segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novo livro de Álamo Oliveira

Nove anos depois, o poeta açoreano Álamo Oliveira volta a editar um livro de poesia, Andanças de Pedra e Cal, que será lançado no próximo dia 4 de Junho no Terceira Mar Hotel, às 21H00.
A apresentação estará a cargo de José António Mesquita, Representante da República para a Região Autónoma dos Açores.
O lançamento contará com um solo vocal por Alicia Bryant James e serão declamados poemas por Ana Bretão, Carlos Amaral e Judite Parreira.

À Volta de Junqueiro

Revisitar/Descobrir Guerra Junqueiro é um projecto da Universidade Católica do Porto, com coordenação e direcção científica de Henrique Manuel S. Pereira que teve génese no documentário Nome de Guerra, a Viagem de Junqueiro e continuação no livro+CD duplo A Música de Junqueiro (lançado em Novembro passado).
No passado dia 21 de Maio foi apresentado na UCP o DVD desse Lançamento/concerto e o livro À Volta de Junqueiro, no âmbito das comemorações do centenário da República e dos 160 do nascimento do Autor.
Mais informações aqui.

Santas de sofrer


Um poema esquecido de Manuel da Fonseca.

(para ler no blogue de Manuel Poppe)

Prémio Camões para Ferreira Gullar

O prémio Camões 2010 foi hoje atribuído ao poeta brasileiro Ferreira Gullar pela "nota pessoal de lirismo" e "valores universais" no seu trabalho.

(ler mais no Público online)

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


AvRYl
Dinis H. G. Nunes
POPSul, Abril 2010







SMS AO CHICO BUARCOS DA BRASILÂNDIA

sei que já não estás em festa, pá
e é uma pena, pá
tanto mar, tanto mar
e ficámos tão atados ao cais do sodré
que caimos na real
agarrados a um ramo seco na rua do alecrim

diz-me chico, quem tem medo de navegar?
quem meteu medo à gente?
quem nos tirou a terra toda
furtou-nos fortuito o sonho virtual
e agora ficámos sem-mar?

nós navegadores atrevidos do medo
cavaleiros da terra-santa
templários de avis rent-a-car
em demanda do santo graal
bandeirantes dos confins da utopia
nós queremos é uma pátria perdida nunca vista
sob um Império de sangue, sal e conquista
nasça um montemor-novo-além-tejo em mato-grosso
e se cumpra um grande putogalp, pá!

domingo, 30 de maio de 2010

Jaime Rocha e José Mário Silva editados em França e no Brasil

A poesia de Do Extermínio e os contos de Efeito Borboleta e Outras Histórias contribuem para a internacionalização da literatura portuguesa. O primeiro foi seleccionado para edição bilingue no Voix Vives de Méditerranée en Méditerranée.

(ler mais no Rascunho)

Outras sugestões para os próximos dias


1 de Junho (terça-feira):

LISBOA – Picoas Plaza
INSTRUMENTOS DE SOPRO, novo livro de poesia de Ruy Ventura (Edições Sempre-em-Pé) será apresentado pelo poeta Fernando Aguiar no dia 1 de Junho, pelas 18 horas, no Ginásio Body-Plaza do Centro Comercial Picoas Plaza, em Lisboa.





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4 de Junho (sexta-feira):

PORTO – Clube Literário
Piano-Bar , 22h00:
4.º Recital do ciclo:
“Música e poesia no tempo de Molière e Visée”
Isabel Nogueira, soprano
Tiago Matias, alaúde, tiorba, vihuela, guitarra romântica e guitarra barroca.


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5 de Junho (sábado):

FERREIRA DO ZÊZERE - Biblioteca Municipal
Apresentação do livro de poesia “Momentos…” de Luís Ferreira (ed. Temas Originais) na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal de Ferreira do Zêzere, no dia 5 de Junho, pelas 16H00.
Sessão integrada na II Feira do Livro de Ferreira do Zêzere.




LISBOA - Auditório do Campo Grande
Lançamento do livro de poesia “Notas Tortas Nas Folhas Soltas” de Emílio Lima (ed. Temas Originais) no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no dia 5 de Junho, pelas 19H00.
Obra e autor serão apresentados pelo jornalista Waldir Araújo.




ANSIÃO - Centro de Interpretação Ambiental do Nabão
Apresentação do livro de Poesia “Foz Sentida” de António MR Martins (ed. Temas Originais) no Auditório do Centro de Interpretação Ambiental do Nabão, no âmbito da 14.ª Feira do Livro, em Ansião, no dia 5 de Junho, pelas 21H30.
Obra e autor serão apresentados pelo poeta Xavier Zarco.




PORTO – Clube Literário do Porto
Lançamento do livro “A Evocação do teu nome” de Albino Santos (Editora Edita-me).
Dia 5 de Junho, pelas 18 horas, no piano bar Clube Literário do Porto (Rua da Alfândega, 22).
Apresentação pelo autor e pelo editor (Carlos Lopes).
Neste evento participarão ainda Pedro Lopes ao piano e Celeste Pereira na voz.


PORTO - Feira do Livro
5 de Junho pelas 21h30 no Auditório da Feira do Livro: Fórum "Alguns gostam de poesia"
Poetas convidados: Alexandra Malheiro, Andreia Faria, A. Pedro Ribeiro, Daniel Maia-Pinto Rodrigues, Henrique Normando, João Rios e José Rui Teixeira.
Moderador: João Gesta
Organização: Clube Literário do Porto

Mais logo, no Porto

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Espelho Íntimo
Torquato da Luz
O cão que lê, 2010








Espelho íntimo


Um espelho que devolva por inteiro
a imagem da alma, aquele lado
da vida que devia estar primeiro.
Um espelho luminoso e desenhado
à medida das íntimas certezas
que tanto se constroem das tristezas
como irrompem por entre as alegrias
a temperar de sal os nossos dias.
Um espelho posto à porta da entrada
da casa que inventámos para os dois,
fiel reflexo que não esconda nada
nem seja mau agoiro para depois.

sábado, 29 de maio de 2010

Os vossos poemas


Caros etéreos,
Como sabem, no último passatempo o mote era a palavra "Sul" pois tinha para oferecer exemplares da revista "Sulscrito" aos primeiros 14 participantes que enviassem os seus poemas.
Assim sendo, os participantes mais rápidos que receberão exemplares da revista "Sulscrito" são:

1. Gabriela Rocha Martins
2. João Coelho
3. António José Queiroz
4. Constança Lucas
5. Joaquim Sustelo
6. Raquel Lacerda
7. João Rasteiro
8. Domingos da Mota
9. João Caldas
10. Eduardo M. Raposo
11. José Miguel de Oliveira
12. Fernando de Jesus Ferreira
13. Marta Vinhais
14. Carlos Teixeira Luis

Eis todos os poemas participantes, pela ordem que chegaram:


-lençóis de vento

o
vento fustiga as janelas e
tudo parece louco em derredor

quando a chuva abre no peito um vale de
lama por onde escorrem caudais de rios
o corpo tem.se navio no meio do temporal e

as árvores oscilam derramando pela terra//mar

imagens reflectidas de suas hastes

vejo.as no canto sul do quintal


o vento acalma e um silêncio de memórias cobre

os vidros embaciados das janelas onde

a saudade do verão e de cada um de nós

regressa aos roseirais despidos

pelo frio e pelo vento obliterados em textos

escritos dentro da chuva

impenetrável o jardim cobre.se de
uma miríade de ninfas e duendes que
dança envolta em lençóis de vento en
quanto o excesso de água os transforma
em árvores seculares cujos ramos são
os braços do tempo e as folhas os dedos com

que estilizam a roupa agreste dos dias

desfazendo em neve branca a túnica que
habitual

mente

ornamenta o ventre azul do verão


de repente tudo pára
e
ao som de invernosos solos de violinos
as palavras infiltram.se nos poemas
................................pela fímbria do poente

gabriela rocha martins
http://cantochao.blogspot.com

*****

Farpas

nunca te menti. tu sabes isso.
também sabes que não há volta a dar.
sempre to disse.

assim me sento, sabes, em vigia constante
e incansável sobre a sombra da minha sombra
como um formigueiro debaixo da língua indecisa,
teimoso em ver a morte morder a minha mão febril
sem saber se é silêncio ou labareda
este som que arrepia o pó das minhas pálpebras
quando finjo dormir.

o coração, esse, há muito me empurra para Sul
com o veneno que nos é tudo.

nunca te menti. tu sabe-lo.
melhor ser eu e só eu a dizer-to
que o ouvires de alguém
que não conheça tão bem a tua dor
quanto eu.

João Coelho

*****


Sul

Há presságios que se anunciam
no voo irisado das cegonhas,
na inviolada brancura dos portais.
Em cada boca há desejos de água fresca
e um segredo quase azul em cada olhar.
Nos rostos curtidos pelo sol
há uma bússola que aponta para o sul.
Tudo parece calmo, quase inocente,
como a sombra tranquila dos sobreiros
na ardente solidão da planície.

António José Queiroz

*****


Mar do sul

O que eu te quero contar
está escrito nos ventos do mar do sul
o que eu te quero contar está nas águas
com as palavras escritas na pele,
O que eu te quero contar está no sal,
no barco que em mim procura o vento,
em mim vislumbra os olhares
dos pequenos nadas
O que eu te quero contar veio do norte
numa tempestade desenhada,
como se mergulhássemos num silêncio longo.
O que eu te quero contar
veio do vento sul com que me deito,
encantada com as palavras numa toada antiga
invento longas conversas sem destino.
O que eu te quero contar
mora dentro das minhas árvores azuis,
segredos longos trocam-nos os afetos.
O que eu te quero contar
está nas areias junto ao mar.

Constança Lucas
http://constancalucas.blogspot.com

*****


NOITE... NO SUL

Há um silêncio na noite
Nesta imensa magnitude
Apelativa quietude
Pra que minh' alma se acoite

Mas antes o pensamento
Vagueia por esse espaço...
Há um poema que faço
Na inspiração do momento

Oh noite silenciosa!
Vem-me o perfume da rosa
Que me sorri do jardim

Noite envolta em véus de tule
A bela noite do Sul
Embriagando-me assim...
Joaquim Sustelo

*****


Nesse dia em que regressaste
vindo da barragem de águas amargas

parado e parando em terras de cor vermelha,
o eco dos teus passos ouvia-se lá do alto,

como se fosses o próprio andar de tudo o que se move.
E virás sempre do mesmo sítio,
sempre para o mesmo lugar,
tão perto e a Sul de me amar.

Raquel Lacerda
www.asinhasdefrango.blogspot.com

*****


Arquitectura Revisitada

À gabriela rocha martins

No céu
uma intempérie
como só a intempérie do amor.

Pela arquitectura da carne
a sua cicatriz era a taifa acesa
o inaudível.

Porém para me mostrar a flor
ouso pensar que o fogo de I´timad
apazigua o Sul:

- Não existes
Silves lá no remanso do rio
sem as vestes escravas do sagrado.

Diria que era I´timad
a indivisível luz
e que é o verbo primordial da aurora.

Consigo o desabrochar da sílaba
ciclos do alfabeto do tempo
cativos do alaúde:

- Incandescente, tão incandescente
como a melancolia do sémen
que outrora era lágrima
a chuva de Primavera aberta ao cio
de eternidade em eternidade
como um denso aroma, suave corpo.

João Rasteiro
http://www.nocentrodoarco.blogspot.com

*****


Declinação das Aves

As aves
Declinam
O verão

E partem
Bandeadas
Para o sul

Mal o sol
Lhes dá
O diapasão

Domingos da Mota

*****


No meio do deserto
Ao Norte areia
Ao Sul areia
A Este e a Oeste só areia
E no céu o espelho da areia
A bloquear todas as fugas.

No deambular perdido dos prisioneiros
Ouvem-se aviões
Vêm do Sul do Norte das estrelas
Escondidos na opacidade de um céu de areia
Os que estão sós
Aguardam o rasgar do Templo.

João Caldas
http://olhareserrantes.blogspot.com

*****


Meu Amor, Alentejo

O Sol
a Sul

fecunda os corpos

incendeia os sentidos…
Uma louca sinfonia

vinda do fundo dos tempos.

Insaciável e urgente!

Encontro pleno!

O côncavo e o convexo

que se sorvem

..........
que se respiram

....................que se bebem
...........................…sem palavras

Cavalo de fogo!...

Poderoso!
Risca o silêncio do montado
…beija a terra mágica


Post-Scriptum - havia uma ponte antiga, talvez romana…

Eduardo M. Raposo
http://perfumedelaranjeira.blogspot.com

*****


Bem sabes que não sou capaz
de dizer adeus
porque o amor tem sempre
a impossibilidade
da despedida
por não haver nele
nenhuma forma de morrer
como a luz do crepúsculo
que quando aqui se apaga
é para fazer dia noutro lugar.

E por isso não julgues
que tenha perdido
o norte
dentro da estátua de mármore
em que me transformaste
ao sul
dos teus olhos.
Como uma ostra no fundo do mar
vou depositando esta pérola no coração
para te deixar.

José Miguel de Oliveira
http://deliriospoeticos.blogspot.com

*****


A esfera do espaço em que o teu corpo se move
O espasmo em que o meu corpo explode
A bussola que não tem norte
e que impele as minhas mãos para o teu sul-magnético

Sempre o bater das ondas no teu corpo feito falésia
a latejar nos interstícios da minha memória.

Para sul
o lugar eterno dentro de ti
uma geografia que li
para um sítio onde fico
no mais profundo olvido
Fernando de Jesus Ferreira

*****


Viajo para Sul.
Se me perguntarem porquê,
não vou responder.
Estou a agir por impulso… eu sei….
Talvez esteja a fugir… estou consciente disso…
mas talvez no Sul, o deserto do desespero,
confrontado com o verdadeiro deserto,
com a areia, com o Sol escaldante, se dilua.
E, eu me reencontre com a vida e possa regressar.
Ao Norte… ou quem sabe??
Ficar enraizada para sempre no Sul….
Marta Vinhais
http://www.amartaeeu.blogspot.com

*****


Vim de sul

que eu tenha sucesso
nos ossos e nas cartilagens
pela vida fora
antes que venha a queda dos carvalhos
e os nevoeiros dos esquecidos

e depois
zarparemos para onde o lamento
do eco nos levar
bem longe talvez das canções
de coros árabes

tenho vida e vou em diante
por este caminho de pedra e sal
de mar encosta nuvem e deusas
de sol
e poeira

chegarei lá quando ficar perto do fim
da viagem que não acaba
porque Deus não quer
sabes lá o que sinto agora
as lágrimas bafejam-me os ossos

e o vento a corroer o sorriso
vim de sul
com os passos pesados e velhos
com a poeira da saudade entre a garganta
vim de sul vim de sol

chego osso a osso
e nunca parti
sou de lá sou de cá
durmo a sul no quente da planura
vim de sul…

(Dedicado a todos os alentejanos que a dureza do sol e da poeira os fez vir de sul para todo o lado. De Minas de São Domingos para Lisboa e Mundo.)

Carlos Teixeira Luis

*****


Correm versos nesse olhar
E ondas nos teu cabelo
E ao Sul querem rumar
Neste oceano tão belo

Numa brisa de canções
De saudade carregadas
Desenhadas nestas mãos
E com mar assim pintadas

E sou marinheiro cantor
De cantigas sempre novas
Sobra-me assim este amor
Que a Sul hoje renovas

Ricardo Silva Reis


*****


Vermelhas rubras papoilas

Vermelhas rubras papoilas
Salientes do chão quente, seco
Têm o rosto aberto
Avivam o tempo intenso
Coberto de raios de sol
Energia transbordando do seio
De um campo alentejano gemendo
De vozes cintilantes de cor.

Guadalupe Paraíba


*****


No Sul do meu navegar...

Descendo a Sul no rio prata exposto
Há uma foz de braços abertos... querer
Um caudal... por suster
Um beijo onda, por declamar
Um espelho d'agua por reter!

No Sul do meu navegar
Há bússolas nervosas, solstícios vida
Crispação horizonte... destino por amar
Âncoras e odores... por marear...
E o escrever... a Sul, mas com norte!

José Luís Outono
http://www.pretexto-classico.blogspot.com

*****


Mar Azul

Meu país é marinheiro
virado pró mar azul
nosso canteiro sequeiro
na longa seca do sul.

Meu país é marinheiro
virado para o mar largo
mal esqueceu do cativeiro
amargo fundo letargo.

Meu país é marinheiro
virado para o mar alto
vai num bote cavaleiro
cavalgando sobressalto.

Meu país é marinheiro
a vogar no mar da fome
é ninho de aventureiro
que o vende rói e consome.

Levado na maré
vai vogando tristemente
baixa-mar sem preia-mar
com vazante e sem enchente.

Meu país é marinheiro
virado para o futuro
teu povo, teu faroleiro
acende uma luz no escuro.

Meu país é marinheiro
não volta mais ao passado
daqui para o mundo inteiro
lança fraterno o seu brado!

Marilia Gonçalves
http://nossaspoesiaslibertarias.blogspot.com

*****


Fevereiro em flor
nos ramos da amendoeira -
meu país do Sul!

Leonilda Alfarrobinha

*****


na pele - o sol
do suor - o sal
do labor - o sul

eduardo roseira

*****


Volto ao sul, contrário à luz,
com sombra como cauda de noiva empertigada.
Volto ao sul, e esqueço norte e orientação.
Volto ao nada.
Sul, desterro.
Amarelo.
Solidão.
Volto ao sul, e na luz apenas encontro,
Envolto, mas solto, o tom macilento e lento da escuridão.
Volto
Volto
Volto ao sul.
A esforço
Volto.
Volto-me.
E é tão difícil voltar à força da negação,
Quando o olhar derramado em verde
Se perde na imensidão
Das ondas, aonde, ondas, ondas do mar de Vigo,
Te encontro, Inimigo
Aonde te perco, ó meu amigo,
Aonde perco, te perco
Se vistes o meu amigo,
E contigo peco,
Contigo
...
Perco
Perco
o senso, esse sentido, orientação
Romagem, peregrinação,
Se vistes, tal como eu, o meu amigo.
Aquele que comigo, contigo, é perdido.
A norte. Perdido. Sem salvação.
Volto ao sul.
Ao sul da fecundação
E é cheio de sul e de sol
Que me entrego, amaldiçoado,
às unhas negras - sexy
da perdição.
Volto ao sul.
Mas dele já não sou.
Sou todo norte. Todo rocha. Todo vento. Todo culpa
e Tradição.
Religião.
Heresia austera.
Acusação.
Volto ao sul.
E trago nas unhas as garras
Com que agarro e com que afago, lento, macilento, a tua minha traição.

Manuel Anastácio
http://literaturas.blogs.sapo.pt

*****


MAR DO SUL

São ondas de Mar,
.......Num vai – vem de marés,
..............São águas de sabor a sal,
......................Um Oceano a teus pés;

Branca espuma a flutuar,

.......
Formando lençóis de brancura,
..............
Que ao beijar tantas areias,
......................O fazem com mil ternuras;

Que namoro tão suave,

.......
Avançando e recuando,
..............Areias, águas, praias e mares,
......................
Neste Algarve ao Sul vão brincando.

Luis da Mota Filipe
http://luismotafilipesintrense.blogspot.com

*****


Brian & Anita

Lá mais para sul, depois da tórrida Sevilha, fica o estreito
que separa a Andaluzia dos pátios da guitarra de Lucia
da velha e nova terra da magia, onde se amaram
ao pôr-do-sol e esperando pela lua do deserto
serviram o chá lendo Paul Bowles, escutando
ao fundo o eco dos músicos de Jajouka nas montanhas
protegidos pelo céu onde ele é mesmo azul
apesar dos olhos já dilatados de tanta alucinação.

Foi para lá desse paraíso que se diz ter quebrado
o caleidoscópio da sua viagem.

pedro jubilot
http://canalsonora.blogs.sapo.pt/

(este poema foi o escolhido, neste passatempo, pelo Fernando Esteves Pinto – editor da revista – , para integrar a próxima revista Sulscrito)


*****


DESCOBERTAS

Montando o meu corcel de ondas celestes
- se a Pátria se render, a culpa é minha! –
Traço na Troposfera uma só linha
Nestas andanças lúdicas, equestres…

Depois do Norte-Sul, vêm os Lestes
E, talvez, a Poente, uma adivinha:
De quanta imensa onda se avizinha,
Qual é a que me leva, um dia destes?

Descubro e reinvento horizontais
Atenta ao doce canto dos jograis
Que vêm festejar o estranho evento.

Alguém, que me avistou, faz-me sinais
Mas eu navego ainda e quero mais!
Hei-de voltar se, um dia, tiver tempo…

Maria João Brito de Sousa
http://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt

*****


No Sul da Minh'Alma

Acordam madrugadas
Vestidas de vento e chuva
E lá, no sul da minh'alma
Fico quieta, de pensamentos vagos
Repouso, leve, as minhas mãos nas tuas...
Observamos demoradamente as luas
Que nos envolvem o olhar triste
Lá, no sul de outros mares agrestes
De barcos naufragados e portos vazios
De sonhos distantes e abraços ausentes...
Deito-me e adormeço a minha solidão.

Isabel Vilaverde
http://porto-dos-sentidos.blogspot.com

*****


BLUES DO DESERTO

os ecos ressoam ainda por dentro das cinzas
aragem feroz de tantas as ruínas desfalecidas.
gritos mudos nas aldeias deserdadas do sul
sangue crestado a esvair sob a aridez da terra
sangue a esvair violenta a gravidez das mulheres
nascem as crianças, pequenos corpos de sede:
rosas do deserto, essas crianças de olhos imensos

suspensas as pálpebras na ardência do sol
cada dia na miragem de uma assombrosa
maresia, da brancura de leve respiração.
como aves nómadas, medo contra o vento,
vida contra a morte. crescerem os passos
às nuvens, trilharem fábulas ditas na noite:
rosas do deserto, as crianças de olhos imensos.

Maria Manuel Rocha
http://blogcompalavrasaofundo.blogspot.com

*****

O poema que escolhi para ser gravado em audio pelo locutor/diseur Luís Gaspar foi o do José Miguel de Oliveira:

Bem sabes que não sou capaz
de dizer adeus
porque o amor tem sempre
a impossibilidade
da despedida
por não haver nele
nenhuma forma de morrer
como a luz do crepúsculo
que quando aqui se apaga
é para fazer dia noutro lugar.

E por isso não julgues
que tenha perdido
o norte
dentro da estátua de mármore
em que me transformaste
ao sul
dos teus olhos.
Como uma ostra no fundo do mar
vou depositando esta pérola no coração
para te deixar.




Obrigada a todos pela participação. Obrigada ao Luís Gaspar.
E... até ao próximo passatempo.

....................
Relembro que este "espaço aberto" é um espaço de tertúlia e não de alguma espécie de competição. Para isso existem os concursos literários, com júris e prémios monetários.
A vossa participação nestes passatempos deve ser sempre na óptica da partilha, da sã convivência, para divulgarem o que escrevem. Por isso vos agradeço a forma como têm participado nestes passatempos.
Os participantes que recebem livros, são apenas os que foram mais rápidos a enviar as colaborações.

Morreu Dennis Hopper


Dennis Hopper no programa "The Johnny Cash Show," em 1970, recitando o poema if de Rudyard Kipling.

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!

Mais logo, em Espinho

Dia 29 de Maio pelas 19 horas no Bar Doo Bop em Espinho, será apresentado o livro Um Cão Em Cada Dedo de Alice Macedo Campos (ed. Incomunidade), numa iniciativa da Associação Cultural Extrapolar no âmbito do Ciclo Estourar a Caixa Antiga.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Novidades Artefacto


Minimal Existencial
Paulo Tavares
Artefacto, Maio 2010








Se depois nada restar


Se depois nada restar
desta breve história de revelações,
se nada ficar intacto ou imune à lâmina
magnética da actividade global,
lembra-te de que os pássaros são livres
e mesmo para eles, deslumbrados pela
liberdade, os homens criaram gaiolas.

Intensidez na Feira do Livro de Évora

Dia 29 de Maio:
11:00 horas
Sessão de autógrafos com a presença das autoras
POETAS DE HOJE E DE ONTEM
do século XIII ao XXI para os mais novos
Edições Chimpazé Intelectual
Selecção de Poemas: Maria de Lourdes Varanda e Maria Manuela Santos
Prefácio: Matilde Rosa Araújo
Ilustração: Filipa Canhestro
De D. Dinis a Eugénio de Andrade, passando por Camões, Gil Vicente, Bocage, Almeida Garrett, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, António Gedeão, Miguel Torga, Matilde Rosa Araújo, Luísa Ducla Soares e outros, o livro constitui uma viagem muito interessante, guiada pelos poemas e pelas biografias dos autores, que muito ajudam a enquadrar a poesia na sua época.

Dia 5 de Junho:
21:30 horas
Sessão de autógrafos com a presença do autor
ATÉ AMANHÃ, em Laetoli no Alentejo numa Lua
Autor: António Murteira
Editora: Edições Colibri

O que se escreve navegando...

Algumas frases engraçadas, escritas em motores de busca, que direccionaram visitantes para este blogue:

• grupo musical conquilha nao chores joana
• noticias sofia melo prado andança
• personalidades de montelavar de 1967
• jornal dica lidl passatempo das quadras
• quadras da fruta
• quadras pupulares
• acordeon telheiras
• sexe zelo Gaia festa da Cereja 2010
• tuna da usila
• Poema de ana hartley

(Tal e qual como estavam escritas)

Poesia Eslovena e Portuguesa na Bulhosa

Vai ter lugar na Bulhosa de Entrecampos um encontro literário com quatro escritores eslovenos (Boris A. Novak, Dusam Jovanovic Milan Jesih e Mitja Cander) e quatro escritores portugueses (Casimiro de Brito, Jaime Rocha, Nuno Júdice e Vasco Graça Moura) no dia 1 de Junho às 17H30.
Serão apresentados textos de escritores eslovenos traduzidos para português publicados nas antologias Treze Poetas Eslovenos (Roma Editora) e Catálogo de Fantasmas (lançado nesse dia) bem como textos de escritores portugueses inseridos na antologia Treze Vozes Portuguesas (Trinajst slovenskih glasov) editada na Eslovénia.

Esta sessão literária tem o apoio de: Embaixada da Eslovénia, P.E.N. Clube Português e Leitorado de Língua e Cultura Eslovena da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Livraria Bulhosa de Entrecampos: Campo Grande, 10-B, Lisboa.

Executam-se Escritas

Novo blogue de Dinis H. G. Nunes.
Aqui.

Hoje, amanhã e depois...

Na Casa da Achada (Rua da Achada, 11, em Lisboa, na Mouraria), pelas 15H00.

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Polishop
Tiago Nené
Tradução de Santiago Aguaded Landero
Colecção Palabra Ibérica, 2010








O terramoto


[a uma pessoa intemporal]

querida
joana, o terramoto apanhou pessoas que faziam amor,
pessoas que morriam de uma causa lenta e dolorosa,
pessoas que celebravam contratos com apertos de mão,
pessoas com instrumentos na terra fértil,
pessoas que faziam de conta, pessoas sem relógio.
os que faziam amor, perpetuaram-no, os que morriam
viram a sua morte impedida por uma colectiva e mais bem aceite,
os que celebravam contratos perderam as mãos coladas,
os que trabalhavam na terra fértil foram soterrados,
os que faziam de conta procuraram cumprir uma promessa,
os que não tinham relógio escaparam ao tempo.
meu amor, sermos egoístas é tentar impedir que as coisas mudem,
sermos intensos é não respeitar causas e efeitos,
espero-te no meu futuro, ainda que ele não seja
o efeito directo de um presente que ainda treme muito.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Encontro Poético Luso-Espanhol

O Grupo Poético de Aveiro vai realizar um Encontro nos dias 29 e 30 de Maio, tendo como convidados poetas espanhóis representantes de diversas Associações: Grupo Literário e Artístico Sarmiento e Juan de Baños de Valladolid, Círculo Poético Orensano de Ourense, República de las Letras de Pontevedra e Fundacion Cumulum de Lugo. Esta forma de intercâmbio cultural com os nossos vizinhos espanhóis teve início em 1993 e tem vindo a alargar-se, ao longo dos anos, a um número cada vez maior de associações.

Recital poético: dia 29 - Biblioteca Municipal de Aveiro - 18horas
Leitura de poemas: dia 30 - Parque Municipal Infante D. Pedro - 11horas

Mais informações: http://poesiaaveiro.blogspot.com

Hoje e amanhã, em Santa Maria da Feira

Mais logo, na Casa Fernando Pessoa

Cleonice Berardinelli, eleita recentemente para a Academia Brasileira de Letras e considerada a maior especialista em literatura portuguesa do Brasil, é uma estudiosa profunda de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa e José Saramago.
Graduada em letras neolatinas pela Universidade de São Paulo (1938) e livre docente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1959) com a tese Poesia e Poética de Fernando Pessoa, Dona Cleo, que está de visita a Portugal a participar no colóquio “Literatura Portuguesa e a Construção do Passado e do Futuro”, vai hoje, 27 de Maio, na Casa Fernando Pessoa, pelas 18H30, falar de Pessoa.

Mais logo, no Porto

POESIA IN PROGRESS
Sessão de poesia organizada pela POETRIA que terá lugar no Café Progresso, hoje, 27 de Maio, pelas 21H45h.
António Ramalho Almeida apresentará António Nobre e a sua poesia, com a obra de Chopin em fundo musical.
Leitura de poemas: António Ramalho Almeida, Suzana Guimarães e Armindo Cerqueira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Novidades &etc



Curso Intensivo de Jardinagem
Margarida Ferra

Concurso Literário Artefacto-Poesia

Normas de Participação
1 - O Concurso Literário Artefacto – Poesia, instituído pela Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, está aberto a todos os autores de língua portuguesa.
2 - Os trabalhos apresentados a concurso terão de ser inéditos.
3 - Os trabalhos deverão ser apresentados em texto processado por computador ou dactilografados, em folhas A4 (agrafadas ou fixas de qualquer outra forma) em três exemplares, com um mínimo de 40 páginas (numeradas);
4 - Os originais deverão ser enviados por correio registado e com aviso de recepção para: Edições Artefacto – S.I. Guilherme Cossoul, Av. D. Carlos I, n.º 61 – 1.º andar, 1200-647 Lisboa, sob pseudónimo, até ao dia 30 de Julho de 2010 (data do selo do correio). Os originais poderão igualmente ser entregues em mão na referida morada, entre as 18.00h e as 23.30h. Não serão aceites trabalhos cuja data do carimbo dos correios seja posterior à data limite.
5 - Juntamente com os originais, deverá ser enviado um envelope fechado, contendo os dados de identificação, residência e contacto do autor. No exterior, deverá apenas constar o pseudónimo adoptado e o título da obra.
6 - Um júri constituído por um representante do Departamento Literário da S.I. Guilherme Cossoul, por um escritor português a designar e por uma personalidade de referência na área a concurso apreciará os originais.
Após deliberação, que deverá ocorrer até 15 de Setembro de 2010, os resultados do concurso serão divulgados na página oficial da S.I. Guilherme Cossoul (http://www.guilhermecossoul.pt/).
7 - Não haverá recurso das decisões do júri.
8 - O prémio consistirá na edição e publicação da obra premiada pelas Edições Artefacto, vertente editorial da S.I. Guilherme Cossoul.
9 - O júri poderá não atribuir o prémio, se considerar não haver qualquer original merecedor da distinção, bem como atribuir menções honrosas, não vinculando, porém, a S.I. Guilherme Cossoul à respectiva edição desses originais.
10 – As Edições Artefacto deterão os direitos para a primeira edição do trabalho galardoado, comprometendo-se a oferecer 40 exemplares ao autor premiado.
11 - Os originais concorrentes não premiados deverão ser levantados até dois meses após o anúncio público do prémio, data em que se destruirão os exemplares não reclamados.
12 - Os casos omissos, não contemplados por estas Normas de Participação, serão solucionados pelo Júri.

Para mais informações contactar o Departamento Literário da S.I. Guilherme Cossoul:
Morada: Av. D. Carlos I, N.º 61 – 1.º Andar, 1200-647 Lisboa
Telefone: 213 973 471 Telemóvel: 966 353 831/968 500 697/939944509
E-mail: ed.artefacto@gmail.com
Site: eartefacto.blogspot.com

25º Festival de Poesia de Foz Côa

O 25º Festival de Poesia de Foz Côa está integrado na Mostra de Arte Contemporânea do Côa Douro Superior, um vasto programa organizado pela Associação de Arte e Cultura SOMA com o apoio das Câmaras Municipais de Trancoso, Mêda e Vila Nova de Foz Côa. Trata-se de um projecto interdisciplinar que, para além do Festival de Poesia inclui exposições, projecções de vídeo-poesia e várias mesas redondas dedicadas à discussão de temas como arte, cultura e literatura contemporânea.

O Festival de Poesia inicia no dia 27 de Maio e tem o seguinte programa:

27 de Maio

19H00 - I Ciclo de Leituras Instáveis
Com Amadeu Baptista, Fernando Castro Branco, Maria Estela Guedes, José do Carmo Francisco (que dirão poemas de sua autoria) e o actor João d’Ávila que dirá poemas de Fernando Pessoa, extraídos da “Mensagem”.
Local: a bordo de um barco rabelo que fará a viagem entre o Cais Fluvial do Douro – Pocinho até Vila Nova de Foz Côa.
21H45 Objectos da Memória
Leituras com Armando Silva Carvalho, Eduarda Chiote, Maria Estela Guedes, José Viale Moutinho, José do Carmo Francisco, José Rui Teixeira, Nuno Dempster e o actor João d’Ávila.
Moderadores: Carlos Pais, Rui Pinto e docentes do ensino secundário.
Local: Terrinca Bar - Vila Nova de Foz Côa.

28 de Maio
10H45 Re-Camões. Leituras críticas dos clássicos
Encontro dos alunos e professores com os poetas Aurelino Costa, Fernando Castro Branco e o actor João d’Ávila.
Local: Agr. Escolas T. C. Adão Carrapatoso - Vila Nova de Foz Côa.
15H00 Literatura e desporto
Encontro dos alunos e professores com José do Carmo Francisco.
Local: Convento dos Frades - Trancoso.
16H00 Desejo e prazer do texto
Com Amadeu Baptista e Maria Estela Guedes.
Local: Convento dos Frades - Trancoso.
21H30 Mapas sem fronteiras
Leituras ao piano com Aurelino Costa, Helga Moreira, Eduarda Chiote Jorge Velhote, José Rui Teixeira e Simão Mimoso.
Local: Clube Trancosense - Trancoso.

29 de Maio
17H00 Mitografias
Leitura-debate com a participação de Manuel Daniel, Nuno Dempster e António Nabais (museólogo).
Moderador: Anselmo Sousa, professor.
Local: Centro Cultural de Mêda.

Quinta Poética na Casa das Rosas

No dia 27 de Maio vai ter lugar na Casa das Rosas, em S. Paulo (Brasil)
mais uma edição mensal de Quinta Poetica,
pelas 19H00 (hora local), com as poetas Eunice Arruda,
Graça Fontelles, Helena Borges e Karin Massaro,
com participação especial de Sandra Miyazawa e Tiganá.
Organização: Escrituras Editora
e Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos.

Mais logo, vou estar...

... na Livraria Barata (Av. de Roma, 11A - Lisboa), pelas 19H00, a ler poemas do livro "Espelho Íntimo" de Torquato da Luz.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um livro de poesia a cada dia...
nem sabe o bem que lhe fazia


Geisers
Maria Estela Guedes
Incomunidade, 2009








Cor-de-burro-quando-foge

Qual a diferença
Entre cor de velho e cor de adolescente?
Escreveu-me a divindade certo dia
E eu, que nem fósforos coleccionava,
Mas tinha ainda a tonalidade juvenil,
Recortei a divina rubrica
Destruindo assim o seu valor e o da missiva.
Era uma carta de Mário Cesariny.

Ali nos banhávamos, em letras de luz narcísica;
O ego resplandecente e muito maior que rã
De fábula.
Os girassóis debruçados das orelhas de Van Gogh
Estremeciam como lustres incendiados.

E agora vamos cor-de-burro-quando-foge
Cor-de-noite-quando-chega
Mal acompanhada,
Vamos indo cada vez mais para norte
Para as pradarias de neve
Pintar a merda da morte.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

IV Festival Palabra en el Mundo

A Escola Secundária D. Afonso Sanches, em Vila do Conde, pela mão do professor e poeta José Miguel de Oliveira, acolheu esta iniciativa e é a única participante portuguesa num festival de poesia internacional que conta com actividades simultâneas em 351 cidades de 30 países.

Portuguesia - Festa da Poesia Lusófona

A 2ª edição de PORTUGUESIA Festa da Poesia Lusófona conta com a presença de trinta poetas de língua portuguesa oriundos da Europa, da América e de África, que se reunirão em Vila Nova de Famalicão nos dias 2 e 3 de Junho, na Casa Museu Camilo.
O evento apresentará espectáculos de homenagem a António Ramos Rosa, E.M. de Melo e Castro, Al Berto e Fernando Pessoa. Haverá também um ciclo de performances pelos próprios poetas participantes.

Poetas convidados:
BRASIL: Ana Maria Ramiro, Francesco Napoli, Gilberto Mauro, Karla Melo, Marcelo Costa Baiotto, Márcio-André, Telma da Costa, Regina Mello, Ronaldo Werneck, Suzana Vargas, Zéfere e Wilmar Silva.
PORTUGAL: Américo Teixeira Moreira, Aurelino Costa, Carlos Vinagre, Cunha de Leiradella, Fernando Aguiar, Frederico Silva, João Miguel Henriques, João Negreiros, João Rasteiro, João Ventura, Jorge Melícias, Jorge Velhote, Luís Filipe Cristóvão, Luís Serguilha, Marília Miranda Lopes, Minês Castanheira, Rita Grácio e Teresa Tudela.
GUINÉ-BISSAU: Pathce Di Rima, e Tony Tcheka.
ANGOLA: João Melo.

Damário DaCruz (1953-2010)

O poeta e jornalista Damário DaCruz faleceu, na madrugada da passada sexta-feira 21 de Maio, com 56 anos.
Damário, que foi também líder estudantil e sindicalista, criou em 2001, em Cachoeira, o espaço Pouso da Palavra, um café literário com galeria, ateliê de criação e um local chamado Quintal de Sócrates, onde aconteciam recitais, tertúlias e encontros com escritores.
O poema da imagem acima, Gran Finale, foi o último que escreveu.

Sugestão da Andante para esta semana


A mama

Uma noite a mama de uma senhora entrou no quarto de
um homem e pôs-se a falar da sua irmã gémea.
A sua irmã gémea isto, a sua irmã gémea aquilo...

Passado algum tempo o homem disse, então e tu, querida mama?
E a mama passou o resto da noite a falar dela própria.
Ela própria isto, ela própria aquilo...

Passado algum tempo o homem beijou-lhe o mamilo, pediu desculpa e adormeceu...

Russel Edson
(tradução: Guilherme Mendonça)


Voz: Cristina Paiva; Música: Gianni Ferrio por Dalida & Alain Delon; Sonoplastia: Fernando Ladeira.

Outras sugestões para os próximos dias


25 de Maio (terça-feira):

LISBOA – Faculdade de Letras






Faculdade de Letras, 25 de Maio, 19h00, Anfiteatro IV:
Lançamento de Livro do Desasocego, ed. crítica de Jerónimo Pizarro.
Apresenta: Fernando Cabral Martins.

LISBOA - Chiado
A Associação Portuguesa de Poetas vai realizar no dia 25 de Maio o Roteiro "Poesia na Rua", no âmbito das comemorações do 25.º Aniversário desta associação, com a seguinte programação:
15h30: Concentração no Largo de São Carlos, onde alguns associados da APP dirão poemas de Fernando Pessoa.
O grupo seguirá para o Largo do Barão de Quintela (Estátua de Eça de Queirós), Largo do Chiado (Estátua de Fernando Pessoa na “Brasileira"), Rua Garrett, Rua do Carmo, Escadas de Santa Justa, Rua do Ouro, Rua Augusta (Arco).
Esta visita será guiada por Mário Matta e Silva que, durante o percurso, fará algumas intervenções. Estão previstas paragens no Largo do Barão de Quintela, Largo do Chiado, Rua do Ouro e Rua Augusta.
O Roteiro demorará 2 horas, terminando num convívio poético no Martinho da Arcada, por volta das 17h30.

PORTO– Faculdade de Letras
Lançamento da revista "Nova Águia" nº 5
Faculdade de Letras da Universidade do Porto: Sala de Reuniões (25 de Maio, 18h30).
Luís Araújo: APRESENTAÇÃO DO Nº 5 DA NOVA ÁGUIA
Ernesto Castro Leal: A ÁGUIA E A REPÚBLICA
Afonso Rocha: A ÁGUIA E O AMBIENTE FILOSÓFICO DA ÉPOCA

FARO - Draculea Café Bar
No dia 25 de Maio, vai ter lugar no Draculea Café Bar mais uma noite de Poesia. Para além do habitual recital de poemas dos clientes/poetas/amigos, o espaço promove, nesta noite, um debate intitulado A Literatura e os seus limites.
DRACULEA Café Bar: Rua Dr. Rodrigues Davim, 44 - Faro.

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26 de Maio (quarta-feira):

LISBOA – Livraria Barata
Apresentação do livro de poesia “Espelho Íntimo” de Torquato da Luz, no dia 26 de Maio, pelas 19 horas, na Livraria Barata (Av. de Roma, 11 – A, Lisboa).
Apresentação por João Gonçalves.
Leitura de poemas por Inês Ramos.






LISBOA – Casa Fernando Pessoa
Apresentação, na Casa Fernando Pessoa, do livro de Sebastião Lima Rego, As Bandeiras Paradas (ed. Papiro), no dia 26 de Maio às 18h30.
Durante a iniciativa, Cecília Mendonça e Clara Agapito declamarão poemas do autor.






PORTO - Bar Labirintho
Dia 26, às 21h30: O fulgor do espaço nas palavras do poeta Ruy Belo no Bar Labirintho.
Leitura de poemas: Manayra Ataíde e André Sebastião
Apresentação: Danyel Guerra
Rua N. Sra. de Fátima, n.º 334 – Porto

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27 de Maio (quinta-feira):

OEIRAS - Livraria-Galeria Municipal Verney
A Associação Portuguesa de Poetas vai realizar, no dia 27 de Maio, Qdas 16h00 às 18h00, na Livraria-Galeria Municipal Verney (Rua Cândido dos Reis, 90 -90ª – Oeiras), mais uma Quinta-Feira Cultural:
Aula de “Ler... e Dizer/Oito Séculos de Poesia Portuguesa”, por Maria Ivone Vairinho, Presidente da Direcção da APP e Professora da USO.


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28 de Maio (sexta-feira):

FARO - Livraria Pátio de Letras
Sexta-feira, 28 de Maio, 21H30:
Apresentação de POLISHOP – novo livro de poesia de Tiago Néné, da Palavra Ibérica.
Apresentação por José Carlos Barros (autor do prefácio), leituras por Ana Manjua.




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29 de Maio (sábado):

PORTO – Jardim de Infância OSMOPE
Lançamento do livro de poesia para crianças "Desenhei-te um poema", de Luísa Azevedo, no sábado 29 de maio pelas 16h no Jardim de Infância OSMOPE (Rua Costa Cabral, 222 - Porto).
Luísa Azevedo conta proporcionar uma tarde divertida, com o seu teatro ambulante e os ajudantes de ocasião e, naturalmente, os poemas deste novo livro.


LISBOA – Auditório do Campo Grande
Lançamento do livro de Poesia “Foz Sentida” de António MR Martins (ed. Temas Originais) no Auditório do Campo Grande, 56, em Lisboa, no dia 29 de Maio, pelas 19H00.
Obra e autor serão apresentados por Zulmira Sizifredo.

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30 de Maio (domingo):

LISBOA – Palácio Galveias
A Associação Portuguesa de Poetas vai realizar no dia 30 de Maio (Domingo), das 15h30 às 18h30, mais uma tertúlia poética no PALÁCIO GALVEIAS (Campo Pequeno).
Tema: Poetas da Liberdade (Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, Jorge de Sena, José Gomes Ferreira, Natália Correia e Sophia de Mello Breyner).

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Poesia em Vinyl

Nova sessão da tertúlia mensal Poesia em Vinyl no dia 20 de Maio, pelas 21 horas, que, desta vez, terá como convidado José Luís Peixoto.
Para ler a poesia de José Luís Peixoto estará presente a actriz Maria João Luís.
A música será assegurada pelo trio liderado por Filipe Melo.
O Poesia em Vinyl é um evento organizado por Raquel Marinho e Luís Filipe Cristóvão, todos os meses, no Restaurante Vinyl (Travessa da Galé, 36, Alcântara, Lisboa – junto da antiga FIL), com o apoio da Rádio Radar. A entrada é livre.