi.
A exposição, este ano, comemora os 200 anos da indústria do livro no país, introduzida com a chegada de D. João VI e da família real portuguesa ao Brasil, em 1808. Os caixotes abarrotados de livros que desembarcaram junto com a corte no Rio de Janeiro, naquele ano, marcam também o nascimento da Biblioteca Imperial (hoje Biblioteca Nacional).
Pelo seu envolvimento essencial na história do Livro no Brasil, Portugal será um dos países homenageados nesta edição, juntamente com o Japão, em comemoração do centenário da imigração nipónica no Brasil, e a Espanha, pela realização da VII edição do Congresso Ibero-Americano de Editores.
A Bienal Internacional do Livro de São Paulo, considerada um grande evento cultural da América Latina e o segundo maior do mercado editorial no mundo, terá este ano mais de 4 mil lançamentos e 2 milhões de livros à venda, reunindo 350 expositores nos 60 mil m² do pavilhão, representando mais de 900 selos editoriais.
O programa completo pode ser consultado aqui.

sábado, 16 de agosto de 2008

Concurso de Poesia de Stº António da Charneca – Barreiro

O 19º Concurso de Poesia da Freguesia de Santo António da Charneca (Barreiro), é uma iniciativa da Junta de Freguesia que tem como objectivo a promoção e a divulgação da freguesia no domínio da cultura, artes literárias e investigação histórico-cultural da própria freguesia.
Os trabalhos de poesia terão de ser obrigatoriamente redigidos em português. O tema é: “Água – essência da vida”.
Os trabalhos terão que dar entrada na Junta de Freguesia até à data limite de 5 de Setembro de 2008.
Serão atribuídos os seguintes prémios : 1º Prémio 250 euros; 2º Prémio 150 euros e Prémio Jovem 150 euros - destinado ao melhor trabalho de concorrente com idade dos 15 aos 20 anos.
A entrega dos prémios terá lugar nas comemorações do 23º aniversário da Freguesia, a realizar no princípio de Outubro de 2008.
Os trabalhos poderão ser enviados pelo correio ou entregues em mão, na seguinte morada:
19º Concurso de Poesia - Junta de Freguesia de Santo António da Charneca
Rua Manuel Martins Gomes Júnior, 10 – 12 - 2835-723 Santo António da Charneca
Mais informações: junta.charneca@netvisao.pt
Dia 21 de Agosto, pelas 18h, na Livraria O Gil, em Ponta Delgada, Sofia Pinto Correia Melo dará uma sessão de autógrafos do seu primeiro livro de poesia CASA GRANDE (Edições Quasi) que será apresentado pelo Prof. Carlos Ventura, da Universidade dos Açores.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O que se escreve navegando...

Algumas frases engraçadas, escritas em motores de busca, que direccionaram visitantes para este blogue:

- BAGACO DE LARANJA MUIDO
- ver a revista ana maria de julho do dia 7 a 11 de julho de 2008
- tiempo proximos 10 dias lisboa
- estante antiga japonesa
- tascas de arcos de valdevez
- marques de tomar sexshop
- gatos á venda em S.João da Madeira
- jeronimo pizarro apaixonado

(Tal e qual como estavam escritas)

XXII Festival de Poesia do Condado

O XXII Festival de Poesia do Condado "Galiza nom se vende", organizado pela Sociedade Cultural e Desportiva do Condado, vai realizar-se nos próximos dias 4, 5 e 6 de Setembro em Salvaterra do Minho.
O programa do Festival contempla exposições de pintura, fotografia, poesia visual, música e, claro, muita poesia.
Estarão presentes os poetas Igor Lugrís, Marica Campo, O Leo, Kiko Neves, Carlos Figueiras, Valentina Carro, María Lado, Xiana Árias, Pedro Casteleiro, Paco Souto, Concha Rousia, Cruz Martínez, Alberto Lema, Lino Braxe, Chus Pato, Pilar Beiro, Núria Martínez Vernís (Catalunha), Limam Boicha (Saara), Isaque Ferreira (Portugal), entre outros.
Mais informações aqui.

Prémios Literários Correntes d’Escritas

No âmbito do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica Correntes d’Escritas são atribuídos anualmente dois prémios literários, um para obras já publicadas: Prémio Literário Casino da Póvoa e o outro: Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, dirigido a jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, para trabalhos inéditos. Em 2009 ambos os prémios vão distinguir obras em poesia.
A 30 de Agosto termina o prazo para as obras concorrentes ao Prémio Literário Casino da Póvoa, cujo valor é de 20 mil euros. Podem concorrer autores de língua portuguesa, castelhana ou hispânica, com obras em 1ª. edição, em português e editadas em Portugal entre Julho de 2006 e Junho de 2008, excluindo-se as obras póstumas e ainda aquelas da autoria de galardoados com o Prémio Literário Casino da Póvoa nos últimos seis anos.
O Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus é destinado a jovens naturais de países de expressão portuguesa, castelhana ou hispânica. Os concorrentes podem entregar, no máximo, dois trabalhos até 30 de Novembro de 2008. Para 2009, o valor do prémio será 1000 euros, sendo que a obra premiada será ainda publicada na próxima edição da Revista Correntes d’Escritas. Os interessados em concorrer a este prémio juvenil têm ainda que ter em atenção que deverão apresentar os seus trabalhos por escrito e sob pseudónimo.
Os regulamentos dos dois prémios literários estão disponíveis aqui.
Os vencedores de ambos os prémios serão anunciados na sessão de abertura da X Edição do Correntes d’Escritas, que decorrerá entre 11 e 14 de Fevereiro de 2009, sendo que a entrega do prémio ocorrerá na sessão de encerramento.

Hoje nasceu...



15 de Agosto de 1938

Fiama Hasse Pais Brandão

Poetisa portuguesa




Artigos relacionados:
Biografia
Poemas: “Amor é o olhar total, que nunca pode...” ; “Sei que o cérebro o coração e o ventre...” ; “Epístola para Dédalo”
Outros artigos: Morreu Fiama Hasse Pais Brandão ; Novidades da Labririnto

Fiama Hasse Pais Brandão

A poetisa Fiama Hasse Pais Brandão foi também dramaturga, ensaísta, ficcionista e tradutora.
Revelada no movimento Poesia 61, que revolucionou a linguagem poética portuguesa dos anos 60, Fiama demonstrou ser uma das principais vozes poéticas da sua geração, constando da sua obra "O Aquário", "Cantos do Canto" e "Obra Breve".
Recebeu em 1957 o Prémio Adolfo Casais Monteiro pela obra "Em Cada Pedra Um Voo Imóvel".
Casada com o poeta Gastão Cruz, dedicou-se igualmente à escrita para teatro, tendo a sua primeira peça, "Os Chapéus de chuva", sido distinguida com o Prémio Revelação de Teatro, em 1961.
Traduziu obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros, e colaborou em revistas literárias como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e A Phala.
Ao nível do ensaio, escreveu, entre outros, "O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos", sobre a influência cabalística em diversos autores dos séculos XVI a XVIII.
Faleceu em Lisboa no dia 20 de Janeiro de 2007.
Amor é o olhar total, que nunca pode
ser cantado nos poemas ou na música,
porque é tão-só próprio e bastante,
em si mesmo absoluto táctil,
que me cega, como a chuva cai
na minha cara, de faces nuas,
oferecidas sempre apenas à água.

Fiama Hasse Pais Brandão
Sei que o cérebro o coração e o ventre
são uma só forma. O mesmo ponto claro
no alcatrão profundo da abóbada.
Que o cérebro murmura
como o estorninho que devora a verdura
que se estende diante dos olhos.

O ventre, esse, pernoita e imita-o
ao som do ritmo do coração
que digere os vegetais túrgidos
a que pude aconchegar os lábios.
Nada mais bascula no tecto
onde um vapor prende os intervalos.

Costelas, harpa da noite, com um som
de osso cristalino em que não toco
senão quando o cadáver se desenvolver
deste corpo ornamentado por flores frescas.
Assim um tronco esvaziado
pelo formigueiro por vezes confunde-se
com o meu cérebro, o coração e o ventre.

O luar eterniza-se como fundo
deste pensamento acerca das formas.
É uma pequena cabeça de formiga,
tão negra que a agradeço aos mestres clássicos
pelo negrume descrito nas cosmogonias.

Fiama Hasse Pais Brandão

Epístola para Dédalo

Porque deste a teu filho asas de plumagem e cera
se o sol todo-poderoso no alto as desfaria?
Não me ouviu, de tão longe, porém pensei que disse:
todos os filhos são Ícaros que vão morrer no mar.
Depois regressam, pródigos, ao amor entre o sangue
dos que eram e dos que são agora, filhos dos filhos.

Fiama Hasse Pais Brandão

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Surrealismo português

Eis um novo espaço do surrealismo português na blogosfera: A única real tradição viva - surrealismo e surrealistas em Portugal e no mundo.
Um blogue dedicado ao surrealismo, com particular destaque para o movimento literário português, da autoria de Ricardo Pulido Valente.
A visitar!

Sugestão da Andante para esta semana...

Fala a preguiça

Eu gosto tanto, tanto, tanto
de estar quieta, muito parada,
de fazer nada, coisa nenhuma,
e de fazer isso, que é não fazer
e de não estar, não ir, também.
Eu cá faço nada e todos
me dizem que faço isso muito bem.

Faço arroz de nada, pudim de nada
(que não é nada, está-se mesmo a ver)
e é tudo muito bom, delicioso,
só por não ser preciso fazer.

Eu faço nada, sou um nadador,
mas não daqueles que nadam mesmo,
O que é cansativo, tão maçador;
é que nadar, cá para mim,
tem um defeito insuportável:
aquele erre que está no fim.

E não digam que não faço nada
porque eu faço isso o mais que posso
e se não faço mais é porque mesmo nada
fazê-lo muito é uma maçada.
Não quero ir. Ainda é cedo.
Que pressa é essa? Não pode ser!
Deixem-me estar porque eu hoje tenho
bastante nada para fazer.

Álvaro Magalhães

Interpretado pela Andante:

Voz: Cristina Paiva, Música: Erik Satie; Sonoplastia: Fernando Ladeira

terça-feira, 12 de agosto de 2008

António Aragão (1925-2008)

Morreu ontem, 11 de Agosto, o poeta e pintor madeirense António Aragão.
António Aragão licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade Clássica de Lisboa e em Arquivismo e Biblioteconomia pela Universidade de Coimbra.
Estagiou em França e na Itália, em etnografia, museologia e restauro de obras de arte e, como pintor, expôs em Barcelona e Londres, e participou em experiências vanguardistas em Inglaterra, Brasil e Itália. Deixou também legado na escultura.
É considerado um grande poeta da década de 60 e publicou os livro de poesia “Poema Primeiro” (1962), “Folhemas 1, 2, 3 e 4” (1966-67), “Mais ExactaMente P(r)o(bl)emas” (1968), “Os Bancos” (1975) e “Metanemas” (1981). Integrou a "Antologia da Poesia Concreta em Portugal" (1973), Assírio & Alvim.
António Aragão escreveu ainda ficção "Um Buraco na Boca" e teatro "Desastre Nu".

Mahmud Darwish (1941-2008)

Morreu no passado dia 9 de Agosto, nos Estados Unidos, o poeta palestiniano Mahmud Darwish, aos 67 anos, um dos mais importantes poetas árabes contemporâneos, cuja actividade literária e política o tornaram no poeta nacional da Palestina.
Mahmud Darwish nasceu na Palestina em 1941. Em 1948 a sua aldeia foi atacada pelos sionistas e os habitantes levados para outros lugares. Aos sete anos Darwish fugiu para o Líbano à procura de notícias da sua família que, no entanto, não conseguiu encontrar. Um ano depois o poeta retornou à Palestina, onde encontrou a sua aldeia totalmente arrasada e ocupada pelos israelitas. Darwish escreveu os seus primeiros textos poéticos quando ensinava na aldeia de Der Al Asad. Foi detido e preso pelos israelitas em diversas alturas ao longo da sua infância e adolescência, tendo mais tarde sido proibido de leccionar no ensino superior. Entretanto, foi para Moscovo em 1970, e para o Cairo no ano seguinte. Desde então organizou várias publicações e centros de pesquisa palestinianos. Foi presidente da Sociedade de Escritores e Poetas Palestinianos e foi várias vezes indicado para o Prémio Nobel.
Em Abril de 1988 o então primeiro-ministro Isaac Shamir iniciou uma ofensiva contra Darwish devido ao seu poema "Aqueles que passam entre as palavras passageiras", que, segundo Shamir era "a expressão exacta dos objectivos do bando de assassinos organizados debaixo do guarda-chuva da OLP". Na verdade, o poema é um pedido dirigido aos israelitas para que deixem as terras ocupadas.
Em Abril de 2002 o exército israelita atacou e destruiu o Centro Cultural Jalil Sakatini (Ramalá), dirigido por Darwish. Antes, o edifício tinha sido saqueado pelas forças militares de Israel que levaram arquivos, documentos e obras de arte e a seguir o destruíram com explosões de cargas de dinamite. O edifício também era sede da prestigiosa revista literária palestiniana Al Karmel, também dirigida por Darwish. Horas mais tarde a operação continuou com a invasão da casa do poeta, que residia em Paris, onde continuava a editar a revista literária Al Karmel.
Com livros traduzidos em mais de 20 idiomas e vários prémios internacionais, Mahmud Darwish é o autor da Declaração de Independência Palestiniana, escrita em 1988 e lida por Iasser Arafat quando declarou unilateralmente a criação do Estado Palestiniano.
Darwish ganhou notoriedade ainda nos anos 60, com a publicação do seu primeiro livro "Pássaro sem asas", uma colectânea de poemas que inclui "Bilhete de Identidade". Escrito na primeira pessoa, o poema descreve o momento em que um árabe fornece os números do seu documento de identificação numa barreira israelita, na tentativa de retornar à sua terra.


Bilhete de Identidade

Escreve!
Sou árabe
e o meu bilhete de identidade é o cinquenta mil;

tenho oito filhos

e o nono chegará no final do Verão.

Vais zangar-te?


Escreve!

Sou árabe.

Trabalho na pedreira

com os meus companheiros de infortúnio.

Arranco das rochas o pão,

as roupas e os livros

para os meus oito filhos.

Não mendigo caridade à tua porta,

nem me humilho nas tuas antecâmaras.

Vais zangar-te?


Escreve!

Sou árabe.

Sou um homem sem título.

Espero, paciente, num país

em que tudo o que há existe em raiva.

As minhas raízes,

foram enterradas antes do início dos tempos

antes da abertura das eras,

antes dos pinheiros e das oliveiras,

antes que tivesse nascido a erva.


O meu pai descende do arado,

e não de senhores poderosos.

O meu avô foi lavrador,

sem honras nem títulos,

e ensinou-me o orgulho do sol

antes de me ensinar a ler.

A minha casa é uma cabana,

feita de ramos e de canas.

Estás feliz com o meu estatuto?

Tenho um nome, não tenho título.


Escreve!

Sou árabe.

Roubaste os pomares dos meus antepassados

e a terra que eu cultivava com os meus filhos;

não me deixaste nada,

apenas estas rochas;

O governo vai tirar-me as rochas,

como me disseram?


Escreve, então,

no cimo da primeira página:

a ninguém odeio, a ninguém roubo.

Mas, se tiver fome,

devorarei a carne do usurpador.

Tem cuidado!

Cuidado com a minha fome,

Cuidado com a minha ira!

Em Portugal, a editora Campo das Letras publicou em 2002 o livro "O Jardim Adormecido e Outros Poemas", com selecção e tradução de Albano Martins.
Os poemas deste livro foram extraídos dos volumes "La terre nous est étroite et autres poèmes" (antologia organizada pelo próprio poeta, antecedida de um prefácio inédito do autor, publicada, em 2000, pela editora Gallimard), "Plus rares sont les roses" (Les Éditions de Minuit, 1989) e "Poèmes palestiniens" (Les Éditions du Cerf, 1989).

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aproximando Margens/Acercando Orillas


Vai acontecer no próximo dia 7 de Agosto pelas 21H30 na Feira do Livro de Faro um encontro de autores do Algarve, da Andaluzia e das Canárias, o 3.º “Aproximando Margens/Acercando Orillas”, com António Manuel Venda, Fernando Esteves Pinto, Gabriel Cruz, Pedro Afonso, Quintin Cabrera e Uberto Stabile.

Montanhas de Poesia na República Dominicana

Com o mote de que a poesia é a mais pura das artes, e com o objectivo de que este tipo de criação sirva de elemento unificador entre os seus adeptos, o Festival de Poesia na Montanha já se realizou cinco vezes na cidade de Jarabacoa, na República Dominicana.
Todos os anos a montanha serve de espaço para os versos e para os poetas, numa atmosfera de camaradagem e amizade. A estes se juntam os habitantes da cidade e visitantes ocasionais que não querem perder o mais importante evento poético do país.
O VI Festival de Poesia da Montanha "Jarabacoa 2008", que se realizará em Pinar Quemado de 29 a 31 de Agosto, faz parte das celebrações do 150.º aniversário de Jarabacoa e contempla no programa vários recitais de poesia, workshops, colóquios, Poesia Musicalizada, Teatro & Poesia, Filosofia & Poesia, Pintura & Poesia, Cinema & Poesia e ainda um evento ecológico intitulado “Los poetas versifican en la montaña”.